24/10/2008

Este projecto foi a 'banhos' e ei-lo de volta, fresquinho,

Para a próxima reunião de CML:


Av. Duque de Loulé, Nº 86-88
(proj. de ampliação com destruição de interiores e de logradouro, ENA!)



Av. Duque de Loulé, Nº 90-92
Idem



Av. Duque de Loulé, Nº 94-96
Idem


Trata-se dos prédios mais importantes e mais bonitos da Av. Duque de Loulé. Paulatinamente, têm vindo a ser despejados os inquilinos. Os prédios têm interiores e traseiras fabulosos. Só gente sem gosto algum, incompetente em distinguir um prédio de valor de uma porcaria feita de cimento e tectos falsos, é que se pode dar ao luxo de permitir que prédios como estes sejam estropiados. Estamos numa cidade e num país sem rumo, a saque e que a breve prazo terá uma capital digna de um país do novo mundo. Fazer-se da Duque da Loulé, da Avenida da Liberdade, de todas as Avenidas Novas, avenidas de subúrbio parece ser o mote da nossa classe de técnicos e dirigentes. Talvez a única solução seja, realmente, um terramoto.

Trata-se, pois, do reagendamento de um abominável projecto de destruição de interiores e ampliação de um conjunto de 3 edifícios da Duque de Loulé, 'apenas' os prédios mais valiosos daquela artéria nobre da cidade, que deviam ser classificados como IIP e que não o são porque o IPPAR 'não existe'. Complemento: a transformação integral de um pequeno prédio da Luciano Cordeiro de modo a construir-se o acesso ao estacionamento subterrâneo.

No conjunto, uma ernormidade fruto de uma CML, de um Ippar e de projectistas e promotores ignorantes. Um conjunto urbano como o da Duque de Loulé devia ser estimado e protegido custe o que custasse. Uma CML como devia ser nunca traria um projecto destes a discussão, os serviços se encarregariam de o chumbar internamente.

Acresce que estes 3 prédios estão incluídos em pedido de classificação da Avenida Duque de Loulé (ou o que resta dela) como conjunto de imóveis de interesse público. Esse pedido foi apresentado, e devidamente fundamentado, por mim ao IGESPAR já neste ano.

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PROJECTO (*) APROVADO
Votação
Votos a favor: 12 (6 PS, 3 PPD/PSD, 2 CPL e 1 BE).
Votos contra: 2 (PCP).
Abstenções: 3 (LCC).


(*) O projecto foi razoavelmente mudado para melhor, desde a sua 'ida a banhos', sendo que agora, ao que é dito nos pareceres dos técnicos da CML há uma lista clara e detalhada com os elementos decorativos e estruturais dos interiores dos prédios em apreço que devem ser MANTIDOS enquanto tal, e foi com essas condicionantes que foi aprovado, enquanto pedido de informação prévia. Há-de voltar sob a forma de projecto de arquitectura. O que aqui foi aprovado foi um pedido de informação prévia. Nada mais. O único ponto grave que se mantém é a usurpação do logradouro para estacionamento automóvel. Não se trata de batalha perdida. Seja como for, haverá muito tempo para visitar o edifício, inventariar o que de facto está em perigo e há que preservar. Embora não seja a situação ideal, não é caso para entrar em pânico. Aguardemos.



Texto editado

Jardim da Praça José Fontana: jardim 'Matadouro'

Vale a pena dar destaque ao comentário de um lisboeta a propósito da degradação do jardim na Praça José Fontana, denunciado neste blogue no passado dia 21 de Outubro:

«Nasci em Lisboa, no Hospital D. Estefânia. Vivi toda a minha infância e adolescência no Largo D. Estefânia. Em criança, o meu avô levava-me a brincar ao Jardim da Praça José Fontana, a 5 minutos de casa, e a que chamávamos o Jardim do Matadouro (porque teria existido outrora um matadouro no local onde hoje se situa o Fórum Picoas. Foi neste jardim que andei de triciclo pela primeira vez. Foi neste jardim que conheci a minha primeira amiga - a Marisa (a quem perdi o rasto há muito tempo). Brincávamos no coreto e na pequena sala que havia em baixo e que tinha uma pequena porta de duendes. Foi neste jardim que dei o meu primeiro beijo. Estudei no Liceu Camões, defronte do Jardim. Foi neste jardim que eu e os meus colegas e amigos fazíamos as nossas travessuras nos intervalos das aulas, sobretudo no intervalo grande de 20 minutos, a meio da manhã. Lembro-me de nos sentarmos nas escadas do coreto a comer castanhas assadas nas manhãs frias de outono. Lembro-me sobretudo de uma árvore enorme, centenária, que abarcava todo o recanto do jardim junto à Av. Duque de Loulé. Eram necessárias quatro pessoas para a abraçar. Tinha no seu canteiro uma placa com um poema sobre a árvore, dirigido a um eventual viajante. É um poema muito conhecido que se costuma ver pelos jardins, um pouco por todo o país. Mas um dia, sem aviso, cortaram a árvore. Nunca percebi porquê. Mas nesse dia morri um pouco. Hoje sinto que morri um bocadinho mais. C.»

23/10/2008

Jovens detidos em jardim por tentativa de roubo

Utilizadores queixam-se de falta de segurança no Campo Grande A PSP deteve, ontem à tarde, no jardim do Campo Grande, em Lisboa, dois homens que ameaçaram um casal com uma arma branca para lhes levarem os bens de valor que traziam.

Segundo fonte policial, os indivíduos foram apanhados em flagrante delito, pelas 18.15.

Em pleno centro de Lisboa, o Jardim do Campo Grande há muito que deixou de ser um espaço de lazer e convívio. Muitos são aqueles que evitam passar naquela zona com medo de serem assaltados. "Este sítio já não é aconselhável para se passear", lamentou ao DN um reformado que vai ao jardim para passar o tempo. "Aos domingos costumo comprar o jornal e sentar-me num destes bancos a ler, mas nunca estou descansado. Estou sempre a olhar em volta com medo", contou ao DN outro utilizador daquele espaço.

Ao longo do jardim são visíveis as marcas de degradação e abandono. Não existem condições para as pessoas frequentarem o espaço. A piscina municipal existente no meio do espaço verde - outrora um local de lazer -, está completamente destruída. "Antigamente vinham para aqui famílias inteiras para momentos de convívio. Hoje em dia as pessoas passam à volta com medo", explicou ao DN Manuel Marques, frequentador daquele espaço há vários anos. "Costumava deixar as minhas filhas virem para aqui andar de bicicleta. Hoje as únicas bicicletas que se vêm por aqui são as dos gatunos que passam para assaltar as pessoas", contou o utente do espaço. Outra pessoa que circulava naquela zona contou ao DN que "um destes dias apareceu ali, num café, um indivíduo todo nu a pedir dinheiro para apanhar um táxi para casa. Tinham-lhe levado tudo menos as cuecas".

Os alunos da Universidade Lusófona, situada na Avenida do Campo Grande, também se queixam. "Temos de passar aqui todos os dias, mas cada vez temos mais medo", explicou ao DN uma estudante que atravessa o jardim diariamente."Principalmente as raparigas têm de ter muito cuidado. Ao final da tarde é a altura mais perigosa", contou.
In DN

Largo do Chafariz de Dentro,Alfama




O largo do Chafariz de Dentro é a porta de milhares de turistas que visitam Alfama. È também ponto de encontro dos seus habitantes, que são a sua alma. Será que algum dia voltará a ter a dignidade que merece?

22/10/2008

Que está a fazer Lisboa para prevenir as cheias?

A Assembleia Municipal exigiu hoje ser informada das medidas preventivas de cheias previstas, nomeadamente acções de limpeza, depois das inundações de sábado na cidade, escreve a Lusa.
Os deputados municipais aprovaram uma recomendação apresentada pelo CDS-PP, com a abstenção do PS, para que «sejam apuradas responsabilidades pela falta de manutenção manifestada» pelas cheias de sábado.
Os parlamentares querem também ser informados do cumprimento de «medidas preventivas de intervenções de limpeza para este ano».
A Assembleia recomenda igualmente que a Câmara «providencie os trabalhos de limpeza de sarjetas e escoamento de águas onde não o efectuou».
Os deputados querem ainda que a autarquia «garanta, em caso de necessidade, a intervenção imediata de equipas com vista à regulação da circulação e diminuição dos efeitos de acumulação de águas».
A recomendação recorda que a chuva que caiu no sábado durante vinte minutos inundou seis cafés e hotéis na zona de Sete Rios, os túneis da Avenida João XXI, Estados Unidos, Rêgo e Campo Grande.Foram ainda afectadas as zonas de Campolide, Alvalade, Avenida de Roma, Campo Pequeno, Avenida 5 de Outubro, Praça do Chile, Praça de Espanha e Hospital de Santa Maria.

A Assembleia aprovou também por unanimidade uma recomendação apresentada pelo CDS-PP para que seja encontra uma «solução temporária que minimize os acidentes» no cruzamento das ruas Helena Vaz da Silva, Vasco Gonçalves, Arnaldo Ferreira, Álvaro Cunhal e Eugénio de Andrade, no Lumiar.

Cruzamento ou rotunda?

«Este cruzamento, ausente de qualquer sistema semafórico ou rotunda, provoca o caos no trânsito, em particular nas horas de ponta, uma vez que se trata de uma confluência de 18 faixas de rodagem», lê-se na recomendação.
Perante a «inércia da Câmara», um grupo de moradores decidiu construir uma rotunda no local, que teve apenas «dois dias de existência», recordam os deputados.
A assembleia quer saber se existe um projecto de ordenação do tráfego neste cruzamento e quais os prazos para início e conclusão da obra.
Os deputados municipais aprovam também, com a abstenção do PS, uma recomendação de «Os Verdes» para que seja retomada e actualizada a identificação de «pontos negros» da circulação pedonal e rodoviária da cidade.

in Portugal Diário

As alíneas da cláusula assassina:

«PROTOCOLO
A CELEBRAR ENTRE
O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS
E A CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
SOBRE A GESTÃO, REABILITAÇÃO, MANUTENÇÃO E UTILIZAÇÃO
DA "TAPADA DAS NECESSIDADES"

Cláusula Segunda

(Compromissos do MADRP)


Para efeito do presente Protocolo, o MADRP:

(...)

c. Autoriza a CML a ceder a terceiros, nas condições que entender por convenientes, nos limites resultantes da lei e consagrados no presente Protocolo, a utilização e reabilitação do edificado e dos espaços verdes que lhe são cedidos pelo MADRP;
d. Autoriza a CML a fazer suas quaisquer receitas resultantes da cedência prevista na alínea anterior; (...)»

Porquê?

Porque, mais uma vez, lá vem a história do aluguer do espaço público a terceiros, da abertura do quiosque, da publicidade, etc. E isso é mau.

PSD obriga Costa a fazer regulamento das casas

In Diário de Notícias (22/10/2008)
FRANCISCO ALMEIDA LEITE

«Lisboa. Moção aprovada na Assembleia Municipal
António Costa foi ontem intimado pela Assembleia Municipal de Lisboa (AML) a entregar um regulamento sobre a atribuição de património disperso na capital. A bancada do PSD na AML foi a autora da moção, que acabou por ser aprovada com os votos favoráveis de todas as forças políticas, à excepção do PS, que votou contra. (...)»

Projecto escolhido para a recuperação do Capitólio vai servir de âncora para a revitalização do Parque Mayer

In Público (22/10/2008)

«A Câmara de Lisboa deverá aprovar hoje a proposta vencedora do concurso público lançado para reabilitar o degradado edifício do Teatro Capitólio


O projecto do atelier do arquitecto Souza Oliveira, que integrou a equipa do Plano Director Municipal de Lisboa no início dos anos 90, foi o vencedor do concurso público para a reabilitação do edifício do Capitólio, no Parque Mayer. A proposta escolhida prevê a reposição de uma "grande sala" e uma grande praça ao lado do edifício.
De acordo com o relatório final do júri do concurso, que será votado hoje na reunião do executivo municipal, o projecto do atelier Souza Oliveira - Arquitectura e Urbanismo, Lda recolheu 4,5 dos cinco valores da escala de classificação.
Para seleccionar as melhores propostas o júri teve por base três situações distintas: a qualidade do projecto apresentado, com uma ponderação de 50 por cento, o mérito técnico da proposta (30 por cento) e o valor estimado da intervenção (20 por cento).
O concurso público de concepção do projecto de reabilitação do Capitólio sofreu algumas vicissitudes, tendo sido suspenso em Maio devido aos recursos apresentados por dois concorrentes.
A recuperação do edifício do Capitólio será a âncora do reabilitado Parque Mayer e custará 10 milhões de euros, provenientes das contrapartidas do Casino Lisboa. Reabilitar o espaço como "um lugar de teatro" e repor a "grande sala" do Capitólio, abrindo-a lateralmente "para uma grande praça", são algumas das linhas orientadoras do projecto vencedor, segundo a memória descritiva a que a agência Lusa teve acesso.
"A reabilitação do edifício deve repor e melhorar o seu desempenho, atingindo a versatilidade compatível com os níveis de exigência das produções contemporâneas de espectáculos", lê-se no documento. O projecto pretende ainda ampliar a capacidade de uso do Capitólio, mas para tal sugere que o "esqueleto técnico" seja minimizado para evitar a descaracterização do edifício. Concebido pelo arquitecto Luís Cristino da Silva, o Capitólio é considerado o primeiro edifício do Movimento Moderno em Portugal e abriu em 1931.
O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, já assumiu o compromisso de as obras começarem nos próximos dois anos. Resolver os problemas estruturais e funcionais existentes no edifício, devolvendo-o à traça original, são objectivos da requalificação cujo caderno de encargos determina a manutenção da fachada principal, da sala principal de espectáculos, do piso superior e da esplanada ao ar livre.
O projecto prevê a remoção - segundo o caderno de encargos - do balcão existente a meia altura da sala de espectáculos, da cobertura do piso superior e dos foyers laterais criados nas fachadas laterais em 1935.
A zona afecta ao palco e aos camarins, as caves técnicas, o subpalco e as arrecadações são, segundo o mesmo documento, estruturas passíveis de alteração ou ampliação de volumetria.
Para repor são os paramentos em vidro das fachadas laterais, os tapetes rolantes - os primeiros do género em Portugal -, como memória do projecto original, e o palco superior para variedades e projecção de cinema.
O teatro deverá tornar-se um espaço para várias artes de palco, funcionando como o centro da reabilitação do Parque Mayer, cujo plano de pormenor foi sujeito a um concurso de ideias e que se encontra em debate público.»

A minha preocupação em relação ao Capitólio é só uma, concursos e polémicas à parte:

O Capitólio tem que ser reabilitado cumprindo escrupulosamente o projecto inicial de Cristino da Silva. Tudo o que passar daí será 'travesti'.

Por outro lado, enquanto cidadão, entrego nas mãos da Arq. Ana Tostões a RESPONSABILIDADE de isso acontecer.

José Sá Fernandes contra videovigilância em Lisboa

In Público (22/10/2008)

«A O vereador da Câmara de Lisboa eleito pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, é contra o uso de câmaras de videovigilância nas ruas da cidade.
Esta é uma possibilidade anunciada recentemente pelo presidente da autarquia, António Costa (PS), para aumentar a segurança e melhorar a qualidade de vida dos habitantes do Bairro Alto. "Sou genericamente a favor de todas as medidas apresentadas, excepto dessa. Não me sinto bem num sítio vigiado e também não acho que isso resolva nenhum problema", observa. "Disse-o claramente nas reuniões preparatórias" do programa de actuação camarária no Bairro Alto, acrescenta o vereador.
Este programa inclui o aumento do policiamento e da limpeza, a redução dos horários de funcionamento dos bares e acções para conter a proliferação de graffiti.
Ontem, na Assembleia Municipal de Lisboa, o BE foi bastante mais longe e tentou que os deputados municipais suspendessem "todas as medidas de natureza repressiva decididas unilateralmente pela câmara, até que todos os actores políticos e sociais da zona de pronunciem". O líder da bancada bloquista, que declarou que António Costa agiu "de forma autocrática", não conseguiu suspender as medidas, mas viu aprovadas as restantes partes da sua proposta, que recomenda ao executivo municipal "a elaboração imediata de um plano de requalificação do Bairro Alto", de forma a "conseguir a reabilitação das dezenas de edifícios abandonados e degradados" que ali existem.
Seja como for, esta é mais uma matéria em que Sá Fernandes e Bloco demonstram divergências: no entender de Heitor de Sousa, o vereador "não teve bem consciência de todas as implicações" destas medidas, enquanto para Sá Fernandes "Heitor de Sousa está a ver muito mal o problema". A assembleia aprovou ainda uma moção do PSD condenando a extensão da concessão do terminal de contentores à empresa Liscont, em Alcântara. A.H. (...)»

Compreendo Sá Fernandes mas ele está errado, até porque o que não falta em Lisboa são câmaras de videovigilância por tudo quanto é lado, inclusivamente na via pública e em espaços públicos. E quem não deve não teme.


Texto editado

Câmara discute recuperação de três piscinas

In Público (22/10/2008)

«Os vereadores eleitos pelo movimento Cidadãos de Lisboa pretendem que as piscinas dos Olivais, Areeiro e Campo Grande, que se encontram degradadas, passem a fazer parte do inventário municipal do património e que a recuperação das mesmas mantenha a arquitectura original. Na proposta, agendada para a reunião do executivo de hoje, sugere-se que a câmara faça as obras de recuperação até ao final do mandato de modo a que a população possa voltar a usufruir das três piscinas, encerradas há dois anos. Em declarações à Lusa, um porta-voz da autarquia revelou, ontem, que já está a ser preparado um concurso público internacional para a reabilitação dos três complexos desportivos e que o custo das obras vai rondar os 30 milhões de euros.
Segundo a mesma fonte, o estado de degradação das piscinas é tal que o município não tem capacidade para intervir sozinho. A solução poderá passar por entregar a realização das obras e a gestão dos espaços a uma mesma entidade, sendo que a duração das obras poderá ultrapassar o final do mandato. »

A capacidade da maioria fazer 'copy paste' das propostas dos outros é notável. Que ao menos seja a bem da cidade, é o que espero.

21/10/2008

UNICEF



Dia a dia somos obrigados a assistir à degradação do quiosque da UNICEF que lentamente se decompõe no Jardim do Príncipe Real.

Que tal uma esplanada? Um posto de turismo ask me? Até um ponto de informação da Policia Municipal? Qualquer coisa...mas acabem com a lenta, e dolorosa, decomposição deste quiosque.

Uns metros mais à frente encontra-se outro já fechado há anos...o "Kiosk" na Rua D. Pedro V.

Assalto a Lisboa *

A ‘Nova Alcântara’ é uma obra prejudicial à cidade de Lisboa, inútil e desbaratadora de dinheiros públicos, com todo o aspecto de ser ilegal e que levanta fundadas suspeitas de favorecimento negocial inadmissível.

Miguel Sousa Tavares


(*) Artigo da autoria de Miguel Sousa Tavares, publicado na última edição do jornal Expresso e que pode ser consultado aqui.

LARGO TRINDADE COELHO: sem misericórdia (III)






LARGO TRINDADE COELHO: sem misericórdia (II)






LARGO TRINDADE COELHO: sem misericórdia





É verdadeiramente lamentável que o espaço público da nossa cidade precise de chegar a estas vergonhosas condições para que então apareça um «projecto salvador».

Mas afinal, já todos sabemos qual é o problema, crónico, do nosso país: MANUTENÇÃO!

Vem aí a requalificação do Lg.Trindade Coelho:

Amanhã, em sessão de CML, sob Prop. 912/2008, aprovar-se-á, ou não, a «minuta de Protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa relativo à requalificação do Largo Trindade Coelho, nos termos da proposta».

À primeira vista, a ideia é boa e só peca por defeito. Ou seja:

Mais uma vez se trata de um projecto casuístico. Dada a história e dado o carisma da zona a CML devia tratar de desenvolver não um mini-arranjo do Largo Trindade Coelho, quiçá, fazendo o 'frete' à Santa Casa, mas criar um gabinete à semelhança do do Rossio, de há uns anos, e desenvolver um projecto integrado que englobasse os largos, igualmente importantíssimos, da Trindade (toda a gente pensa que aquilo que ali está é uma travessa entre a Rua da Misericórdia e a Nova da Trindade, mas trata-se de um largo (!) - e Bordalo Pinheiro, fazendo pois uma integração completa desde o Lg. Trindade Coelho até ao Largo do Carmo. E um projecto que envolvesse:

a) Reordenamento do trânsito (condicionando-o pura e simplesmente desde o Lg. Trindade Coelho até ao Lg. Trindade, deste ao Lg. Bordalo Pinheiro e deste ao do Carmo, deixando livres apenas dois percursos: Rua Serpa Pinto-L.Bordalo-Lg. Carmo e Cç.Sacramento-Rua da Trindade-R. Nova Trindade ... por causa do parque estacionamento da Império);

b) 'Pedonalização' integral dos Largos Bordalo Pinheiro, Trindade Coelho e Trindade, deixando os carris para a reactivação do eléctrico 24, em todos os seus ramais;

c) Arborização maciça de todo esse percurso, permitindo assim a criação de um mini-corredor verde entre o Largo do Carmo e o Largo Trindade Coelho, e deste ao Jardim-Miradouro de São Pedro de Alcântara;

d) Reabilitação do mobiliário urbano, não permitindo mistura de estilos nem materiais, ou seja, manter 100% os candeeiros clássicos, os quiosques, os bancos de jardim, etc.;

e) Calcetamento dos largos acima descritos com calçada portuguesa em disposição alusiva à tradição de desenhos lisboetas, compatíveis com a traça arquitectónica de toda essa zona.

Contudo, apenas uma parte destas linhas mestras está presente na proposta que o executivo leva a reunião de CML, senão veja-se:

Prevê-se o alargamento da placa central do Lg. Trindade Coelho, proporcionando amplitude ao largo, bem como a restrição do trânsito automóvel e ao estacionamento, a recuperação e recolocação dos quiosques e o embelezamento geral da praça, e tudo isso é bem-vindo. Mas:



1. Os limites da intervenção parecem-me exíguos, pois ao longo da Rua da Misericórdia, terminam mesmo antes do Largo da Trindade, e a única preocupação de facto é criar uns quantos lugares de estacionamento ao longo dos passeios. Erro crasso.


Na década de 40


Em 1808


2. Contudo, o ponto mais polémico do projecto refere-se à remoção do gradeamento (misto de ferro fundido e forjado, com motivos neo-góticos e 2 bons candeeiros incorporados no mesmo) da Igreja de São Roque, c/o argumento de se 'repor a imagem de 1808'. Acontece que a balustrada é de 1868, parece-me interessante e parte integrante da memória colectiva e, embora não sendo tão bonito nem valioso como o da Igreja de São Domingos, por exemplo, não deixa de ser património da cidade e imagem daquele largo desde há muitos anos. E o facto de no texto da proposta se mencionar que a balaustrada vai para os 'armazéns da CML para futura colocação', não augura nada de bom, e temo pelo seu futuro...

3. O projecto, embora mencionando a manutenção dos carris de eléctrico, confunde tudo e esquece-se da extensão ao Largo do Carmo, linha essencial para a reabertura do E-24.

4. Fala-se num projecto de iluminação pública mas não se sabe qual. Atenção, pois estão em causa candeeiros antigos, iguais ao do Largo Camões, que importa preservar a todo o custo. Quer sobre a balaustrada, quer no largo. Dado o passado recente de autêntico 'assassínio dos candeeiros históricos da cidade' por parte da CML, todo o cuidado é pouco e existe perigo iminente.

5. Finalmente, está prevista a colocação de uma estátua do Pe.Antº Vieira algures no largo. Não se diz onde, nem se sabe quais as dimensões do monumento. Tenho a opinião que já chega de 'bonecos' espalhados pela cidade: de calceteiros a bolas de pedra, há de tudo um pouco pela cidade. Ora, como é sabido, escultores como Machado de Castro ou Leopoldo de Almeida, é coisa que não existe nesta terra. Pelo que coisinhas bonitas como o 'falo do Eduardo VII' ou 'Pessoa enfiado num livro' são maluqueiras que nada trazem de bom a Lisboa. Até porque haverá muito melhores formas de perpetuar a memória e o legado do Pe. Antº Vieira do que colocar um mono naquele largo.

Extractos da memória descritiva:





Fotos: Aqui e Arquivo Municipal

RUÍNAS do JARDIM DA PRAÇA JOSÉ FONTANA (III)






RUÍNAS do JARDIM DA PRAÇA JOSÉ FONTANA (II)






RUÍNAS do JARDIM DA PRAÇA JOSÉ FONTANA (I)






20/10/2008

Mouraria e Alfama fartas de grafiteiros

A Mouraria e Alfama pretendem que a Câmara de Lisboa estenda aos dois bairros históricos o plano de limpeza das paredes e as medidas sancionatórias que vão passar a ser aplicadas no Bairro Alto contra os grafiteiros, apanhados em flagrante.

Beco do Lage, perto da igreja do Menino de Deus, e Jardim das Pichas Murchas, no Castelo, em Lisboa. Dois locais que, ontem, acordaram mais coloridos mas pelos piores motivos: no primeiro, três letras gordas indecifráveis; no segundo, diversos nomes, que mais parecem não terem passado de um teste de tinta de spray. Estes são os resultados de mais uma investida nocturna, nos bairros históricos da capital, levada a cabo por grafiters em busca de uma parede incólume para dar largas à ousadia.

"Isto é sempre na calada da noite. Já na outra madrugada ninguém ouviu nada. Então não é que o meu vizinho, coitado, acordou com a carrinha toda pintada de um só lado", lamentou, ontem, Manuel Fonseca, proprietário de um pequena mercearia, há 40 anos, perto do Convento das Mónicas. "Estão em todo lado. São uma praga [os grafiters]. Porque é que só no Bairro Alto é que a Câmara lhes vai dar um castigo? Aqui também não estamos melhor", continuou o comerciante.

Do Largo de São Miguel, em Alfama, ao Centro Comercial da Mouraria, passando pelo Castelo, raros são os comerciantes e habitantes que não desejam que até aos seus bairros se estendam as medidas aplicadas no Bairro Alto, que passam por proibir a entrada na zona aos grafiters que forem apanhados em flagrante.

Em pleno Pátio D. Fradique, nas traseiras do Palácio Belmonte - considerada uma das melhores unidades hoteleiras da capital -, as ruínas do edificado, que viu partir os seus últimos moradores há cerca de 10 anos, tornaram-se o alvo predilecto dos 'artistas' da lata de spray.

"É urgente que a Câmara aplique o mesmo plano de limpeza do Bairro Alto. Como tenho vindo aqui mais vezes, por causa de um trabalho na faculdade, verifico que de dia para dia estas ruínas têm cada vez mais grafitos e ali ao canto [numa das portas de acesso ao Castelo de São Jorge] estão sempre toxicodependentes", explicou Catarina Dias, aluna da Universidade Lusíada.

Os presidentes das juntas de freguesia do Castelo e Santiago fazem eco das pretensões da população. Luís Campos, autarca de Santiago, vai mais longe: "não queria que a Câmara se ficasse por essa praga do grafito. O reforço de segurança era muito bem vindo." Já o presidente da Junta do Socorro (Mouraria), Marcelino Figueiredo, orgulha-se de se ter antecipado ao município. "Em Maio decidimos pintar todas as paredes e continuam limpinhas. Fomos nós que demos o exemplo", reclama.

Ao JN, o vereador Sá Fernandes reconheceu que o plano pode ser alargado às restantes zonas históricas, depois de avaliado o seu impacto no Bairro.

Hortas citadinas e novos jardins são promessas da autarquia para tornar mais verde a capital

Passear a pé pela Avenida Duque de Ávila, cultivar uma horta urbana ou desfrutar de dez novos parques de Lisboa serão realidades possíveis até 2011, a concretizarem-se as expectativas do vereador Sá Fernandes que promete transformar a capital numa cidade verde.

"Lisboa tem todas as possibilidades de ser uma cidade verde, mas não é neste momento", afirmou o vereador com o pelouro do Ambiente e Espaços Verdes, em entrevista à Agência Lusa.

Nos próximos anos, o autarca espera desenvolver a estrutura verde da cidade, criando corredores que vão ligar os vários parques da cidade, incluindo dez novos espaços: Quinta da Granja de Baixo (Benfica), Parque Periférico (Monsanto-Paço do Lumiar), Ameixoeira, Vale Fundão e Quinta das Flores (Marvila), Parque Hortícola de Chelas, Vale de Santo António (Penha de França), Museu da Água (Santa Apolónia), Jardim Mahatma Ghandi (Lumiar) e Casal Vistoso (Areeiro). No total serão mais 103 hectares verdes

O investimento vai ser faseado - dois milhões de euros até 2009, mais 2,1 no ano seguinte e 2,5 em 2001 - mas as obras devem avançar em breve.

"Para o ano será fácil ir a pé ou de bicicleta de Monsanto ao Palácio da Justiça, de Telheiras ao Campo Grande e à Avenida Gago Coutinho ou do Cais do Sodré a Belém. São coisas inacessíveis hoje", exemplificou José Sá Fernandes.

O projecto da Câmara não passa só pela criação de novas áreas, mas também pela revitalização das já existentes

"Hoje em dia, ninguém passeia no Vale Fundão. A Quinta das Flores é um viveiro abandonado, com três pessoas a trabalhar, que se pode transformar num parque extraordinário e situa-se numa zona carente deste tipo de espaços".

A instalação de equipamentos, como casas de banho e esplanadas, é uma prioridade para o próximo ano.

"Estas infra-estruturas podem trazer mais frequentadores para os jardins, aumentando a segurança. Por outro lado, as ligações através de pistas cicláveis vão permitir também distribuir a carga de uns jardins para os outros. E queremos que os concessionários garantam alguma vigilância", sublinhou o advogado.

Parte do investimento de um milhão de euros que se destina a melhorar estas áreas será recuperado através destas concessões.

Outro "exemplo flagrante da mudança" será poder ir a pé de Monsanto até ao Instituto Superior Técnico, atravessando a Avenida Duque de Ávila "que, durante décadas, só teve carros e vai ser parcialmente pedonalizada e dotada de esplanadas".

Sá Fernandes quer também que os lisboetas tenham a possibilidade de cultivar uma horta e, até mesmo, de criar um pequeno negócio em torno dessa actividade.

O primeiro parque hortícola, com 14 hectares, vai surgir em Chelas, "numa zona onde já existe alguma agricultura".

A equipa de Sá Fernandes está a estudar a melhor forma de concretizar as infra-estruturas (distribuição de água, caminhos e mobiliário urbano) e a maneira como integrar as pessoas na produção de bens agrícolas

"A ideia é diferenciar os parques hortícolas: uns serão como o de Chelas, apostando na envolvência das pessoas emtermos comunitários. Noutros, serão arrendados talhões. Queremos organizar locais onde já existem hortas, como a Quinta da Granja, Vale Fundão ou Carnide".

Para o vereador, os parques não servirão apenas para o lazer ou para a auto-suficiência.

"Acreditamos que se pode desenvolver algum empreendedorismo e até criar uma marca para estes produtos que seriam escoados através de cadeias de supermercados interessadas em apoiar esta iniciativa", explicou.

Outra ideia, já em curso, é abrir alguns jardins privados ao público. As visitas estão a decorrer na Quinta da Granja de Cima, no Seminário da Luz e na Quinta do Frade, e poderão vir igualmente a ser feitas na Quinta da Buraca, do Bom Pastor e do Patriarcado, caso as negociações cheguem a bom termo.

Vários miradouros vão ser também alvo de intervenção. Torel, Santa Luzia, Botto Machado, Monte Agudo, Penha de França, Alto do Parque Eduardo VII e Senhora do Monte mostram-se com nova cara aos apreciadores das vistas panorâmicas no próximo ano.

RCR.

In RTP.pt

Autarca e Estradas de Portugal avaliam causas de inundações em Sete Rios

A Câmara de Lisboa e a Estradas de Portugal estão a avaliar as causas das cheias que sábado afectaram a zona de Sete Rios, anunciou hoje o presidente da autarquia, António Costa, que justificou a análise conjunta com os "problemas de escoamento do Eixo Norte-Sul", tutelado pela Estradas de Portugal.
Ainda de acordo com António Costa, a avaliação "deverá estar concluída nos próximos dias", enquanto prosseguem os trabalhos de limpeza nas zonas de Sete Rios, Alvalade, Avenida de Roma, Praça de Espanha e Avenida 5 de Outubro, as mais afectadas pelas fortes chuvas que caíram anteontem.
O presidente da Câmara de Lisboa recordou que a autarquia aprovou em Março o Plano de Drenagem de Lisboa, um estudo que aponta para a construção de quatro grandes reservatórios e de um túnel entre a Almirante Reis e Santa Apolónia, para prevenir cheias.
O executivo municipal deu na altura "luz verde" para a equipa do consórcio Chiron/Engidro/Hidra desenvolver as soluções para a rede de saneamento da capital, com um custo estimado em 140 milhões de euros.
O Plano de Drenagem é o primeiro plano geral de saneamento da capital dos últimos 40 anos, depois dos estudos de Arantes e Oliveira, em 1941, e Pedro Celestino da Costa, em 1955.
Uma das obras propostas é a construção de um "túnel de um quilómetro, com profundidade de 65 metros, entre o Martim Moniz e Santa Apolónia", conforme expôs o engenheiro José Saldanha Matos, da Hidra, durante a apresentação do plano. Esta é uma solução de "transvase" proposta devido à impossibilidade de se fazer um reservatório naquela zona.
O plano propõe também a construção de quatro grandes reservatórios "para atenuação dos caudais máximos", construção ou reconstrução de colectores com falta de capacidade de escoamento, aumento da capacidade elevatória da zona ribeirinha, entre outras medidas.
O plano de drenagem foi adjudicado ao consórcio Chiron/Engidro/Hidra, em Fevereiro de 2006, durante o mandato de Carmona Rodrigues à frente da autarquia lisboeta.
O vice-presidente da Câmara, Marcos Perestrello, afirmou na altura que a autarquia tem "percepção" de que "será necessário um investimento na ordem dos 200 milhões de euros, que deve ser realizado no período de dez anos". "

Viva o Bairro Alto - Petição contra o encerramento dos Bares ás 2 da manhã

Foto de: arrastao.weblog.com.pt

Texto da Petição denominada Viva o Bairro Alto

“Ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,

Somos frequentadores, moradores e comerciantes do Bairro Alto, e estamos visivelmente satisfeitos com as decisões tomadas por V.Exa. relativas à limpeza das ruas deste bairro típico da cidade e à promoção da segurança nessas mesmas ruas.

Contudo, de forma alguma podemos concordar com a limitação do horário de funcionamento dos bares até às 2 horas da manhã.

O Bairro Alto, principalmente desde a chegada do Metropolitano à estação da Baixa-Chiado, tem-se tornado o espaço nocturno por excelência de Lisboa. Não só devido a esse facto, mas porque muitos e muitos cidadãos preferem aquelas ruas, aquele espaço, toda uma envolvência que o torna o espaço ideal da cidade para estar à vontade com os amigos, um espaço de alegria e diversão como nenhum outro, decididamente insubstituível.

É, para além disso, a zona de diversão nocturna mais procurada pelos estrangeiros que visitam Lisboa, onde podem jantar numa zona tão típica e também divertir-se. Um encerramento dos bares às 2 horas vai proceder a um corte abrupto na tão animada vida nocturna do Bairro Alto.

Os frequentadores dos bares, na sua grande maioria, não estão interessados em dirigir-se a qualquer discoteca, dentro ou fora do Bairro. A muitos não lhes agrada qualquer outra zona da cidade para sair à noite. Aliás, a grande maioria das outras zonas de diversão nocturna, ou mesmo todas, estão ocupadas por espaços de filosofia totalmente diferente.

Não é também por acaso que moradores e comerciantes não concordam com tal medida. Os moradores sabem que muito do seu ganha-pão provém da actividade hoteleira ali exercida. E que a consequência prática da imposição desse horário de encerramento será inevitavelmente a perda brutal de receitas, transferidas para outras zonas da cidade ou mesmo para os hipermercados, pois se calhar muita gente passará a optar por festas em casa...

Por outro lado, essa medida é totalmente contraditória com o recente estabelecimento, através do Governo e da Carris, do serviço shuttle a ligar o Bairro Alto a Belém entre as 22.00 e as 5.00, bem como com o reforço da Rede da Madrugada nas noites de fim-de-semana e vésperas de feriado para intervalos de 30 minutos, medidas essas que representam um substancial incentivo ao uso do transporte público e à não utilização de automóvel para saídas nocturnas, e que como tal são sem dúvida merecedoras dos maiores elogios.

Não podemos deixar de ter em conta que o Bairro Alto é a zona de diversão nocturna mais bem situada da cidade em termos de transportes públicos, não só pela estação de metro Baixa-Chiado e pelos autocarros, designadamente o 202, como também por se encontrar muito próximo dos Restauradores, Rossio e Cais do Sodré. E não será certamente por acaso que a Carris escolheu o Cais do Sodré para terminal da grande maioria das carreiras da Rede da Madrugada.

Por fim, queremos alertar para os problemas de segurança que podem vir a verificar-se por consequência do novo horário. Não só uma saída em massa de pessoas à mesma hora de uma mesma zona pode causar problemas a vários níveis, designadamente por a possibilidade de ocorrência de rixas aumentar substancialmente (o que não acontece com o horário actual, atentas as características da zona, que leva a que as pessoas vão saindo aos poucos), como a diminuição do número de pessoas presentes pode levar a que certas áreas se tornem apenas frequentadas por indivíduos cuja presença em quase exclusivo se torne intimidadora para a generalidade dos cidadãos, facto que prejudicará em última análise e acima de tudo os comerciantes.

Por isso, Sr. Presidente, apelamos a que o horário de abertura dos bares no Bairro Alto se mantenha até às 4 horas, sendo que tal horário, como é certamente do seu conhecimento, apenas se efectiva aos fins-de-semana, pois durante a semana os bares fecham não depois das 2 horas.

Viva o Bairro Alto! “

A isto remataria a titulo pessoal que, ao exemplo do que aconteceu na Ilha de Tavira em que Macário Correia, depois do encerramento dos bares mais cedo, se viu a braços com o inicio da prática do botellón (prática de compra de bebida em supermercados e consumo posterior na rua) com consequências imprevisíveis ao nível da criminalidade, devido ao fecho dos locais.

Para assinar: http://www.petitiononline.com/bairalto/petition.html

«Assalto a Lisboa»

In Expresso Online
por Miguel Sousa Tavares
8:00 | Segunda-feira, 20 de Out de 2008

«Quase vinte anos a escrever constantemente contra as inúmeras tentativas de expropriar aos cidadãos de Lisboa a frente ribeirinha do Tejo para a entregar a interesses privados ou a obras públicas inúteis têm-me ensinado que este será sempre um combate de retaguarda, recuando sucessivamente de trincheira em trincheira, sem perspectivas de vitória no final. Num mundo normal (nem sequer num mundo perfeito), numa cidade como Lisboa - que tem o luxo de ter 14 km de estuário de rio, que, além do mais, representam o seu maior património histórico de referência - nada seria consentido fazer que pudesse comprometer aquilo que é o domínio público mais importante da cidade e o seu traço marcante decisivo. O rio seria de Lisboa e de ninguém mais, porque Lisboa sem o rio será apenas uma paisagem em degradação acelerada.
Mas nós não vivemos num mundo normal. Nós vivemos numa democracia em que os interesses privados passam tranquilamente à frente do interesse público, com sucessivos pretextos que, olhados de perto, não passam de um embuste. É por isso que, mesmo contra toda a esperança, é preciso não desistir de defender Lisboa contra os seus predadores - porque eles nunca desistirão das suas intenções. Hoje, volto assim a um tema de que já aqui falei duas vezes, a última das quais a semana passada: o projecto escandaloso, já aprovado pelo Governo, de erguer um muro de contentores na zona de Alcântara, podendo ocupar até 1,5 km de frente de rio, com uma altura de 15 metros - o equivalente a um prédio de quatro andares. Este caso, aliás, vem demonstrar que, pior ainda do que um mercado desregulado por falta de intervenção do Estado - que subitamente tanto preocupa José Sócrates - é um mercado regulado pelo favor político do Estado, como sucede entre nós, de forma cada vez mais chocante.
A 'Nova Alcântara', como pomposamente lhe chama José Sócrates, é uma obra prejudicial à cidade de Lisboa, inútil e desbaratadora de dinheiros públicos, com todo o aspecto de ser ilegal e que levanta fundadas suspeitas de favorecimento negocial inadmissível.
É devastadora para a cidade, porque, além de uma extensa faixa de rio, nos vai roubar um dos privilégios únicos que Lisboa tem: a possibilidade de ver atracados ao seu centro os navios de passageiros cuja imagem faz sonhar milhões de pessoas no mundo inteiro. Nunca mais aí veremos navios tão emblemáticos como o 'Queen Mary II' ou o imenso 'Sovereign of the Seas', empurrados para a periferia de Santa Apolónia e substituídos por uma muralha de quilómetro e meio de contentores. Nem rio, nem navios: uma montanha de caixotes de ferro, empilhados uns sobre os outros. Mas o roubo do rio não se fica por aí: aproveitando o balanço e a deslocação do terminal de navios de passageiros da gare onde estão os painéis de Almada Negreiros para o extremo oriental da cidade, o Porto de Lisboa esfrega as mãos de contente e prepara-se para dar cumprimento à sua mais recorrente ambição: a construção imobiliária à beira-rio. Deixa-se a gare de Alcântara e os painéis de Almada para os contentores e vai-se fazer em Santa Apolónia, em cima do rio, mais uma barreira de 600 metros de comprimento e outros 15 a 20 de altura, para albergar uma nova gare e, já agora, um centro comercial e um hotel... para os passageiros dos barcos, com camarote pago a bordo. E há outro dano, ainda: durante seis anos, o governo vai lançar mãos à obra de enterrar a via férrea existente, adaptando-a à necessidade de escoar um milhão de contentores a partir do centro da cidade. Num ponto crucial de entrada e saída de Lisboa, vamos ter um pandemónio instalado durante vários anos, para conseguir fornecer as acessibilidades tornadas necessárias pela localização errada do terminal de contentores.
Nessas obras, vai o governo gastar para cima de 200 milhões de euros, através da CP e da Refer, de forma a tornar viável um negócio privado que é, além do mais, totalmente inútil. Lisboa tem capacidade subaproveitada para receber contentores - mas não ali e justamente na zona oriental, para onde querem mandar os navios de passageiros. Aliás, em Alcântara, vai ser ainda necessário dragar o rio, porque o seu fundo não assegura o calado dos navios que para ali se querem levar para despejar contentores. E, quando tanto se fala em descentralização, é notável pensar que o Estado quer investir 200 milhões para trazer contentores para o centro da capital, quando ali ao lado, em Setúbal, existe um porto perfeito para isso e cuja capacidade não aproveitada é de 95%! E isto para já não falar em Sines...
Tão absurdo projecto só pode ser fruto de uma imbecilidade inimaginável ou... de uma grande, grandessíssima, negociata. Ponham-me mais os processos que quiserem, mas isto eu devo à minha consciência dizer: o negócio que o governo acaba de celebrar para Alcântara com a Liscont/Mota Engil, aprovado pelo Decreto-Lei nº 188/2008, de 23 de Setembro, tem de ser investigado - pela Assembleia da República, pelo Tribunal de Contas, pela Procuradoria-Geral da República. É preciso que fique claro do que estamos a falar: se de um acto administrativo de uma estupidez absoluta ou de mais um escândalo de promiscuidade político-empresarial.
Em 1984, o Decreto-lei n.º 287/84 estabelecia as bases para a exploração do Terminal de Contentores de Alcântara, com as seguintes condições: área de ocupação restrita; atracagem apenas permitida a navios que, pelo seu calado, não pudessem acostar a Santa Apolónia; prazo de exploração de 20 anos, e concessão mediante concurso internacional. Com estas condições, apenas uma empresa - a Liscont - se apresentou a concurso e tomou a exploração, que rapidamente se revelou deficitária. Em 1995, salvo erro, a Liscont é comprada pela Tertir, que vem a obter do Governo, nos anos seguintes, alterações ao contrato, que de todo subvertiam as regras do caderno de encargos do anterior concurso internacional: mais área de ocupação, possibilidade de acostagem de todo o tipo de navios e mais dez anos de prorrogação do prazo, agora fixado até 2014. Em 2006, oito anos antes de expirar o prazo da concessão, a Tertir é, por sua vez, comprada pela Mota-Engil, por um preço anormalmente elevado face à perspectiva de negócio futuro. Mas, em Abril deste ano, sem que nada o fizesse prever ou o aconselhasse em termos de interesse público, fica-se a saber que a concessionária obteve do Governo nova revisão extraordinária do contrato, com as seguintes alterações: alargamento da capacidade de descarga para mais do triplo; aumento da área de ocupação para mais do quíntuplo; manutenção das taxas, já reduzidas, de operação; e prolongamento do prazo de concessão por mais 27 anos (!), até 2042. Tudo sem concurso público, tudo negociado no segredo dos deuses, tudo perante o silêncio atordoador de António Costa, presumido presidente da Câmara de Lisboa. E, finalmente, em Setembro passado, através do citado Decreto-lei 188/2008, fica-se a saber que o Governo ainda se disponibiliza para investir mais de 200 milhões de euros para garantir à Liscont/Tertir/Mota-Engil as obras necessárias a garantir o escoamento da sua capacidade triplicada de movimento. Imaginem: eu tenho um pequeno restaurante à beira-rio, que não é viável, por falta de espaço e de acessibilidades, e cuja concessão a lei prevê que dependa de concurso público e só dure vinte anos. Vem o governo e, de uma assentada, autoriza-me a triplicar o espaço, prorroga-me o prazo de concessão de modo a que o meu negócio acabe garantido por um total de 57 anos e sem aumento de renda, disponibiliza-se para me fazer e pagar as obras de acessibilidade necessárias ao sucesso do restaurante... e tudo sem concurso público, negociado entre mim e eles, no resguardo dos gabinetes. É ou não é fantástico?
E é assim que se trata Lisboa. É ou não é escandaloso? E o que fazemos, ficamos quietos? Pedaço a pedaço, eles dão tudo o que é nosso, à beira-rio: um quilómetro e meio de frente à Mota-Engil, seiscentos metros ao Porto de Lisboa, um quarteirão no Cais do Sodré para qualquer coisa da observação da droga, outro quarteirão para o Hotel Altis, o CCB para a Fundação Berardo, um quarteirão mais para a Fundação Champalimaud e a Casa dos Bicos para a Fundação Saramago. »

Chegado por email:

«From: Luiz Carlos d'Anselmo Motta Carneiro
Date: 2008/10/17
Subject: Subscreva e promova a Petição «POR FAVOR, DRA. FERREIRA LEITE, NÃO NOS DEFRAUDE»/URGENTE


POR FAVOR, DRA. FERREIRA LEITE, NÃO NOS DEFRAUDE
Enquanto potenciais eleitores do PSD nas eleições autárquicas de Lisboa, expressamos aqui nosso total desacordo com a aparente decisão da Dra. Manuela Ferreira Leite em escolher como candidato oficial do partido às próximas eleições autárquicas de Lisboa, o Dr. Pedro Santana Lopes: http://www.gopetition.com/online/22665.html .
Depositámos grandes esperanças na nova líder do PSD desde a sua candidatura no último congresso, pelo que ela representava de dignificação do partido e de credibilização da Política junto do povo português.
Não compreendemos esta sua aparente decisão, que, a verificar-se, traduz uma aposta no regresso do país, da cidade e do partido, a um dos períodos mais negros das suas histórias.
Muito menos nos revemos na decisão oficial da Distrital do PSD, tratando-se ela, como é do conhecimento público, de uma estrutura autista, invertebrada politicamente e completamente desprovida de moral para decidir sobre o futuro do partido, da cidade e do país.
Por isso solicitamos à Dra. Manuela Ferreira Leite que NÃO aceite esta indigitação da Distrital, e escolha alguém credível politicamente, competente em matéria camarária, insuspeita judicialmente e, sobretudo, imune a toda e qualquer pressão, seja ela do aparelho do partidário ou de qualquer outro lóbi da sociedade portuguesa.

SUBSCREVA E PROMOVA JUNTO DE TODOS QUANTOS PARTILHEM DO MESMO DESACORDO
»

19/10/2008

CEPOS DA CAPITAL: Rua de Santiago (II)


Estes vestutos cepos na Rua de Santiago foram arrancados pela CML na semana passada.

Considerando que estas árvores foram abatidas em 2007, este caso constitui talvez a excepção que confirma a regra. Será que vão plantar os novos exemplares ainda este inverno?

Como Lisboa seria diferente se a CML...

CEPOS DA CAPITAL: Largo Trindade Coelho

Quem disse que um cepo é inútil?

Pois neste cepo, junto da Igreja de São Roque, já foi visto, várias vezes, uma bica pousada. O robusto e direito cepo serve habitualmente de "mesa de café" de apoio aos clientes do Quiosque S. Roque.

É mais um caso em que, após o abate da árvore morta, a CML tardou a arrancar o cepo e a plantar um novo exemplar como é seu dever.

Agora, com o iminente projecto de remodelação do largo, a propósito da reabertura do Museu de São Roque, este cepo vai finalmente desaparecer. Resta saber se o projecto vai incluir a plantação desta e de mais árvores ou se será mais um daqueles espaços públicos, tão ao gosto dos portugueses, em que abundam as superfícies impermeabilizadas e duras e faltam as árvores de sombra. Até admira não terem ainda proposto um parque de estacionamento subterrâneo.

ESPECIALIDADES do TERREIRO DO PAÇO: Feira do Exército Português

Nova imagem para a nossa série dominical de divulgação, intitulada «AS ESPECIALIDADES DO TERREIRO DO PAÇO», no âmbito do primeiro aniversário do projecto municipal «AOS DOMINGOS O TERREIRO DO PAÇO É DAS PESSOAS».

Especialidade Nº6: Feira do Exército Português

No passado domingo dia 4 de Julho era esta a "animação cultural" que se vivia no Terreiro do Paço. Parece que a República ainda se sente ameçada pela monarquia.

A mais nobre praça nacional já foi campo de batalha de publicidade & marketing agressivo das mais diversas empresas e produtos. Faltava só um aproveitamento pelo próprio exército da República. Afinal, por lá já passaram multinacionais como a Vodafone (via corrida de sofás), a LÓreal (via shampô anti-caspa!) e claro, aquele banco nacional que ficou conhecido por tentar impingir aos lisboetas um cone gigante de ferro e luzinhas a piscar a que chamavam «Árvore de Natal»... Até parece que em Lisboa não existem grandes superfícies para realizar grandes feiras.

O projecto “Aos Domingos o Terreiro do Paço é das Pessoas” é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa que teve o seu início há um ano, exactamente a 26 de Agosto de 2007.

O Fórum Cidadania LX convida os lisboetas a recolherem imagens do Terreiro do Paço que não queremos! Enviar fotos/mensagens com o título "Especialidades do Terreiro do Paço".

Nota: o FCLX agradece o envio desta imagem / informação por um residente da Baixa.