In Público (21/8/2009)
Por Diogo Cavaleiro
«Ruben de Carvalho apresentou programa, com críticas à revisão do Plano Director Municipal e ao "mimoso" entendimento entre Costa e Sócrates
A aposta na reabilitação da habitação existente, como recusa das novas construções residenciais, e a criação de parques de estacionamento à entrada da capital, gratuitos para utilizadores de transporte público, são dois pontos a salientar do programa da CDU para a Câmara de Lisboa, apresentado ontem por Ruben de Carvalho.
O candidato a presidente da autarquia salientou que as alternativas não têm de ser sempre as mesmas, até porque a sua candidatura aposta numa "mudança necessária". O programa eleitoral, desenvolvido em 24 eixos prioritários, pretende ser uma aposta naquilo que tem sido feito pelo partido, seja no que "foi bem feito em Lisboa", seja "na advertência para os erros".
No vídeo de apresentação do programa, várias foram as críticas aos anteriores mandatos de Santana Lo-pes, de Carmona Rodrigues e de António Costa, mas Ruben de Carvalho incidiu nas acusações ao actual executivo, nomeadamente à sua proximidade com o Governo, revelando que foi uma razão para negar uma coligação.
O entendimento entre o actual presidente da câmara e o primeiro-ministro foi criticado devido às discussões "meio manhosas" sobre casos como a frente ribeirinha e o Terreiro do Paço, referindo Ruben de Carvalho que estes têm de servir como um "severo aviso" para os lisboetas. Acrescentou ainda que a revisão do Plano Director Municipal está condicionada por vários planos parcelares e por ter como "critério base" o valor do solo, o que, para o candidato, favorece a "especulação imobiliária em benefício do proprietário".
Em relação às suas propostas, os terrenos da Portela, libertados pela passagem do aeroporto da cidade para Alcochete, são referidos como devendo ser transformados em "zonas ambientalmente sustentáveis e locais para instalação de empresas de tecnologias de ponta". A política ambiental é um ponto essencial do programa, onde está incluída a actualização e o desenvolvimento do Plano de Ordenamento e Revitalização de Monsanto, e a concretização de uma rede de corredores verdes na cidade. A prioridade é dada também ao transporte público, com o aumento da ferrovia na malha urbana, além de uma mais rápida expansão da rede do metropolitano e do pedido à Carris da reposição de algumas carreiras suprimidas.
A cultura, a educação e o desporto são outras prioridades do programa, que defende a criação de um Conselho Municipal das Comunidades Imigrantes e Minorias Étnicas, de forma a promover a inserção destes cidadãos em Lisboa. »
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3 comentários:
Nao havera nenhum politico neste pais que saiba fazer cidade? Lisboa esta cheia de espacos vazios e bairros sem ligacao. Se ha algo de que a cidade necessita, para alem da reabilitacao urbana, e' de ser consolidada com novas construcoes que atraiam tambem populacao dos suburbios.
Quero ver se vejo a primeira demolição em portugal de edifícios em prol de espaços verdes (sim claro).
Lisboa não precisa de aeroporto na 'cidade' de alcochete (aquilo é cidade?).
muito bem. é assim mesmo, recuperar em vez de construir, assim se pode começar uma nova cidade. Basta de condomínios fechados e de especulação imobiliária. Se bem me lembro foi por isto que Carrilho perdeu o apoio e foi atraiçoado pelo actual vereador do urbanismo e pelo PS em geral. Teve coragem para enfrentar o lobby da construção e isso foi um dos motivos pelo qual começou o seu infortúnio. Parece que afinal ainda há alguém que faz a diferença.
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