In Público (27/8/2009)
Por Diogo Cavaleiro
«Fecho de parque informal levanta problemas de falta de espaço para automóveis no bairro, desagradando a alguns trabalhadores das empresas da zona
O corredor verde que vai ligar o Parque Eduardo VII a Monsanto e que passará junto ao Bairro Azul a partir de Setembro é um projecto que agrada aos moradores da zona. No entanto, a sua passagem por um terreno até aqui usado para estacionamento informal é contestada pelos seus antigos utilizadores.
Tratando-se de uma área onde estão instaladas grandes empresas e estabelecimentos públicos, entre eles dois bancos, o El Corte Inglés, um dos campus da Universidade Nova de Lisboa e a mesquita da capital, muita é a procura de lugares de estacionamento no bairro. Um dos locais usados para a satisfazer era precisamente o terreno baldio situado nas traseiras da Escola Marquesa de Alorna, e que agora se encontra em obras, para aí ser construído o último troço do corredor verde que vai aproximar a cidade de Monsanto.
O corredor incluirá áreas ajardinadas e de lazer, contendo também uma ciclovia e uma via pedonal. Em consequência disso, desaparecerá o espaço até agora utilizado para estacionar algumas centenas de veículos - 400 a 500, segundo disseram alguns dos seus utilizadores à agência Lusa. Esta solução deixa os habitantes do Bairro Azul satisfeitos, por ser um "sonho antigo", afirma Ana Alves de Sousa, da comissão de moradores do bairro, acrescentando que o aproveitamento do terreno por parte dos automobilistas "não se poderia manter por muito mais tempo".
Ana Alves de Sousa considera que o estacionamento que ali se efectuava era "anárquico", mas reconhece que o local acolhia muitos veículos. Por isso, uma das dúvidas que se colocam é para onde irão todos os carros que por ali ficavam quando acabarem as férias de Verão e regressar grande parte dos trabalhadores das empresas e entidades vizinhas.
Há dois dias, José Sá Fernandes declarou à Lusa que os bancos ali sediados (Santander e Popular) tinham garagem e, portanto, os seus funcionários não teriam razão para contestar o fim do parque informal. Alguns trabalhadores de um daqueles bancos contrapõem, contudo, que a garagem é apenas para as chefias, o que reforça a preocupação de alguns com um possível acréscimo da carga de estacionamento no bairro.
Salvaguardando que a zona é "muito bem servida de transportes públicos", Ana Alves de Sousa lembra que a comissão propôs a criação de zonas de estacionamento na periferia do bairro. No entanto, o projecto do corredor não prevê alternativas, embora um porta-voz da câmara assegure que há parques próximos, como acontece na Rua Marquês da Fronteira, frisando que o restante trajecto pode ser feito pelo próprio corredor. »
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Aquilo não era estacionamento, era um terreno onde se estacionava. Ao menos que a ciclovia sirva para dignificar aquele espaço. Aguardemos pelo resultado.
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4 comentários:
aquilo era isso mesmo, um baldio, á espera de construção.
o mal deste país é que o provisório vira definitivo e até já confere direitos lol
'estacionamento informal'? É agora assim que chamamos de forma politicamente correcta ao estacionamento ILEGAL? Vamos chamar as coisas pelos nomes! Dizer chamar-lhe 'informal' até faz pensar que é algo casual, por diversão--
Então mas os senhores dos bancos e afins não sabem o que são transportes públicos!?
Não há paciência para o choradinho dos automobilistas coitadinhos que não têm lugar para o pópó!
Tem tanto direito os automobilistas queixarem-se que não têm lugar para o popó como os peões queixarem-se que não têm lugar para os pesinhos e os motociclistas que não têm parque para motociclos.
Este blog é o que é, porque cada um só olha para si proprio e não querem saber dos outros. São tacanhos de mais para terem uma visão de cidadania.
A do Bº Alto e a perseguição ao estacionamento é gritante e está tão mastigada que já nem tem sabor.
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