28/08/2009

As nossas Avenidas Novas e as deles

Várias zonas centrais de Lisboa, como as Avenidas Novas, são muito semelhantes a zonas centrais de Barcelona. Semelhantes pelo tipo de edifício, pelas décadas de planeamento e construção, pela localização central na cidade, pelo tamanho e disposição dos arruamentos, pela co-existência de escritórios e habitação, pela abundância de transportes públicos. Mas há uma diferença muito notória, as de Lisboa têm sempre 4 faixas de estacionamento e passeios estreitos,

enquanto as de Barcelona têm passeios largos e no máximo duas faixas de estacionamento.

Algumas, tanto largas como estreitas, nem uma faixa estacionamento automóvel têm! Os residentes e os trabalhadores em Barcelona não têm portanto as mesmas facilidades em estacionar que têm os de Lisboa, em termos de preço e disponibilidade. Os moradores de Lisboa até têm estacionamento de borla.

À partida todos concordamos numa coisa, as de Barcelona são mais agradáveis por terem menos carros. E no que toca às anunciadas "calamidades" que advêm da redução do estacionamento à superfície?

Esta zona de Barcelona deveria estar abandonada. Na realidade está mais viva e com mais movimento que a equivalente em Lisboa.

E o comércio local? O de Barcelona recomenda-se e encontram-se várias lojas das grandes cadeiras. Em Lisboa o comércio foge da cidade.

Os habitantes deveriam ter fugido por falta de estacionamento, mas eles não parecem querer sair dali. Entretanto em Lisboa vemos o número de habitantes a decrescer.

Há outros factores a ter conta, mas parece-me azar a mais todas as previsões saírem furadas. E não precisamos de falar de Barcelona. Podemos falar de Madrid, Milão, Sevilha, Paris, etc.

13 comentários:

Anónimo disse...

E então de Madrid, não falamos? Logo agora, que lá vive o português mais famoso do mundo e arredores...

Anónimo disse...

Algum desconhecimento da realidade. Barcelona tem 550.000 lugares de estacionamento fora da rua. Lisboa tem 40.000. Em Barcelona as ruas não são para estacionar.

Diana disse...

"Os habitantes deveriam ter fugido por falta de estacionamento, mas eles não parecem querer sair dali. Entretanto em Lisboa vemos o número de habitantes a decrescer."

Como se o maior motivo da falta de habitantes, fosse a falta de estacionamento...

Anónimo disse...

A foto é da das Ramblas?

Anónimo disse...

Comparar as Ramblas com as Av. Novas. Comédia.

Miguel Carvalho disse...

anónimo das 10:44, algum desconhecimento da língua portuguesa. O post apenas se refere a estacionamento à superfície.

Miguel Carvalho disse...

Diana,

eu escrevi isso em algum lado?
1. Disse que havia vários factores a ter em conta.
2. (erro lógico da sua parte) Eu apenas disse que reduzir estacionamento na rua não implica afastamento dos residentes. E isso é muito diferente de dizer que a não redução implica afastamento.

Erro lógico porque eu digo Lisboeta implica Português, e você conclui que eu disse não-Lisboeta implica não-Português.

Anónimo disse...

Com efeito a diferença de lugares de estacionamento entre Lisboa e Barcelona é uma das razões para a diferença no aspecto das ruas entre as 2 cidades. Uma solução, à muito discutida, é aumentar o número de parques de estacionamento.

Filipe Melo Sousa disse...

É uma tremenda hipocrisia querer acabar com o estacionamento, quando se sabe que não existe qualquer alternativa. Querem tornar a mobilidade insuportável?

Que pais iriam querer lançar os filhos para os lastimosos transportes públicos da zona de Lisboa em que temos de assistir a batalhas de gangs? Sejamos honestos. Os bloggers que vêm aqui vomitar as suas ideias de uma Lisboa sem carros querem é que os outros andem entre os mitras. E apenas os outros.

Anónimo disse...

Ao longo destes 6 ou 7 anos de obras do metropolitano, deu para constatar que o desvio do transito da Av Duque d Avila para as avenidas contiguas não causou muito aparato nem filas de trânsito compactas.

Porque não deixar essa avenida agora só com duas faixas, para autocarros, com materiais urbanos modernos e muitas árvores, arbustos e sebes ornamentais?

Xico205 disse...

Não causou filas complicadas??!!!!!!!!!
Há alguem que venha a este blog e costume andar por Lisboa?
Só vejo teorias e demagogia que em nada correspondem à realidade!!!



Filipe, quem fala aqui de transportes publicos não os costuma usar, porque quem anda MESMO de transportes publicos sabe o que se encontra por lá. Todo o tipo de gente, a fazer todo o tipo de coisas e todo o tipo de cheiros...

Policia é mentira à noite, e está-se sujeito a roubos e a que a integridade fisica seja posta em causa. É praticamente diario, mas como os blogers daqui, não andam nos transportes e muitas das situações não veem na comunicação social, não sabem, e dizem que não há.

Anónimo disse...

Caro Xico,

Não vale a pena a exaltação. Passo diariamente nas Avenidas que cruzam a Av da República, e constato realmente que o encerramento da Av. Duque de Ávila não causa transtorno. Obviamente, que morando na zona da Maternidade Alfredo da Costa, me seria muito útil poder também utilizar a Duque de Ávila, mas utilizo a Av. Miguel Bombarda sem qualquer problema.

E você qual a sua experiência na zona ?

ree disse...

Caro Filipe,

Uso os transportes públicos há 20 anos em Lisboa e tenho assistido a uma significativa melhoria destes. Felizmente também nunca assisti às situações que refere, mesmo apesar de apanhar muitas vezes o autocarro nocturno para casa (claro que agora, vindo do nada, irá aproveitar para dizer que sou rico e não trabalho - a tal argumentação de tasca).

É algo demagógico dizer que quem anda de transportes públicos apanha todos os dias com batalhas de gangues, pois isso equivaleria a afirmar que não se deveria andar de carro porque há uma enorme hipótese de se ser vítima de "carjacking" (com o correspondente link para a notícia do CM) ou vítima de um acidente mortal.

Quanto às acusações do xico205, surpreende-me a rapidez como as pessoas são encaixadas em gavetas, sem que se saiba nada delas. Apenas porque um dos autores teve o desplante de sugerir um reordenamento do estacionamento, já se vocifera que todos os autores do blog e comentaristas favoráveis à ideia são uns betinhos que não andam MESMO (só a fingir) de transportes públicos. Há mesmo necessidade de polarizar tanto os campos - apenas para pensar que se tem razão?