In Diário de Notícias
por DANIEL LAM
«Nos últimos meses, em Lisboa apareceram alguns muros e paredes limpos de graffiti e pintados de novo, jardins foram arranjados e melhorados. Mas essas não foram obras de juntas de freguesia nem da Câmara de Lisboa. Foi obra da solidariedade e do voluntarismo de quantos se juntaram ao projecto "Servir a Cidade", que pretende "ajudar a melhorar a comunidade", revelou ao DN o americano Jordan Kleber, que vive em Lisboa e organiza estes programas.
Natural de Nova Iorque, Jordan, a mulher e os seus dois filhos mudaram-se em 2001 para Braga (ver caixa) e em 2005 para Lisboa, seguindo o projecto "Serve the city", que "começou em Bruxelas, em 2005. É de inspiração cristã e organiza voluntários para servirem a cidade das mais diversas formas, como, por exemplo, distribuir refeições pelos sem-abrigo e ajudar outras instituições de solidariedade social", explicou.
"Num sábado, de três em três meses, organizamos acções na Grande Lisboa, onde cada voluntário pode apresentar um projecto para melhorar o bairro onde vive", relatou Jordan.
Adianta que, além dos voluntários, "também se podem juntar moradores para ajudar a arranjar o jardim, tirar graffiti das paredes, pintar a casa de uma pessoa idosa ou fazer qualquer outra coisa. Isto também serve para cultivar o espírito de comunidade".
Jorge Santos, da Guiné-Bissau, que viveu na Virginia (EUA) e mora há 16 anos em Colares, Sintra, também está envolvido no projecto e conta ao DN que, em Julho, voluntários arranjaram o Jardim do Torel e removeram graffiti dos muros, pintaram o corrimão de ferro e as paredes da escadaria do Beco de S. Luís da Pena. Depois vão recuperar o campo de futebol do Campo Mártires da Pátria.
Este projecto, que funciona em harmonia com a Comunidade Vida e Paz, começou em Lisboa, em Julho de 2007. "A ideia é partilhar o amor de Deus com as outras pessoas, ajudando-as em termos práticos", salientou Jordan. Adianta que nesse Verão "vieram 30 voluntários e fizeram jardinagem, pintura e outras coisas na Aldeia SOS".
Há 20 dias, chegaram a Lisboa cerca de 80 voluntários dos Estados Unidos e da Holanda, que aqui passaram duas semanas no Parque de Campismo de Monsanto.
"Surf e servir" foi o nome que "demos a este programa, porque tinham aulas de surf e faziam acções de voluntariado. Foi uma combinação de divertimento com trabalho", explicou Jordan. Na sua opinião, "é um tipo de turismo diferente em que também se ajuda os outros. Conversam, trocam ideias e experiências e ficam a conhecer não só a região, mas também as pessoas e as suas vivências".
"As pessoas consultam o site www.servethecity.pt e contactam para o mail info@servethecity.pt e nós organizamos tudo", revelou.
"Cada voluntário paga, em média, entre 20 e 35 euros por dia, dinheiro que também serve para comprar materiais e ingredientes para as acções que vão fazer. Há voluntários de oito e nove anos que vêm com os pais, enquanto outros já têm 60 ou até 70 anos", referiu.
Jordan adiantou que, nestas duas semanas, os voluntários "ajudaram as associações Sol, em Alcântara (Lisboa), e Aldeia SOS, em Bicesse (Cascais), que acolhe cerca de 80 crianças e adolescentes. Ali limparam casas-de-banho, colocaram lâmpadas, pintaram paredes, arranjaram e consertaram muitas coisas. Também cozinharam e distribuíram refeições pelos sem-abrigo (ver caixa)".
"Todos trabalham como voluntários. Só quando os projectos são mais exigentes é que contratamos profissionais para orientar e ensinar os voluntários", concluiu»
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2 comentários:
Pena que misturem o ingrediente escusado da religião.
Caso contrário, já contariam com a minha inscrição.
Uma ideia simplesmente genial e de grande cidadania que mostra a muitos, e sobretudo aos políticos que se pode fazer muito com pouco. Basta só ter grande vontade de espírito. Já podem contar com mais uma pessoa.
Caro anónimo das 2:36PM, isto não é simplesmente trabalho de religião, mas sobretudo ser altruista pelas pessoas.
E também e refiro-me ao texto, que esta excelente ideia serve também para trocar ideias e experiências e ficar a conhecer não só a região, mas sobretudo as pessoas e suas vivências.
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