15/11/2013

FACHADAS DE AZULEJOS EM RISCO DE DEMOLIÇÃO TOTAL NA RUA ANDRADE


In O Corvo (15.11.2013)
Texto e fotos por Fernanda Ribeiro:

«A demolição de dois edifícios contíguos da Rua Andrade, nos Anjos, onde vai ser construído um novo hotel, começou há cerca de um mês e, por enquanto, ainda estão de pé as fachadas revestidas a azulejo, características de muitos prédios antigos de Lisboa. Mas estes azulejos, mesmo que possam agradar a muitos e até aos turistas que venham a albergar-se no futuro hotel, não têm um futuro garantido. Bem pelo contrário, parecem estar condenados à destruição.

As declarações prestadas ao Corvo por trabalhadores das empresas envolvidas nos trabalhos e pelos donos da obra são contraditórias. Uns referem que o projecto é de demolição integral, outros não vão tão longe.

“À partida, a ideia é demolir integralmente os prédios”, disse ao Corvo um trabalhador da Sonangil, empresa a quem foi entregue o projecto da demolição, corroborando o que já antes afirmara uma funcionária do empreiteiro, a empresa Três C, Empreendimentos Imobiliários, que está a executar os trabalhos. “À partida, será para demolir tudo”, disse fonte da Três C.

Menos explícito é o dono da obra, Anil Ussene, que é administrador de um outro hotel também existente na Rua Andrade, o Hotel dos Anjos, situado mesmo em frente ao que irá ser construído. “Em princípio, a fachada mantém-se. Há uma parte que já está partida e.. vamos ver. Só se ela já não se aguentar”, disse ao Corvo o dono da obra, salientando que os trabalhos em curso foram todos aprovados pela Câmara Municipal de Lisboa.

Esta operação faz-se, para desânimo de todos os que lutam pela preservação do património azulejar de Lisboa, com expressa autorização camarária. “Estas obras [de demolição e construção] foram aprovadas por despacho do Sr. Vereador Manuel Salgado de 15-05-2011”, refere o cartaz de obra afixado num dos edifícios. [...]»

1 comentário:

Anónimo disse...

Segundo a CML isto vinha aprovada no novo PDM, como é possível?

Tiram-nos o património edificado, a calçada, tudo...

O que resta daqui a uns tempos de Lisboa?