11/11/2013

Em demolição: Mais 2 prédios de fachada de Azulejo - Rua Andrade 17-21 e 23-29


Exmos. Senhores
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,
Vereadora da Cultura da CML,
Vereador do Urbanismo


Cc. AML, PISAL, S.O.S. Azulejo, Media


Somos a protestar pela demolição, a decorrer desde meados de Outubro, de mais dois exemplares da Arquitectura lisboeta dos finais do séc. XIX, ambos com fachadas de azulejo, no Bairro Andrade, às portas do gabinete Senhor Presidente da CML: Rua Andrade 17-21 e 23-29.

Depois da demolição integral de 2 imóveis de fachada de Azulejo em Campo de Ourique em 2011 (R. Almeida e Sousa / R. Luís Derouet) - atentado ao património azulejar da nossa cidade -, não seria expectável que pudéssemos assistir à repetição de semelhante atentado.

Por que já nem as fachadas de qualidade, como estas, são salvaguardadas como memória da cidade? Voltamos à destruição ignorante que caracterizou as décadas de 60 e 70 do séc. XX?

O que acontece nestes casos de demolição integral, aos azulejos de fachada? São levantados, recolhidos e depositados num banco de materiais da CML para posterior utilização em obras de reabilitação? Ou será que ainda vai tudo parar a um vazadouro como fosse mero lixo?

É no mínimo chocante que a CML continue a aprovar a demolição de edifícios com fachada de Azulejo - para quê falar tanto do Azulejo como elemento identitário da capital, como mais valia turística, quando depois as políticas urbanísticas denunciam exactamente o oposto?

Passados mais de 2 anos sobre a implementação do PISAL, quais os resultados práticos para a cidade?

Todos os anos Lisboa perde e destrói cegamente as suas fachadas de azulejo - segundo os números do PISAL, reportados há 3 anos e estimados por alto, nos últimos 20 anos a capital teria já perdido mais de 25% das fachadas de azulejo! Nesta altura, cremos que tenha perdido muito mais.

Estes dois prédios na Rua Andrade são paradigmáticos da diversidade de revestimento azulejar na Arquitectura de Lisboa na passagem do séc. XIX para o séc. XX. As fachadas, totalmente revestidas de azulejo estampilhado, têm uma aplicação cuidada, com cercaduras. Erguidos entre 1894 e 1907, são exemplos qualificados, únicos e irrepetíveis da história da nossa cidade.

Com os melhores cumprimentos,


Fernando Jorge, Bernardo Ferreira de Carvalho e Luís Marques da Silva

20 comentários:

João disse...

Em Paris fazem o oposto; ou seja: Reabilitam os edifícios.

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=108466764#post108466764

Sim... já sei que não estamos em Paris....

Anónimo disse...

Preservar a identidade da cidade??? Qual quê, o que se tem visto é que azulejos e calçada portuguesa são elementos a combater!

Anónimo disse...

É inacreditável! Mas a CML pactua com isto

Robindosbosques disse...

Preservar o passado é garantir o Futuro!

Amigos do Jardim Botânico disse...

Concordamos com o teor deste protesto pois é de facto um crime continuarmos a demolir estes prédios no séc. XXI. É deitarmos ao lixo o património que afinal nos distingue de outras cidades do mundo. O que devia ser tratado com carinho e como valor acrescentado, é desprezado como algo a expurgar da cidade.

Filipe Melo Sousa disse...

Demorou mais de um século para perceber que a calçada macadomizada era um tique de terceiro-mundismo, e a bani-la.

Espero que não demore o mesmo para percebermos que os azulejos em nada contribuem para dignificar a imagem de Lisboa. Esses ladrilhos toscos e pirosos só servem para nos associar com a imagem de um país magrebino.

Tiago disse...

Ena, mais um bocadinho e o sujeito das 9:45 vira ditador.

Não só e ignorante e inculto como também gosta de tecer comentários depreciativo e intolerantes sobre formas de arte e cultura que fazem parte do nosso património.
Felizmente não lhe dão ouvidos
e por um que cai aparece outro, como o de azulejos vermelhos ali na Rua de São Paulo.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Apesar de haver azulejos bonitos e feios (como em tudo na vida - a começar por camisolas verde-alface...), esta arte nada tem a ver com os "magrebinos" - acima referidos por quem fala do que não sabe.
Sugere-se uma visita ao Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, para quem queira saber algo mais.

João Reis disse...

Mas quem é que no seu perfeito juízo acha que isto é uma má associação:

Campo de Santa Clara

http://www.lisboapatrimoniocultural.pt/artepublica/azulejaria/pecas/PublishingImages/azulejaria%20de%20fachada%20-%20luis%20ferreira%20078_a.JPG


Ou a Casa do Ferreira das Tabuletas no Chiado:

http://www.lisbonlux.com/images/azulejos-trindade-lisboa.jpg


Ou mesmo azulejos mais modestos como o nº 80 da Rua de O século:

http://asfolhasardem.files.wordpress.com/2011/03/rua-do-sc3a9culo-79.jpg

Entre outros...

Há "coisas" que me ultrapassam.

Filipe Melo Sousa disse...

O Sr. João Reis foi todo orgulhoso buscar a colecção de música pimba. E orgulha-se. Os turistas por delicadeza vêm cá, fazem um sorriso amarelo e dizem que apreciam.

O pior do mau gosto é que ele não se enxerga.

Anónimo disse...

Estão a dar corda ao tipo que acha que o lixo nos passeios e os carros nas passadeiras coisas de pleno direito para se fazer face à falta de estacionamento e de recolha de lixo, quando no país onde vive - que nem sequer é Portugal - busca-se o lixo uma vez por semana e se deixar o carro ilegalmente estacionado não fica lá mais do que 5 minutos. O senhor tal pode não gostar de azulejos: é justo porque gostos não se discutem, lamentam-se. Mas o que vocês estão a fazer é a convidá-lo a partilhar os seus gostos connosco, o que gostaria de evitar a todo o custo porque de ignorância temos bastante aqui, nas administrações e entre privados, que bem podiam levar o mesmo destino desse tal senhor que vive na Holanda.

Filipe Melo Sousa disse...

Aqui na Holanda há lixo nas ruas como é óbvio. E carros em cima dos passeios nas zonas onde não há estacionamento. Tal como em Lisboa, ninguém deixa de ir dormir a casa quando não há lugar.

Já alguns iluminados aqui sugerem que os últimos a chegar ao bairro voltem ao escritório para lá passar a noite certamente.

João disse...

Caro Sr.Filipe de Melo:

Não aprecio musica pimba.

O meu género é mais musica clássica, até já fui aluno do Conservatório de Música.

E sim, não só tenho orgulho dos Azulejos Portugueses como de ter completado o 7º Grau de Violino.


Quanto aos turistas:

Deve estar a referir-se aos Ingleses, Italianos,Alemães,Americanos e outros tantos que nos visitam e que não só os fotografam como "inundam" as suas páginas pessoais com fotos dos mesmos; conheço vários.

Ou está a falar daqueles que pelos piores motivos os roubam (de tão feios que são) para os vender no estrangeiro?

Olhe que outros até editam livros...

Quanto ao mau gosto e à falta de noção do mesmo:
Palavras caras de quem não tem um palmo de testa para se olhar ao espelho e perceber que parece um tolinho com essa camisola verde alface.

Filipe Melo Sousa disse...

O Emmanuel também estudou no conservatório. Quem sabe se ele não gosta de azulejos :D

Não diga mal da minha camisola comprada por 5€ numa loja de rua em Haia :) Mas pronto, só posso aceitar esse reparo com fair-play, dado o baixo budget que atribuí a essa compra. Apeteceu-me ser forreta (deve ser influência holandesa), agora há que lidar com as consequências.

Anónimo disse...

Para quem critica a música pimba esse senhor parece saber bastante.
Na Holanda as pessoas estacionam em cima dos passeios e das passadeiras e deixam os lixos na ruas?! Sabe perfeitamente que não está a dizer a verdade. Onde mora na Holanda, que essa parte não conheço? Mande fotografias de carros estacionados em cima de passeios e passadeiras. Mande fotografias como aquelas que pode ver aqui onde o lixo cobre ruas inteiras da cidade.

Filipe Melo Sousa disse...

Lixo na rua há por toda a parte. Procure no youtube por "momento de aculturação" ahahah

Carros em cima dos passeios idem. Também posso enviar fotos.

Anónimo disse...

Faça favor de enviar as fotografias com data e nome da rua.
É que assim posso confirmar com o meus amigos holandeses...

mig disse...

continuam a dar trela ao troll matarruano do filipe de sousa

Anónimo disse...

Já respondeu, a CML?

Anónimo disse...

Lisboa É Linda

Tobias da Madragoa