14/05/2009
Chegado por e-mail:
«Não sei se isto já passou pelo fórum, mas recentemente dei de caras com um anúncio numa moradia antiga na freguesia das Mercês que está à venda, tendo o cartaz do anúncio uma referência para este site: http://montolivete.blogspot.com/
A "solução residencial alternativa, exclusiva e sofisticada" parece-me totalmente desenquadrada do local (uma rua pacata, que desce para a Praça das Flores), onde não há nenhum "Edifício de Arquitectura Contemporânea" (citando o site).
Lendo o site, fica a dúvida se o projecto já foi ou não aprovado:
"Este projecto é apresentado com 2 diferentes opções de compra, com o projecto aprovado pela C.M.L. para construção pelo comprador ou “chave na mão”."
Se sim, fico boquiaberto.
Se acharem relevante, publiquem no forum. Peço anonimidade.
Continuem o bom trabalho.
Um seguidor atento do forum»
Texto corrigido e as minhas desculpas;-)...
Obrigado. Este é o prédio da Rua do Monte Olivete, Nº 55-57:
O projecto de construção nova (1763/EDI/2006) foi indeferido em 9 de Abril de 2008, pelo que não há justificação para o deferimento da demolição (207/EDI/2009), ou há?
De qualquer modo, o que me parece grave neste caso é o total desenquadramento do novo edifíco naquela malha, apesar de tudo, consolidada.
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11 comentários:
escreve-se "anonimato"...
e anonimato significa que o nome não deve aparecer...o que aconteceu ;)
Obrigado pelo alerta. Corrigido o anonimato.
Junto à Praça das Flores... Hum...Deve ter sido oferta da Skoda ao Zé pelos serviços prestados.
apesar de quê? é uma área histórica e creio mais do que consolidada...
Há várias questões que se levantam sempre nestes casos:
_ seria preferível manter a fachada, e deixar aquelas duas portas, cuja altura parece ser "mínima", e não ter estacionamento interior?
_ ou abdicamos do existente em prol de uma melhor funcionalidade / qualidade? ao construir de raiz, devemos (tentar) imitar os alçados adjacentes? ou pelo contrário, criar um constraste bem marcado?
(...) e viva (est)a contemporaneidade!
AB
Um bom exemplo do ataque à vivência de cidade protagonizado por essa arquitectura retrógrada e desumana tida por contemporânea.
Para quem passa não há lojas ou janelas mas o agressivo portão da garagem.
Quem lá habita, entra e sai sempre de Jeep ... "Ao volante pela cidade" (de quem é?)
De uma fachada quente e aberta para a rua passamos ao liso glacial, qual parede de WC.
E aposto que os novos-ricos que compram isto vão colocar soalho flutuante a imitar o antigo, e lareira.
Interessante saber se o prédio será pré-pombalino. Um encanto para o olhar, um amor para habitar !
Este predio podia perfeitamente ser recuperado, o seu caracter e idade justificam-no plenamente.Em vez disso querem por no lugar dele uma fortaleza fechada, para as tais pessoas que entram e saem de casa de carro.Sim porque nao andar na rua tambem contribui para a inseguranca...
o anonimato é voluntário, durane a guerra os nazis chamavam-lhes "bunkers", está-se mesmo a ver as metralhadores viradas para a malta que passa.
Obra "autor" de um ilustre arquitecto esclarecido e para um cliente ainda mais esclarecido pois provavelmente e dada a inexistencia de posto transformador na zona achou bem fazer um "bunker" no meio deste bairro popular.
Não admira que a profissão de arquitecto esteja pela rua da amargura, pois isto é um problema cultural a montante, da Ordem profissional que não se dá ao respeito; dos professores incapazes; da falta de cultura que promoveram a vaidade e narcisismo nos jovens arquitectos.
Provincianos e burros pois conseguiram desvalorizar a sua propriedade.
o problema dos (muitos) (maus) arquitectos é subverterem o que significa a arquitectura e o "fazer cidade".
è mais importante alimentar o ego do que fazer cidade, que pode significar, recuperar, reabilitar, inovar, enquadrar, mas sempre ter em conta o espaço envolvente.
não é o caso.
é triste.
e triste é quem quer viver na zona antiga da cidade como se vivesse num suburbio.
que contradição...
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