21/05/2009

De carro, a passo de caracol

[Peço desculpa por estar um pouco fora do contexto, mas a quantidade de vezes que este assunto passa por aqui merece o comentário.]

É comum pensar-se que o automóvel é o meio de transporte que possibilita o transporte mais rápido de pessoas na cidade. Nada poderia estar mais longe da verdade.
Esqueça-se os cruzamentos - que só ajudariam a contrariar este mito urbano - e pense-se numa rua de 1km, com 2 faixas, ao longo da qual queremos transportar mil pessoas. Se fossem de carro, com a ocupação média de 1,3 ou 1,4 passageiros por carro, os primeiros demorariam 1 minuto a chegar ao fim da rua, mas porque a rua tem uma capacidade limitada de tráfego (1000 passageiros por hora, por faixa), só 30 minutos depois é que chegariam os últimos. 31 minutos!
A pé, os primeiros demorariam 10 minutos, e 1,5 minutos depois teriam todos passado. 11,5 minutos.
De bicicleta, 3 minutos para a viagem a direito e 3 para que passassem todos. 6 minutos
Mota não está incluída na tabela, mas eu diria 1minuto + 5 minutos, já que as motas ocupam mais espaço que as bicicletas. 6 minutos
Autocarro, 1 + 2 = 3 minutos, ou 1+1=2 no caso de autocarros expresso.
Eléctricos grandes, 2 + 1 = 3 minutos.
Metro, 1 + 0,5 = 1,5 minutos

Só com 6 faixas é que o automóvel seria tão rápido como os peões. Com 1 faixa apenas, só a partir dos 6 ou 7km é que o automóvel seria mais rápido que o peão. E nem estou a pensar no arranque e no estacionamento! Claro que nos transportes também ainda haveria que esperar que os passageiros entrassem e saíssem, mas de automóvel teriam que sair do estacionamento, e estacionar todos depois. Só mesmo os peões é que se safariam desta tarefa extra.

A coisa torna-se absurda quando quem usa o transporte mais ineficiente, condiciona à força todas as restantes pessoas a sofrerem também as desvantagens da sua escolha. Lembre-se disto quando alguém defender que se deve melhorar os transportes públicos antes de condicionar a entrada de carros e o seu estacionamento em Lisboa.

[Os últimos segundos deste video no YouTube mostram bem a desvantagem do transporte automóvel face à mota (neste caso), quando o espaço não é infinito.]

75 comentários:

Anónimo disse...

Peço licença para deixar um comentário sobre ruas com uma única faixa de rodagem.

Não havendo, como não há (bem... nem seriam provavelmente respeitados, se houvesse) sinais assinalando locais para cargas e descargas, estas são feitas por quem precisa impedindo o trânsito, por vezes durante largos minutos.

As buzinadelas são mais que muitas, e os palavrões fervem.

É a Lisboa que temos. Que temos de suportar, bem entendido.

Miguel Carvalho disse...

P.S. ao POST:
Eu próprio fiquei espantado com os valores, e fui verificar se eram fidedignos. Encontrei valores muito semelhantes numa aula de transportes do MIT
http://ocw.mit.edu/NR/rdonlyres/Urban-Studies-and-Planning/11-540JFall-2006/7BEF4C9F-271B-44EE-A48F-5DD6660C6BA7/0/1b.pdf

Miguel Carvalho disse...

Ao anónimo das 1.51,

Ui, se vamos começar a pensar no estacionamento na faixa de rodagem, na variação do trânsito, etc. a coisa ainda fica mais negra.
E mais uma vez, nunca vi um peão, uma mota ou um autocarro estacionados na faixa a impedirem o trânsito. Agora automóveis... é rua sim, rua sim.

Nuno X disse...

Bravo!!!!
A melhor forma de fazer ver a este povo culturalmente moldado e formatado ao automóvel e a tudo a ele associado, que não é uma escolha eficiente em determinadas circunstãncias, é desta maneira!!
Promova-se a divulgação deste tipo de estudos e de factos comprovados, porque de outra forma as reacções dos condutores de automóveis a qualquer restrição aos mesmos é emocional e não racional.
É algo enraízado e assimilado durante as últimas gerações de portugueses, e que deve ser combatido sob pena de todos ficarmos mais pobres com o desperdício de riqueza na promoção de algo que é ineficiente, e pior que isso, com custos indirectos altíssimos, cujos responsáveis preferem que sejam divididos por todos ao invés de com justiça serem pagos pelos próprios!

Anónimo disse...

Acho que algumas pessoas aqui deviam andar no metro de Lisboa nos dias de semana pelas 18h para verem o que é um "transporte de qualidade", também conhecido como sardinha em lata.

Anónimo disse...

o mito é pensar que as pessoas pensam que o automóvel é o meio mais rápido na cidade. as pessoas que usam o automóvel fazem-no porque é mais rápido ou mais barato ou mais conveniente para o trajecto que precisam fazer. eu sou a favor da diminuição dos carros na cidade através do controlo do estacionamento. quando este deixar de ser à balda e o seu preço passar a fazer parte dos custos associados ao automóvel então o número de carros na cidade diminuirá. cálculos de guardanapo como este são interessantes para um teste de engenharia de transportes mas não mostram nada que já todos sabem por experiência...

Anónimo disse...

o mito é achar-se que as pessoas vão substituir o carro sem transportes alternativos, ou de qualidade.

Luís Alexandre disse...

A utilização do pópó é uma questão que não se alterará com mais e melhores transportes públicos. É tão somente uma questão de mentalidade.
Para muitos (mais do que o razoável), o automóvel é uma questão de status, é um complemento da própria pessoa, que só não o leva para a cama porque o carrinho não passa na ombreira da porta.
Quem puder fazer o seu dia-a-dia utilizando meios alternativos (transportes públicos, bicicleta ou a pé) e estiver sensibilizado para isso, facilmente verifica a falta de mobilidade que um automóvel proporciona, principalmente em Lisboa.
A mim não me passa pela cabeça utilizar automóvel no meu dia-a-dia, mas também não gosto do metro em hora de ponta (embora isso não seja o fim-do-mundo).
Diáriamente saio de casa (na zona do Intendente) às 08:30, vou levar um dos filhos ao colégio na zona da Estefânia e de seguida vou para o trabalho nas imediações da Rua do Salitre. Chego ao trabalho às 09:00/09:05.
Sabem qual é o meio de transporte que utilizo?

Maxwell disse...

De facto o carro é, em minha opinião um dos métodos de transporte menos eficientes e rentáveis. Contudo, gostaria de deixar aqui o testemunho de alguém que reside em Alverca do Ribatejo e que necessita de ir para o Príncipe Real semanalmente:
(Supondo que a viagem se realiza a um Sábado e que devo chegar ao destino pelas 4.30 da tarde.)
De transportes públicos:

02.30/02.35 - Saída de casa.
02.40 - Apanhar autocarro (Rodoviária de Lisboa): demora cerca de 15 minutos a chegar à estação de Alverca. O bilhete de viagem é 1.90€ (se não estou em erro). A pé a viagem demoraria perto de 25 minutos.
03.03 - Apanhar comboio: chegará ao Oriente pelas 03.14.
03.30 - Apanhar o Metro: Perto de 50 minutos de viagem fazendo o percurso Oriente-Alameda-Campo Grande-Rato.
04.20 - Andar 5 minutos da saída do metro ao destino.

De carro:

03.45 - Saída de casa.
03.50 - Entrada na A1 pelo Nó de Alverca.
04.05 - Entrada na 2a Circular.
04.15 - Passagem pelo zoo em Sete Rios (Se não houver nenhum jogo no estádio de alvalade ou da luz ou transito cortado numa artéria principal)
04.23 - Passagem por Campolide.
04.26 - Amoreiras.
04.28 - Largo do Rato.
04.30 - Chegada ao Principe Real.

De facto o carro não é práctico para quem mora em Lisboa mas, para quém tem que fazer este percurso ou similares da periferia para o centro da cidade, o carro poupa quase duas horas. Já para não falar no custo que, de transporte público facilmente ultrapassa os cinco euros com menos flexibilidade de tempo percurso.
Nem toda a gente que faz vida em Lisboa mora em Lisboa.

Xico205 disse...

Alias, a maioria não mora! Lisboa cada vez é mais uma cidade vazia. A cada ano que passa tem menos 10 mil residentes! Sintra já ultrapassou Lisboa no numero de residentes.

A AML tem 3,5 milhões de habitantes contra os menos de 500 mil de Lisboa.

Xico205 disse...

Todos os dias entram e saem do municipio de Lisboa cerca de 2 milhões de pessoas, o numero de carros é de apenas 400 mil! Logo a maioria vem de transportes publicos, a pé, de skate, bicicleta ou patins! Não é nada exagerado o nº de 400 mil carros. Até são poucos em percentagem e são de pessoas que não podem prescindir dele.
Isto é obvio em todo o lado, menos neste blog.

Free your mind.... disse...

"Até são poucos em percentagem e são de pessoas que não podem prescindir dele."
Meteram foi na cabeça que não podem prescindir de ir no seu espaço privado de 4m2 em vez de irem mais apertados ou não no combóio mas ao menos a ler um livro ou algo mais interessante que ver a traseira do carro da frente (no combóio vêm-se traseiras mais interessantes pelo menos...).
E preferem ir em lata privada com a cabeça vazia da condução do que a pensar na vida e na resolução de problemas concentrados ou a ler no transporte público, além disso assim às vezes (raramente) conseguem chegar a tempo de mais 3 ou 4 horas vegetativas à frente do tele-lixo da TV (a juntar à hora vegetativa no trânsito).
O desafio é transformar um povo em decadência cultural, económica e social, imprimindo-lhe uma nova dinâmica em que se passe a pensar na maximização do bem estar da sociedade como um todo e não de cada um individualmente. Terão que ser feitos sacrifícios no presente para que o futuro possa ser melhor - para mim isso já implicou deixar de usar o carro, deixar de patrocinar centros comerciais fazendo compras neles, deixar de patrocinar a decadência cultural deixando de ver TV e principalmente a triste programação nacional, e passando a optar por um modo de vida em que valorizo as coisas que me são próximas e não distantes.
Não custou nada, tenho cada vez mais dinheiro, perdi 12 kg de peso por deixar de andar enlatado, conheço cada canto, museu, sala de espectáculos da minha cidade, aproveito todos os eventos culturais que posso e passei a andar mais bem disposto e a ser mais produtivo.
Ah continuo a andar enlatado mas é quando com uma frequência quase mensal apanho avião para qualquer uma das capitais europeias com níveis de qualidade de vida e culturais superiores ao nosso (curiosamente escolhas respeitando esse critério não faltam).
Experimentem que não custa nada (mesmo!!!).

Anónimo disse...

Há pessoas com capacidade muito limitada para acolher sugestões ou outras ideias.
Pela minha parte, quando faço algum comentário mais critico aqueles que utilizam o carro no dia-a-dia, estou a dirigir-me obviamente àqueles que, possuindo uma alternativa razoável em termos de tempo de viagem, custo e logística pessoal, preferem utilizar o automóvel.
Eu sempre trabalhei em Lisboa, mas nem sempre morei em Lisboa, no entanto, no meu caso não compensava de todo a deslocação em automóvel, nem em tempo de viagem, nem em custo de viagem e nem na logísitica pós viagem (estacionamento).
Correndo o risco de generalizar, mas generalizando, quem mora nas linhas de Sintra, Cascais e até margem sul, tem boas alternativas de transporte colectivo, quer em termos de tempo de deslocação, quer em termos de custo.
Pessoalmente não tenho nada contra aqueles que vêm para Lisboa de num carro com 3 lugares vazios. Pessoalmente tenho contra quem pode combater essa situação e prefere não o fazer por falta de coragem e capacidade de decisão.
Portagens sim, e é já.
Luís Alexandre

Xico205 disse...

..."até margem sul"

...quem vem da Quinta do Conde, Brejos de Azeitão, Sarilhos, e outras localidades não é bem assim!

Passes à volta dos 100€, autocarros com muito maus horários e autocarros muito gastos e mal cheirosos onde de vez enquando se apanha pulgas!

Um colega meu para fazer a deslocação diária, Sarilhos Pequenos - Av. de Berna, demora no minimo 2 horas, caso não chova, caso nenhum transporte falhe!



Maxwell, considere-se com sorte a RL ainda aceitar passes sociais, assim consegue ter um combinado entre várias empresas de transportes por apenas 52,50€. Aproveite a borla, não dura para sempre. Se a RL não estivesse para perder dinheiro e tivesse preços sustentáveis, bem que podia ver o passe a subir para os 100€.


Para quem se desloca diariamente dos concelhos de Mafra, Sobral, Arruda, Alenquer, T. Vedras, Benavente, Salvaterra, Coruche, etc, para Lisboa os passes andam pelos 130€.

Xico205 disse...

...logo por 150€ traz-se carro, e poupa-se 3 horas por dia em transportes. É que nos dias de hoje não faz sentido acordar ás 5 e tal para estar em Lisboa ás 8! De carro basta acordar ás 6:40.

Além que para a maioria o carro é uma ferramenta de trabalho. É que não é por acaso que quando vejo filas de transito de hora de ponta farto-me de ver comerciais, e camiões!

O senhor que diz que é por comodismo concerteza que não anda nas horas de ponta na linha de Sintra, ou então não tem olfacto!
É que por acaso, quando eu tinha que levar o portatil no comboio para o Cacem, vi tanto xunga a fazer-me olhinhos ao computador, que eu não ia nada descansado! Além de conhecer muita gente que já lá foi roubada e esfaqueada!

O cenário quando se chega ao Cacém ás 19h dum sábado é identico ao chegar ao Bronx!

A ultima vez que andei na linha de Sintra foi uma viagem de Entrecampos para a Amadora num comboio recentemente remodelado, mas já com uma mistura de cheiros horriveis, e ainda nem era hora de ponta! Depois iam umas senhoras num diálogo de gritos em criolo dum lado para o outro do comboio! Um mitra com o telemovel a oferecer som de hip hop para toda a carruagem!

Vamos fazer uma aposta como o Free your mind.... nunca andou na linha de Sintra com um portatil, etc... Chega de demagogia e veja a realidade! Em qualquer sitio da net, há pessoas que vêm a relaidade, menos nesde blog que é só demagogia.

Mudem o nome do blog para: Demagogia LX

Anónimo disse...

Para responder a estes últimos comentários, passo a citar a mim próprio ...
"...dirigir-me obviamente àqueles que, possuindo uma alternativa razoável em termos de tempo de viagem, custo e logística pessoal..."
Está tudo dito "amigo" Xico205 leia com atenção o que os outros escrevem para não gastar o seu tempo a escrever tanto...
Luís Alexandre

Anónimo disse...

"Free your mind": Aposto que é daqueles funcionários públicos já pensionistas (que enquanto no activo não fizeram praticamente descontos - sim porque descontos sempre foram para quem trabalha no privado) e com uma pensão de reforma daquelas bem chorudas. Sobra-lhe tempo e dinheiro! Está cheio de sorte.

Já agora, para não se enlatar no avião, porque não vai de balão? Sempre apanhava ar mais puro.

Já agora, para não se enlatar no avião, porque não vai de balão? Sempre respirava mais ar puro.

Xico205 disse...

Isso não inviabiliza o que eu disse!

Xico205 disse...

a minha ultima mensagem era para o Luis Alex.

Entretanto escreveram uma.

Anónimo disse...

O Xico205 tem toda a razão naquilo que escreve. Apoiadissimo!

Xico205 disse...

Obrigado pelo apoio, só tenho pena que não assine (assim ficava a saber se nos conhecemos doutros sitios da net).

Sabe que muita gente nunca teve o prazer de ficar com a roupa suada, embora o próprio corpo não tenha suado, maneira que acha que os transportes publicos são excelentes modos de locomoção! Fora o resto que eu já disse! Tambem não compreendem que os transportes estão no máximo da capacidade. As linhas não teem poder para crescer mais. A linha de Sintra tem quase estações de 500 em 500m. Os comboios nem chegam a acelerar entre Massamá, Monte Abrãao e Queluz-Belas e entre a Amadora, Reboleira e Damaia.

Free your mind..... disse...

"Vamos fazer uma aposta como o Free your mind.... nunca andou na linha de Sintra com um portatil, etc..."
Já andei às 23h vindo de S.Martinho do Porto de comboio InterRegional com duas biclas de carbono que juntas dariam para comprar o servidor do sítio onde trabalhas - como prémio pela aposta ganha andas um dia de trabalho em Lx sem carro pode ser?
"Aposto que é daqueles funcionários públicos já pensionistas"
Nop tenho 33 anos e trabalho para uma empresa de consultoria - em Agosto vou ter que pagar uma batelada de $ de impostos apesar de fazer retenção na fonte....Nem medicamentos desconto para não me chatear com facturas...
"Sobra-lhe tempo e dinheiro! Está cheio de sorte."
Primeira meia verdade - sobra-me dinheiro mas porque não o gasto com carros nem com nada a eles associado - em dois anos poupei mais de 3000 euros, a última vez que fui à bomba de gasolina foi há seis meses....
"Já agora, para não se enlatar no avião, porque não vai de balão?"
Tens toda a razão andar de avião é um frete tão grande como andar numa lata mais pequena, no entanto já estarei quase a encerrar o meu périplo pelo mundo de avião (já conheço a europa toda e os países que mais me interessam do mundo - já visitei cerca de 40 países).
Em vez de balão irei fazer viagens de combóio e bicicleta pela Europa, e não contribuirei para o "enlatamento" e poluição aéreas.
A sobrecarga de latas na estrada ficará resolvida em breve - o petróleo já vai acima dos 60 dólares o barril!
Gaste-se os recursos do país em actividades verdadeiramente produtivas e numa rede de transportes eficiente do ponto de vista não só de comodidade mas também com eficiência energética, limpos e que promovam a vida em sociedade.

Xico205 disse...

O servidor da Universidade Nova de Lisboa não é assim tão mau, mas sim ás vezes fica em baixo! LOL

Por acaso não ando todos os dias de carro. ÀS vezes ando de transportes publicos, outras a pé e outras de bicicleta e outras de mota.

Xico205 disse...

A melhor descrição de transporte publico que já vi, feito por uma passageira regular da RL sector amarelo (Caneças):

Nathalie disse...
As pessoas por norma desprezam o transporte público. Falam mal dos motoristas que "pensam que estão a transportar animais" (citação dos passageiros regulares), falam mal se se atrasa cinco minutos...
Eu também falo mal, principalmente porque já fiquei no caminho 4 vezes no Autocarro 210. E curiosamente avaria sempre na mesma paragem... (será um feitiço?! :P). Também falo mal porque quando houve cheias chovia lá dentro... fui para a faculdade encharcada. Detesto quando falha uma hora, e detesto pagar tanto e ter poucas condições.
Mas andar de Bus não é só coisas más!!!! Ando todos os dias na carreira 210 à 6 anos, e na 201 durante 4 anos. Já Dormi um milhão de vezes, já perdi as minhas chaves, o meu dossier, o meu saco de desporto (que estavam no terminal de caneças), já perdi a minha carteira... (que me foi devolvida por um senhor brasileiro)looool (sou muito despistada). Já Acabei livros, já estudei em cima do joelho, já revi matéria antes do exame, já fiz TPC's que não tive vontade de fazer no dia anterior. Oiço música, escrevo no diário, organizo a minha agenda, revejo as minhas compras do Colombo (com ansiedade de chegar a casa e "brincar" com as coisas). Já namorei, já gozei com as outras pessoas, já reencontrei amigos que não via à muitos anos, já vi assaltos, já caí no colo de alguém nas travagens bruscas. Faço ginástica matinal porque corro todos os dias, para apanhar o Bus, porque estou atrasada. Já rompi umas calças a subir as escadas ao pé do posto médico de casal de cambra (porque caí de Joelhos), para apanhar o Bus que estava lá parado (Mas ao menos esperou por mim). Já aprendi a perceber os sinais que as pessoas transmitem, involuntariamente, quando o Bus está a chegar. Já conheço os motoristas, vejo algumas pessoas todas as manhãs, todas as tardes e noites. Apanhou os cegos que pedem no Metro mas que vivem em casal de Cambra. São aqueles senhores que dão os troquinhos todos ao motorista em troca de notas ou moedas maiores. Apanho os bacanos que levam a porcaria da música aos altos berros no telemóvel. Apanho as pitas histéricas na adolescência. Grito montes de vezes quando as pessoas insistem em não andar para o fundo do autocarro, que está vazio, para poderem entrar mais pessoas. Já fui assedeada. Já vi Góticos, freaks, Punks, Betos, alternativos, Hip Hopeiros, raparigas com o cabelo Afro, Já vi banhas de fora, Regos... loooooooool.
Há aquelas senhoras que estão sempre a rir, a mãe que acompanha a filha que vê mal, a mãe que tem um filho insuportável. Já ofendi velhas, já ajudei senhoras... Já gritei a donas de casa por estarem a bater nos filhos dos outros, já gritei para o autocarro inteiro para terem a decência de saírem da porta da frente para o motorista poder arrancar. Já gritei com o motorista porque ele me queria fechar a porta, quando entrei, e as minhas amigas continuavam lá fora. Já vi um monte de acidentes, já vi uma gaja bater com o carro no bus (naquela paragem amaldiçoada... lololol).
Mas o que mais gosto é ter tempo para deixar os meus pensamentos fluírem, sem interrupções, a olhar pela janela, enquanto o sol ainda está a nascer, e a apreciar a chuva a escorrer na janela... O melhor de tudo é que este bus me leva todos os dias para o metro, para ir para a faculdade, e poder treinar para ser psicóloga enquanto observo a variedade de gente que lá passa... Todos os dias há algo novo...
(Nem tudo foi positivo, mas merecia entrar aqui :P)
Se por acaso fizeres a carreira 210, das 7h25 ou 7h35 da manhã, e parares na paragem da Lisprene (Casal de Cambra), então até breve!!

P.S. Também gosto do Bus porque poupo euritos de combustível...... loooooooooool

4 de Maio de 2009 23:12



Foi tirado do excelente blog do meu amigo Ricardo Figueiredo que por vezes tambem passa pelo cidadania:

http://autocarro-amarelo.blogspot.com/

Anónimo disse...

Xico205: Eu só o "conheço" mesmo é deste blog e por norma concordo com o que escreve.

Eu sou daquelas pessoas "finas" que agora me desloco de carro para/de a linha de Sintra. Durante a minha vida já andei muito de transportes públicos (metro, autocarros e até eléctricos) e não gosto, sob a maioria dos aspectos: empurrões, cheiros logo de manhã de cair para o lado, roubos, etc., etc.

E realmente não assino, olhe nem sei bem porquê!
Cumprimentos.

Anónimo disse...

Oh Free your mind: não queres deixar aqui a tua morada, tlm, etc.? É que é só quase o que falta.

Meu caro, eu sei o que são aviões e viagens - pagas do meu bolso.
Porque há por aí muita gente que só viaja à conta da empresa onde trabalha. OK?

Xico205 disse...

Mais uma vez muito obrigado pelas palavras simpaticas, que nunca tinha me tinham sido dirigidas neste blog, apesar de eu ser recebido com simpatia em todos os outros sitios que frequento na net.

Eu faço os possiveis por mostrar a realidade e fazer ver aos iluminados o mundo real e não o mundo de fantasia em que vivem!
Mas ás vezes como não estou para que me chateiem, assino em anónimo.
Só continuo aqui porque acho que a minha contribuição é positiva para o blog, porque por aqui encontra-se muita gente a dar palpites sobre assuntos que nada sabem. Embora na maioria das vezes seja uma conversa de surdos! Como frequento foruns e blogs muito melhores não preciso deste para discussões saudaveis (que normalmente ñ existem), mas lá vou andando por aqui, até um dia! LOL

Anónimo disse...

Cada um sabe de si.
Tenho uma versão e uma vivencia menos romântica que a da Nathalie e muito menos negra que a de algumas pessoas.
Sobre este post só digo uma ultima coisa ... "Portagens sim e é já" !!!
Luís Alexandre

Iletrado disse...

Caro Xico205
Vou aceitar a tese na qual afirmas que todos os dias entram 2 milhões de pessoas em Lisboa e 400 mil dessas entram de carro. É uma percentagem de 20%. Portanto, uma minoria de 20% daqueles que insistem em, todos os dias, circularem de carro em Lisboa têm o direito divino de usurpar o espaço dos restantes 80% que optam por outras alternativas - e nesse espaço usurpado está incluído o abuso da ocupação dos passeios. Onde está a demagogia aqui?
Também sei por experiência própria o que é ter de utilizar os transportes públicos dos arredores para Lisboa. Mas refiro-me só aos horários e à falta de coerência no desdobramento e ligações entre carreiras. E aos preços do serviço, claro. O resto que referes, os maus cheiros dos outros (sempre dos outros, claro! Não será este teu argumento um pouco racista?), também se aplica aos automóveis. Sempre que me desloco de bicicleta ou a pé tenho de suportar o cheiro dos carros. A música no máximo daqueles que conduzem aparelhagens de quatro rodas. As buzinas daqueles que têm a buzina ligada ao verde do semáforo. Os olhinhos, os roubos e os esfaqueamentos também se aplicam a quem se desloca de automóvel. Ainda o ano passado, só em Lisboa, duas pessoas foram baleadas devido a discussões de trânsito. Tenho um amigo que foi sovado porque abrandou e depois parou quando o semáforo passou para amarelo. O indivíduo que seguia atrás considerou, com a razão da força, que ele não devia ter parado. Sem esquecer que uma grande parte das pessoas que não podem prescindir do carro colocam em perigo potencial os que podem prescindir do carro, uns porque não respeitam os ciclistas na estrada, outros porque não respeitam os peões nos passeios e nas passadeiras, outros porque não respeitam nem uns nem outros. Onde está a demagogia aqui?
Penso que poderíamos clamar por transportes mais eficientes, propondo alternativas, ao invés de nos limitarmos a baixar os braços e aceitar que os transportes são assim e nada há a fazer. Mas, como tese, vou aceitar que este teu argumento é válido, que não há alternativa ao carro. Então, se os transportes públicos não são alternativa, democraticamente tens de aceitar que todos têm direito a levar carro para Lisboa, comercial ou não. Se considerarmos que a média de ocupação automóvel ronda 1,5 por viatura (há quem diga que a média é menor), de acordo com os teus números teremos à volta de 266 mil carros diariamente em Lisboa. 266 mil carros já entopem Lisboa. Se todos levarem o carro para a cidade teremos à volta de 1 milhão e 333 mil carros em Lisboa. Como circula 1 milhão de automóveis em Lisboa? Como se arquiva 1 milhão de automóveis em Lisboa? Onde está a demagogia aqui?
Boas pedaladas.

Xico205 disse...

Eu disse que entram 400 mil carros não disse 400 mil pessoas, se a ocupação média por carro é de 1,5, logo o numero de pessoas a entrar em Lisboa de carro nas movimentações pendulares são 400000x1,5!

Realmente és iletrado!

Xico205 disse...

Eu falei em mau cheiro. Onde está o racismo???
Não consegui perceber a ligação!


Queres comparar a musica que vem dos carros uns segundos com a musica de 20 minutos mesmo ao teu lado!
Normalmente a musica que toca é deste estilo: http://www.youtube.com/watch?v=R2xM8tRnR4Q

se perceberes criolo vês quem é racista. Normalmente estas musicas têm uma frase em português para toda a gente perceber: "Bófias têm sete vidas, niggas têm oito balas"!



"Penso que poderíamos clamar por transportes mais eficientes, propondo alternativas, ao invés de nos limitarmos a baixar os braços e aceitar que os transportes são assim e nada há a fazer."

O que propões fazer? Os transportes eram melhores quando existia a Rodoviaria Nacional e não havia o problema de darem prejuizo, o Estado ñ quis assumir o custo e privatizou, logo agora aguentem... Muito já a RL, LT e TST fazem ao serem privadas e aceitarem passes sociais! Se eu fosse do concelho de administração podes ter a certeza que se acabava a mama!

Anónimo disse...

Ó Xico que de esperto não tens nada responde às perguntas com inteligência ou então vai dar uma volta de lata a pé ou como quiseres ao engarrafamento mais proximo e aproveita para inalar bem o ar que lá se respira, profundamente sff....
Já que trabalhas na
UNova aconselha aí o pessoal a tirar o estacionamento de carros e fazer uma zona verde ou algo assim, parem de subsídiar ainda mais os mitras que vão de mini pago pelo paizinho para a universidade pública mas que para propinas não têm dinheiro.
Que grande tasca mal frequentada se tornou esta amostra de país - a maioria das pessoas tem o nível cultural e intelectual de uma barata atordoada com dum-dum....

Xico205 disse...

Tu é que não és nada esperto nos comentários que fazes senão sabias que o estacionamento da Nova é em garagem subterranea debaixo do edificio, mas se queres plantar um jardim em 3 caves estás à vontade!

Inalar o ar, sim todos os dias, consequencia de viver numa cidade, mas quando vou de bicicleta ainda inalo mais.

Quanto ao nivel cultural deves-te rever nele, pelos comentários ridiculos que fazes!

António C. disse...

Xico205, o que noto no seu discurso é pouca vontade para discutir os problemas e assumir a sua visão dos problemas como a real, a verdadeira a única fora de "um mundo de fantasias". O tom do seu discurso é azêdo e talvez por isso diga que não obtém a receptividade que diz ter noutros blogs.

O iletrado argumentou de forma sustentada sobre alguns dos problemas da sua visão sobre o problema da mobilidade.

O problema é complexo e carece de uma abordagem mais holística. Eu vivi em Lisboa vários anos e nos primeiros anos deslocava-me principalmente de transportes, usando os autocarros apinhados de idosos da estrada de benfica, depois tive a possibilidade de usar um carro e ainda me sentia mais apertado e de pernas cortadas incomodade pela inflexibilidade que o automóvel proporciona. Por fim descobri que a bicicleta em 20 minutos me colocava em quase todos os locais onde desejava ir em Lisboa sem o problema de aturar os outros nos transportes ou ficar "preso no trânsito".

Já vi que também anda de bicicleta e por isso deve saber que a bicicleta proporciona uma flexibilidade, privacidade e rapidez que nenhum outro transporte proporciona (talvez as motos).

Agora, outro ponto que tocou e me parece essencial é o abandono das pessoas da cidade para zonas como a linha de sintra ou o eixo da A8 com Mafra, Malveira, Torres Vedras.

Para mim parece-me pouco razoável, que milhares de pessoas gastem 1 ou 2 horas sozinhas por dia, dentro de uma lata e que invadam o espaço que alguns chatos resistentes escolheram para viver.

Daí as portagens serem uma óptima ideia. A alternativa não é exclusivamente usar os transportes públicos, mas sim convencer as pessoas que é melhor e mais racional (mesmo que por vezes percepcionado como mais caro) viver perto do local onde se trabalha. Isto seria fulcral também para que aqueles que têm de usar o automóvel visto que reduziria o congestionamento...

Claro que as razões para se viver longe do trabalho vão para além da exclusiva vontade das pessoas, mas noto que o que uma família decide gastar na posse de 2 ou 3 carros (ou mais) por família seria muitas vezes suficiente para cobrir a diferença de custo de viver perto do local de trabalho.

Por fim, e quanto ao estacionamento da Nova, penso que se refere ao polo da Uiversidade na Av. de Berna, e presumo que o outro anónimo se referia a outro local...

Quanto às 3 caves. Diga-me qual a taxa de ocupação da mesma. Sei, por exemplo, que o último piso nunca é usado...

Xico205 disse...

António C. eu ao dar a minha opinião tambem estou a trazer ideias diferentes para debate. Mas quem tiver bom senso concorda que são atiradas para aqui muitas ideias utópicas! Muitos dos que se deslocam de carro já tiveram a experiência dos transportes publicos, e chegaram à conclusão que não lhes serviam convenientemente como já aqui foi relatado!
Eu comecei a trabalhar no sector dos transportes, entretanto larguei o trabalho e entrei para a universidade como aluno para o curso de Geografia com especialização em ordenamento e planeamento. Passei por Coimbra e agora estou na Nova, tive formação especifica em geografia dos transportes em que são analisadas e feitos estudos de mobilidade, logo não ando aqui à toa!
Quanto ao tom azedo, ou é de resposta a outros azedos ou de resposta de indignação a comentários sem pés nem cabeça que aqui são escritos! Se é para discurtir isto a serio, tudo bem, se é para escrever medidas ridiculas, entao o post perde toda a credibilidade e ñ se anda aqui a serio! Para isso tenho outros sitios muito melhores onde discuto estes assuntos. Tanto na net como no meu dia-a-dia com os meus colegas de curso que estão por dentro destes assuntos. Eu como gosto destes assuntos gosto de participar em debates para poder informar quem menos sabe do assunto e ensinar. Já fiz estudos de mobilidade para áreas rurais de baixa densidade demografica, onde o dificil é encontrar sustentabilidade uma vez que as empresas de transportes das zonas são privadas! Por um lado as populações não podem ficar isoladas, mas por outro tambem ñ é rentavel por-se um transporte regular que ñ é usado!

O iletrado argumentou os pontos dele com arrogancia, eu argumentei os meus. Enquanto ñ me foi respondido com arrogancia eu fui simpatico no que escrevi! Noutros sitios da net por onde ando há pessoas que sabem mt mais sobre este assunto e até n trabalham na área, lg ñ têm que saber e são educadas e ordeiras!

A bicicleta pode servir a umas pessoas e ñ servir a outras! A mim serve-me por vezes quando vou de mãos a abanar ou levo mochila, mas ñ me serve se tiver que levar computador. Serve-me porque moro a 3kms da Av. de Berna e demoro 10 ou 15 minutos. Mas no meu curso onde há cerca de 400 pessoas menos de 5% reside em Lisboa, para os colegas q se deslocam de Alverca, Barreiro, Cartaxo ou Setubal já n serve. Tenho um colega q andou a explorar qual o melhor caminho para vir do Forte da Casa de bicicleta, a duvida dele é qd a N10 chega a Sacavem, qual o caminho a seguir! LOL
O colega de Alenquer pagava 100 e tal euros pelo passe combinado Boa Viagem-metro e estava parado todas as manhãs no transito da A1 de Sta. Iria até ao Campo Grande. Se ele tem um carro de baixa cilindrada a gasoleo sai-lhe mais barato e demora menos tempo vir de carro, alem que vai a ouvir os cd,s dele e n tem q aturar gente chata.

Quanto à garagem da faculdade n sei responder, nunca la entrei mas os profs estao sp a falar mal dela!

As razões de viver onde se vive são de caracter pessoal e cada um sabe de si, as pessoas ñ teem q viver num sitio q n gostam pq fica perto do trabalho, ate pq tenho colegas q conciliam a faculdade em Lx com trabalhos na Lourinhã, Alenquer e Cartaxo. Cada um vive onde gosta ou pode e as mobilidades têm que ser analisadas nesse ponto. Muitos escolheram viver em áreas rurais pq acham q têm mais qualidade de vida do q viver em LX, cidade q detestam e só cá vêm por necessidade.

Xico205 disse...

Lisboa só tem entradas decentes para quem vem de sul.

Quem entra pela A1 tem como cartão de boas vindas os prédios feios de Alhandra, Sta Iria, S. Joao da Talha, Bobadela e Sacavem depois mesmo à entrada de Lx tem as barracas do Prior Velho.

Quem vem da A8 tem tb predios com azulejos horriveis cheios de marquises construidos por patos bravos, sejam eles na Povoa de St. Adrião, Odivelas ou Calçada de Carriche, tem ainda as construções clandestinas nas encostas de Camarate e Olival de Basto que parecem uma favela brasileira antes de chegar à Cç de Carriche. Quem vem do IC16 tem como vista as mini favelas nas encostas tais como a Brandoa, a Serra da Luz o Vale do Forno e a Pontinha.
Quem vem pelo IC19 tem os predios horrorosos da Buraca e de Benfica que parecem móveis onde as pessoas vivem em gavetas, predios sem estetica muito grandes, cheios de marquises.


Como querem que as pessoas que vêm de zonas rurais com qualidade ou de cidades médias muito arranjadinhas gostem de Lx, cidade onde a criminalidade é mais que mt e o preço das casas é carissimo! Ou se tem dinheiro para viver no centro ou então mais vale viver fora!


Durante o Estado Novo ñ ligaram nenhuma ao interior, onde residia a maioria da população, hoje temos o ridiculo do litoral acolher 80% da população e o interior que tem muito mais área ñ ter quase ng! As pessoas vão para onde é melhor. Hoje temos os problemas de suburbanização e de mau ou nenhum planeamento que temos a todos os niveis, transportes inclusive!

HOMOSAPIENS disse...

O caro XICO205 faz-me rir no bom sentido. Você disse mais a cima que por vezes não mete o seu nickname XICO205, mas sim anónimo para não se chatear. Bom quer dizer, eu acho que na vida real o seu nome não é XICO205, por isso não é preciso assinar anónimo.LOL.


Eu por minha parte ando de camelo, é muito mais saudavel para o ambiente. Só lhe dou de comer e pouca agua porque eles têem reservas.

Xico205 disse...

È pena que só retenha a informação que menos interessa!
Que vontade dá de andar aqui a escrever?

Anónimo disse...

Há pessoas muito limitadas e que não têm capacidade para acolher sugestões ou outras ideias com o mesmo espírito aberto que exigem aos outros.
Já vi que temos (mais) um especialista em ordenamento.
Junte-se aos outros, àqueles que ao longo dos anos fizeram este bonito serviço que agora se vê, exactamente por serem especialistas.
Penso que o assunto deste post está mais do que esgotado. Até á próxima.
PORTAGENS EM LISBOA SIM, E É JÁ !!!
Luís Alexandre

Xico205 disse...

Ao longo dos anos não houve ordenamento do territorio, houve crescimento organico, a maioria clandestino.

Portagens já existem nas pontes, na A5, A8, e A1 e ñ resolvem o problema. Os problemas não se resolvem por aí, alem da medida muito injusta que é o Mercedes de Cascais n ter probs de vir a LX e o Citroen Saxo da Cidade Nova ter que olhar para a carteira a ver se hoje dá ou não! Não é com vingare que se apanham moscas!
Respondendo na mesma moeda: Que mente tão limitada querer por um sistema de controlo de entradas medieval. Mais vale então a quem vive fora e ainda trabalha em Lx, despedir-se e viver do subsidio de desemprego do que ter que pagar ainda mais para ir trabalhar!

HOMOSAPIENS disse...

Caro Xico205 não fique chateado, força para avante os seus posts também ajudam neste blogg, como você já remarcou, todos não temos a mesma maneira de pensar.
Felizmente.
Va força para adiante.

Xico205 disse...

LOL Obrigado

HOMOSAPIENS disse...

Você tambem anda no skyscrapercity, tem comentarios bons, mas só participa no forum de Lisboa carago:-)), nunca no norte, nem porto, nem centro, nem sul, nem ilhas:-)))))))LOLOLOLOLOLOL.
Eu infelizmente ainda não participo, mas não vai faltar tempo.
Até breve.

Xico205 disse...

E outros foruns com outros nicks porque os moderadores n me deixaram mudar até ter estabilizado neste!

Xico205 disse...

Mas isso n é para dizer, senao ainda vao para lá estraga-los, e os foruns estao bem como estao, calminhos sem peixeiradas e comentarios-maravilha como aqui!

Filipe disse...

Querem mais pessoas nos transportes públicos?

Deixem-me falar de uma coisa numa cidade a 600 km daqui e a 2h45 a partir de 2014. Falo de Madrid, que conta com uma excelente rede de comboios suburbanos que fazem transporte urbano na cidade para imensos sítios e óptimas frequências mesmo ao fim de semana (mais até que a maioria das carreiras da Carris de fim de semana).

Mas não contentes com os suas nove eixos de comboios de Cercanías, o Ministério de Fomento decidiu construir/remodelar 181 kms de linhas, dos quais 30 km correspondem a um novo eixo transversal dentro de Madrid passando por debaixo dos dois túneis Chamartín-Atocha já existentes. Também é objectivo construir 25 novas estações, 5 grandes interfaces e renovar 55 estações e 7 interfaces. Tudo por 5 mil milhões de Euros para potenciar o serviço ferroviário de Cercanías, incluindo o acesso ao aeroporto de Barajas desde Atocha e Chamartín (AVE e comboios de longo curso)

Faço conhecer-vos que de Chamartín a Atocha existem duas linhas por dois sítios diferentes (5 eixos) nas quais o tempo máximo de espera por um comboio é de cerca de 6 a 7 minutos, mesmo de noite de fim-de-semana. Pelo restante centro da cidade (Delícias, Príncipe Pío) passam centenas de comboios ao dia.

E ainda querem crescer mais...
E ainda por cima de forma integrada com os restantes operadores.

Querem mesmo que vos fale do que se passa em Lisboa só entre a CP Lisboa, o ML e a Carris?
Confesso que sinto alguma vergonha só de pensar no respectivos tarifários, quanto mais no resto.

Uma última questão: querem mesmo mais gente nos transportes públicos actualmente existentes na cidade de Lisboa e nos seus arredores?

MAIS INFORMAÇÃO CERCANIAS MADRID: http://www.renfe.es/cercanias/madrid/index.html

P.S. Acho imensa graça àquele que vai do Oriente para o Largo do Rato de metropolitano. É óbvio demais que assim a sua deslocação de TP é imensamente demorada.

Xico205 disse...

Mas é a maneira de pensar da maioria dos lisboetas! O metro é que é bom, a Carris n presta para nada!!!

Conheço uns quantos que vão de metro do Cais Sodre ao Cp. Grande e depois mudam para a amarela para ir para o Campo Pequeno. Outros mudam na Baixa Chiado para a azul e no Marquês para a amarela, mas ir no 36 ou 44 nem pensar! Ou entao sairem do comboio em Alcantara e apanharem o 56 e ficarem lg na Av. de Berna!

Filipe disse...

Não sei...acho que quem habita na AML e se desloca em Lisboa adora passear na cidade.
Certamente aproveitarão os momentos das deslocações pendulares para fazerem turismo. Tirando questões de tarifário, é a única razão que encontro a quem faz esse tipo de percursos, Xico205.

Conheço quem tire um passe caríssimo por mes para ir de Alfragide para a Estrela por Entrecampos e Largo do Rato. Depois da Estrela para Queluz apanha o comboio em Entrecampos!

Aqui há semanas dei uma ideia no Transportes XXI para reorganizar as carreiras em Alcantara por forma a ligar melhor a linha de Cascais a certas zonas da cidade, especialmente Campo de Ourique, São Sebastião e Av. Duque d'Avila.
Houve um fulano que se insurgiu contra mim, através do seu blogue, chamando-me retrógrado por apoiar a locomoção na cidade por via de autocarros, bem como alguns outros adjectivos só para mostrar que uma deslocação para o Campo Pequeno, Entrecampos, Bairro Azul, etc etc, se faria melhor pelo Cais do Sodré com posterior transbordo para o Megalómano de Lisboa.

Sinceramente não percebo. Há algumas carreiras da Carris que sistematicamente funcionam mal e há outras que estão sujeitas a tremendos atrasos pelos seus percursos planeados há 50 anos. Mas há imensos corredores que funcionam muito bem!

Xico205 disse...

Já há muito que eu acho que a 709 ainda antes de ser 7, deveria ser prolongada de Campo de Ourique a Alcantara, mas o problema era arranjar um sitio bom para terminal de articulados em Alcântara. O Calvário não tem espaço. So se fosse prolongada a Belém e se fizesse alterações nas carreiras da Junqueira.

O que propões da Estrela para a linha de Sintra? 713 até Campolide? Ou 720 ou 738 para Alcantara e depois aguardar pelos 56, 713 ou 751?

Olha que se eu fosse de Alfragide para a Estrela provavelmente apanhava o 54 ou 799 até aos respectivos terminais e depois metro no caso da linha azul ou o 727 no caso do Campo Pequeno. Isto se o meu passe ñ desse para a 185 da LT e caso o horário da LT ñ fosse compativel o que desconheço porque ñ costumo usar essa empresa.

Xico205 disse...

Maxwell, o melhor era não sair do comboio no Oriente e sair em Entrecampos, evitava perder tempo nas linhas vermelha e verde do metro.
Não tinha reparado neste seu post.

Filipe tens que me dizer que blog é esse para eu ir cuscar! Manda-me mensagem privada pelo TXXI. Eu tenho que mandar um mail ao provedor do cliente da Carris a fazer uma queixa sobre o painel de GPS da Pç de Espanha que ñ está programado para o 16 e 726. Aproveito e deixo umas propostas para alteração de carreiras. E relembro-os que a noite de Santo António está quase e têm que pôr reforço na Rede da Madrugada. No ano passado mandei mail a dizer-lhes e embora ñ tenham feito tudo o que eu sugeri sempre reforçaram as 205, 208 e 210 embora não tenham posto articulados como eu sugeri nas 201, 205, 207, 208 e 210. (Miraflores excepcionalmente fazia a 205). Conforme na passagem de ano fez o reforço da 208.

Iletrado disse...

Caro Xico205
Sou mesmo iletrado, por isso escolhi este pseudónimo. Agradeço a tua correcção, foi um lapso da minha parte. Assim sendo, mais pessoas entram de carro em Lisboa, mais de metade. Porreiro. Só não percebi onde está a parte da minha arrogância - escarneces dos outros acusando-os de demagógicos por quererem diminuir o número de carros em Lisboa, de não quererem ver a realidade. É bom poderes acusar os outros de arrogância, arrogando-te o direito de o seres. Desde o início desta discussão, muito antes de eu aqui expressar a minha opinião, que apelidas quem não pensa como tu de demagógico. Noto, no entanto, que não respondeste a qualquer uma das três questões que te coloquei, tu, o paladino da discussão séria. Afloraste de leve o tema dos incómodos pessoais de quem usa o transporte público - e chega. Arrogas-te o direito de, sendo especialista, considerares que sabes mais que os outros e quem discorda é arrogante. Todo o teu discurso é conformista, as coisas são como são e nada há a fazer para contrariar tal estado de coisas, porque és especialista e tu é que sabes. Pois é, os últimos trinta anos demonstraram à saciedade aquilo que podemos esperar dos especialistas.
Quando alguém sugere alguma alternativa é demagógico. Porquê? Foi isso que te perguntei, é isso que eu esperava que respondesses. Mesmo que fosse com arrogância... que utilizaste, pois aproveitaste o meu erro inicial para não responderes ao restante: excesso de carros em Lisboa e usurpação do espaço público por parte dessas latas que ocupam o espaço do peão; irracionalidade e "umbiguismo" de quem pensa com os três pedais debaixo dos pés, colocando sempre em cheque a vida daqueles que optam por outras alternativas ao carro; direito democrático a todos utilizarem o carro para e em Lisboa - como será possível um milhão de carros em Lisboa?
Penso que é inegável que cada um sabe qual é o melhor modo de locomoção que pode ou é forçado a utilizar. Mas, da maneira como as coisas estão implantadas em Portugal, o carro surge quase sempre como a única opção. Há muita gente que podia evitar o uso do carro em Lisboa - ou pretendes convencer-me que esses 400 mil carros que entram em Lisboa são todos comerciais e camiões? Não é o que eu vejo quando me desloco na minha ginga entre o Cais do Sodré e o Lumiar. Muitos podiam optar por outras alternativas mas, como disse o Luís Alexandre, para quase todos o carro é um símbolo social, um símbolo de poder. Poder diminuir a qualidade de vida dos demais, direi eu.
Quando vou a Lisboa à noite sou forçado a ir de carro, pois a partir das 23H30 já não tenho barco para voltar para o deserto da margem sul, estação fluvial do Montijo (sou forçado só porque houve alguns especialistas em ordenamento e planeamento que decidiram não me deixar utilizar a bicicleta na ponte Vasco da Gama). Mas só à noite e só quando sei que vou estar em Lisboa para lá dessa hora. Durante o dia uso a bicicleta (e o computador vai na mochila...). É uma opção pessoal, dirás. Claro que é. Mas esta minha opção pessoal retira um carro a Lisboa. Queres convencer-me que, entre os milhares de indivíduos que se deslocam para Lisboa de carro, eu sou o único que tem a possibilidade de não o fazer?
O que eu não percebo é o motivo pelo qual estás contra políticas que desincentivem o uso do carro. Que impeçam a usurpação de espaço de quem usa o carro. E que melhorem a qualidade de vida de todos, mesmo daqueles que são mesmo obrigados a utilizar o carro. Até porque, com menos carros na cidade, inalavas menos maus cheiros dos ditos.
Boas pedaladas.

Xico205 disse...

Sim tens razão no que dizes. Sebem que eu aqui sou atacado sem motivo!

Iletrado disse...

Caro Xico205
Uma correcção e um esclarecimento.
Correcção: "Assim sendo, mais pessoas entram de carro em Lisboa, mais metade." A soma dos carros com as pessoas é intencional.
Esclarecimento: a ligação do mau cheiro e do racismo reside na minha presunção (porventura errada) que esse comentário vem na linha de pensamento que a maioria dos brancos que conheço costuma ter àcerca dos maus cheiros nos autocarros e comboios suburbanos de Lisboa, referindo-se ao cheiro a catinga dos pretos. É a queixa mais usual. Como se os pretos não tivessem olfacto e o cheiro dos brancos não os incomodasse. Se acaso não te referias a isto, as minhas desculpas.
Quanto ao resto, aguardo serenamente os teus argumentos nada demagógicos. Dizer que ao longo dos anos existiram muitas medidas erradas no (des)ordenamento do território é fácil, como tu próprio admites. Qualquer um o diz, mesmo indivíduos que, aparentemente, nada percebem do assunto. Mas limitas-te a criticar aqueles que apontam soluções para combater essas medidas, apodando-os de iluminados e fantasistas, sem qualquer alternativa e sem argumentos para os contrariar.
Eu sei que estou à beira da idade do Alzheimer, mas olha que não me recordo de a Rodoviária Nacional não dar prejuízo. E lembro-me de muitos protestarem energicamente pelo péssimo serviço prestado pela empresa. Pelo contrário, esses foram dos argumentos apresentados pelos especialistas para dividir e privatizar a empresa que, se a memória não me falha, foi formada depois do golpe de estado de 74, através da fusão à força de várias empresas privadas. Segundo os especialistas, o Estado não tinha capacidade para gerir eficazmente os transportes públicos. E o Estado privatizou. O mesmo Estado que gasta milhares de milhões na duplicação de vias rápidas e tem um discurso de moderação de despesas quando se trata dos transportes públicos ou de outras alternativas ao carro. Talvez seja por isso que afirmas "logo agora aguentem".
Boas pedaladas.

Xico205 disse...

Caro Iletrado, não me veja como um tecnico porque eu ainda só sou um estudante universitario. Ainda só tenho 24 anos e só entrei no ensino superior aos 22. Estive fora do ensino dos 19 aos 22.

O problema são autocarros ou comboios por vezes mal concebidos por quem os desenhou e que não têm boa renovação do ar (notava-se isto nas antigas carruagens do metro, azuis, mas nos actuais já ñ se nota), outras vezes são os tubos entupidos, assim como na maior parte das vezes fazem um efeito de estufa enorme. Dá a sensação que quem os desenhou nunca lá andou dentro e nunca se sentou ao volante, senão era impossível ñ ter reparado em angulos mortos nos espelhos que chegam a superar os 3m por exemplo!!! Mas também contribui para o mau cheiro, muita gente junta a respirar o mesmo ar, a catinga, e os velhos campeões a mijar nos bancos. Coitados dos velhotes que têm incontinencia, quem sabe se eu qd chegar á idade deles, se chegar tambem ñ vou ser assim~, eles coitados ñ têm culpa! Há ainda pessoas que ñ têm habitos de higiene, pois logo de manhã é um cheiro a suvaco e andam com o cabelo oleoso que misturado com calor é bastante desagradável. Isto acontece mais numas carreiras que em outras porque os passageiros são diferentes nas várias carreiras. Não pense que eu sou maluco, quem anda todos os dias em certas carreiras sabe que isto é assim. Dou-lhe um exemplo concreto: as carreiras 726 e 729 da carris pertencem as duas à estação da Pontinha e são feitas exactamente com o mesmo modelo de autocarros, os MAN 18-280 com carroçaria Marcopolo Viale. Pois há uma diferença enorme de cheiros de uma para a outra, assim como o tipo de passageiros tem muita diferença. E um motorista ou passageiro que ande nestas carreiras sabe comprová-lo! Eu sou utente quase diario da 726 e digo-lhe que é uma carreira agradável, transporta na sua maioria gente ordeira e raramente há problemas (o que ñ implica que à uns meses um motorista tenha sido lá esfaqueado ás 19:30 no Arco Cego. Se calhar se tivesse sido na Pontinha ng ligava, mas como foi no centro de Lx, todos dizem: No Arco Cego???!!!). Eu vi imagens de como ficou a cabine do motorista e digo que impressiona os mais sensiveis!

Continuando nos cheiros, a 726 ñ é mal cheirosa, mas noutro dia entrei num autocarro nesta carreira e veio-me um cheiro bastante desagradável, olho para o nº de frota e lá está um 248X (dois mil Quatrocentos e oitenta e...), autocarros normalmente usados na 729 que por alguma razão nesse dia andava na 726! Caro Iletrado mais uma vez ñ pense q sou maluco, conforme há diferenças de cheiros nos autocarros das várias carreiras tb há difs. no estado dos motores. Há percursos que desgastam mais os autocarros que outros. Os 249x que normalmente andam na 790 têm um "cantar" do motor completamente diferente dos 246x que costumam andam na 726. Enquanto que a 726 tem um percurso quase todo sem declives acentuados e tem espaço para acelerar, a 790 tem o percurso quase todo em colinas e quase n tem espaço para acelerar. Daí eu achar que deveria haver mais rotatividade de autocarros por carreiras. Assim como noutro dia o 1803 que normalmente faz a ligação do terminal 1 ao terminal 2 do aeroporto andava no 36 e notava-se o motor preso. Provavelmente foi posto no 36 para ganhar rodagem e soltar o motor.


Mudando de assunto, qt à forma das deslocações, isso é uma opção pessoal como eu ja disse, cada um sabe de si. As portagens ñ resolvem o problema e são injustas e se vivemos numa democracia cada um tem a liberdade de escolher o seu modo de deslocação dentro da legalidade. Quem acha o ar de Lisboa extremamente poluído, secalhar o melhor é mudar-se para uma cidade pequena, pois as grandes cidades têm todas o ar poluído sejam países desenvolvidos ou em vias. No ano passado qd vim duma visita de estudo de 10 dias a Marrocos, achava o ar de LX muito bom, comparando com o de Marraquesh! Lá está as comparações fazem-se com os hábitos de cada um.

Xico205 disse...

Que os utentes possam pedir melhores transportes publicos, sim podem, só que a forma como o sistema está montado ñ permite alterações de fundo. O Estado quis alhear-se ao problema e deu a concessão rodoviária aos privados.
Mas claro que as empresas publicas dando prejuizo servem melhor o passageiro que as privadas. Veja-se a comparação entre a CP e a Fertagus. A CP tem melhores horários fora das horas de ponta e melhores preços (que obviamente ñ são sustentaveis).
Claro que a RN dava prejuízo, daí o Estado a despachar. Se tinha maus horários é possivel, mas ñ melhoraram com as privatizações, antes pelo contrário. Um amigo meu que mora no Murtal( Parede) disse-me que a ScottUrb presta um serviço muito pior do que a RN prestava. E isto é geral pelo país, pois as empresas privadas têm que cortar as ligações ñ rentáveis porque ñ podem dar prejuizo. Ou aquelas que são consideradas sociais e ñ podem mesmo ser cortadas têm que ter redução de horário! Outro aspecto é a renovação de frota. As empresas do Estado só compram veículos novos, já as privadas compram em segunda mão porque ñ dispõe de recursos para material circulante novo. Os funcionarios das empresas estatais tinham e têm muito melhores condições de trabalho que os das empresas privadas de transportes! Ainda hoje há funcionários nas empresas privadas herdados da RN, assim como ainda há autocarros em circulação que foram da RN e têm mais de 30 anos.
Uma curiosidade: Em 1996 vi uma entrevista ao director da Rod. Lisboa em que dizia q a renovação de frota é um esforço mt dificil para as empresas. Foi herdada da RN um passivo e uma frota velha quase toda dos anos 70. Na altura era urgente abater 300 e tal viaturas. A empresa apenas dispunha dum orçamento de 400 mil contos para a renovação. Se fosse comprar novos, só trazia 16. Foi ás compras à Alemanha e trouxe 80 autocarros usados. Conseguiu baixar a média da idade da frota de 15 para 12 anos. Foi o que foi possivel dadas as circunstancias. Isto é muito usual nas empresas privadas.


Quanto ao seu post dontem à noite, é obvio que a Transtejo ñ tem passageiros suf. que justifiquem haver barcos durante a madrugada. Logo é mais viável quem tenha que fazer essa deslocação, que a faça de automovel particular. No entanto a TST tem ligações MTJ-LX após a meia noite.

O meu prof. de transportes logo nas primeiras aulas disse que n se planeam carreiras para passageiros ocasionais ou para carreiras em q n haja um certo nº fixo de passageiros por circulação. Há quem fique prejudicado? Sim há! Em tudo na vida há quem seja beneficiado e prejudicado. Mas esses prejudicados são mt poucos, mais prejudicada fica a empresa a dar um prejuizo enorme em custos com recursos humanos, combustivel e a desgastar o material para andar com o barco vazio.

O exemplo que o prof. usou foi: Não se planeia uma carreira de autocarros ás 4 da manhã dum dia util para o homem de Benfica que está com insónias e tem uma vontade subita de ir a Carcavelos ver o mar! Se ele quer ver o mar assim de repente faz sim sentido que ele vá no seu veículo particular.
Os transportes publicos têm que ser organizados com racionalidade.

Ainda qt ao nº de veiculos a motor que entram em Lisboa (motas inclusive):
400.000x1,5=600.000

2.000.000-600.000=1.400.000 (um milhão e quatrocentos)

R. Um milhão e quatrocentas mil pessoas entram em Lisboa de transportes publicos, a pé, de trotineta, de skate, bicicleta ou patins. Valor superior aos 600 mil que entram num veículo privado a motor.

Filipe disse...

Xico205, apontaste a solução de Alfragide para a Estrela que eu faria: 185 para as Amoreiras e depois ou a pé (10~12 minutos) ou 713. Em caso de incompatibilidade com a 185, iria no 799 até à estação de Benfica, depois comboio para Campolide e depois 713. Sei que nunca iria por Entrecampos...são quilómetros a mais desnecessários sem que haja uma poupança de tempo.

Da Estrela para a linha de Sintra, isso sim tenho algumas vezes feito pelo 713 e não me tenho arrependido. Entre o aguardar na paragem e entrar no comboio em Campolide vão geralmente 30 minutos.

Sobre o 709 para Alcântara, seria um pouco difícil ele fazer o gancho da estrada dos Prazeres para a rua Maria Pia. Mas um bom terminal para os articulados pode ser na Rua de Cascais no espaço dantes ocupado pelos terminais do 12 e do 20.

Sobre o blogue, infelizmente não apontei o endereço. Foi-me apontado por um colega do T-XXI, mas achei aquilo tão ordinário que nem me dei ao trabalho de apontar o nome de um blogue de alguém que não consegue respeitar as opiniões dos outros, por mais tontas que sejam.

Xico205 disse...

Não me tinha lembrado da Rua de Cascais. Realmente é boa ideia.

Anónimo disse...

Xico 205 disse:
"Caro Iletrado, não me veja como um tecnico porque eu ainda só sou um estudante universitario. Ainda só tenho 24 anos e só entrei no ensino superior aos 22. Estive fora do ensino dos 19 aos 22."
Está explicado o porquê de tantos disparates. Caro "amigo", cresca e apareça.
Luís Alexandre

Xico205 disse...

Sr. Luis Alexandre exemplifique onde há disparates?


O Sr. é que se farta de dizer disparates!

Xico205 disse...

Filipe, a Estrada dos Prazeres tem uma boa curvatura para articulados entrarem na Rua Maria Pia. O ângulo é inferior a 45º. Pior é a curvatura da 750 da Av. Gomes Pereira para a Estrada de Benfica.

Miguel Carvalho disse...

Fico contente por o meu post ter criado tanto debate, queria apenas repetir a ideia dele, que infelizmente ninguém discutiu:

Quando o espaço físico é limitado, o carro é o pior meio de transporte que existe. Ou se destrói metade dos quarteirões em Lisboa para alargar ruas, ou aceitamos como normal que a cidade esteja constantemente entupida e insuportável, ou acabamos com a obsessão do popó na cidade de uma vez por todas.

(E por favor, esqueçam por momentos o próprio umbigo. Este blogue serve para debater a cidade e como queremos que ela seja, não como me dá mais jeito a mim ir daqui até ali.)

Xico205 disse...

Eu não fico contente! Muita conversa da treta! Muita gente anda aqui apenas com o proposito de incendiar em vez de fazer uma coisa construtiva! Falta de civismo e de visão!!!!

Veja-se o Luis Alexandre, andou a mandar postas de pescada para o ar a ver se me atingia! Primeiro vem com uma conversa que os tecnicos ñ prestam, depois de saber que eu ñ sou técnico, vem-me com a conversa que n tenho idade para debater estes assuntos. O problema é que ele pode ter muitos anos em cima, mas visão de ordenamento não tem nenhuma!!!! Ainda não vi um argumento dele que se aproveite! Vem para aqui com conversas feitas, e anda a disparar em todas as direcções a ver se acerta uma. Quando se pede para argumentar com um facto concreto o que atira para o ar, cala-se (ñ tem argumentos)!!! Fala mal dos técnicos, mas os tecnicos são da geração dele, uma autentica nódoa! Enfim, gente oca é assim...

Anónimo disse...

E esta manhã já andou por aí a comentar outras coisas, e por aqui ñ passou! O Xico tem toda a razão.

Iletrado disse...

Caro Xico205
Lamento que tenhas revelado a tua idade, não é meu propósito saber a idade, o sexo ou a cor de quem aqui emite a sua opinião. Até porque, como se viu, isso só serve para nos distrair do essencial. Ser mais velho 40 ou 60 anos não dá automaticamente seja a quem for razão seja sobre o que for (a não ser, eventualmente, sobre as dores da velhice...) O que interessa é tentar perceber aquilo de que se fala, pensar no assunto e tentar apontar soluções para resolver o problema, argumentando na base daquilo que se sabe e da experiência adquirida. Mesmo que essa experiência seja adquirida à custa de terceiros. Partilhar experiências não só não é crime como poderia ter evitado muitos problemas actualmente existentes. Mas justamente um dos grandes problemas é que tudo olha demasiado para o seu umbigo e poucos são os que se apercebem que, se as coisas estiverem bem para todos, então o mais provável é estarem bem para mim também.
É verdade que a forma de deslocação é uma questão de opção pessoal. Mas nós vivemos em sociedade, como tal não podemos actuar como se estivéssemos sozinhos no mundo. Há uma responsabilidade individual pelo colectivo, para que o colectivo seja a fonte de protecção do indivíduo. Cada opção individual devia ser também pensada em relação ao outro. E nisso a sociedade, como um todo, tem a sua responsabilidade. E os representantes do poder, especialmente do poder local, têm grande responsabilidade. Por exemplo, permitir que seja o indivíduo a decidir o que é um automóvel bem estacionado é contribuir para o caos, para a desordem e para a diminuição da qualidade de vida e da própria vida dos outros e, a prazo, do próprio. Conheço pessoas que compraram casa em condomínios fechados para os filhos poderem brincar em segurança na rua, pois no seu cantinho não há carros estacionados em cima do passeio; ao mesmo tempo, quando vão para o seu local de trabalho, ou quando vão buscar os seus filhos à escola, estacionam o seu carro em qualquer passeio, com o argumento de que não há lugar para o estacionar, quando muitas vezes, a 100 ou 200 metros daquele local, há muitos lugares vagos e legais para arquivar o carro. O que é isto senão puro egoísmo e miopia?
Outro exemplo é a falta de opções. É evidente que a Transtejo não podia operar uma carreira especialmente para mim, às 2 ou 3 da manhã. Mas porque razão só é possível entrar em Lisboa, vindo do deserto da margem sul, de carro ou de barco? Agora também há o comboio, é certo, mas não serve uma grande parte da população desta margem. Porque motivo as pontes não têm acesso pedonal? Porque motivo têm de ser vias rápidas? Porque motivo não posso, de facto, escolher a minha forma de locomoção da margem sul para Lisboa? Porque motivo à noite sou obrigado a utilizar o carro em Lisboa? (já agora, o exemplo que deste da TST não foi bom. Os horários são piores que os da Transtejo, para não falar do preço do serviço, algo que referes e bem.) E de Lisboa para Sintra, outro exemplo. Até há cerca de vinte anos eu deslocava-me calmamente de Lisboa a Sintra, na ginga, pela estrada que foi ocupada pelo IC19. Hoje é um martírio para fazer esse percurso, pois a via principal passou a via rápida. Foi-me cortada uma opção de locomoção. E, nesse tempo, não eram poucos os que utilizavam tal meio de transporte. Esse teu professor nunca te falou no efeito indutor das opções que colocam às pessoas? Há medida que cerceavam as estradas ao redor de Lisboa disponíveis para as bicicletas, estas desapareciam da estrada e o número de carros aumentava. Porque será? Terá o pessoal, de repente, perdido o equilíbrio? Ou o exemplo dos comboios da CP. As ligações entre comboios são feitas de maneira a dissuadir o utente de utilizar o comboio. Verifica o que se passa nas linhas do Alentejo ou do Douro. A opção é, naturalmente, o carro.
(...)

Iletrado disse...

(...) Tudo está a ser feito tendo como único objectivo o fomento do carro, em detrimento de outras formas de locomoção, incluindo a pedonal. E isto vem de encontro ao que está aqui em discussão. Considero que há excesso de carros em Lisboa, entupindo cada vez mais as artérias da cidade e afogando os passeios em lata. Mas vou aceitar como válida a tua tese de que 400 mil carros não é um número exagerado. Pelo que me apercebi, também consideras que o transporte público é mau e que muita gente não tem outra opção a não ser levar carro para Lisboa. E nada é possível fazer para melhorar isto. E, como é público, a única aposta que se vê é no "melhoramento" das vias rodoviárias só a pensar no carro, em detrimento do transporte público e do resto. Logo, se assim é, não me podes recusar o direito de também eu me deslocar de carro para e em Lisboa, pois cada vez é mais difícil deslocar-me de bicicleta. Nem a mim nem ao milhão e quatrocentos mil que diariamente ainda se desloca não utilizando o carro. De acordo com o teu pensamento, não há outra opção. E, também de acordo com o que entendes por liberdade de escolha, todos têm direito a utilizá-lo. Por isso faz todo o sentido aquilo que o Miguel Carvalho refere: que tipo de cidade queremos. Queremos ser como Marraquexe ou como as cidades do norte da Europa? Como colocar mais de um milhão e trezentos mil carros em Lisboa? Tu mesmo afirmas que as portagens são injustas, que é socialmente injusto essa maneira de se controlar ou limitar a entrada de carro na cidade (neste ponto concordo contigo). Consideras então que a cidade comporta mais de um milhão de carros? E no futuro, como será?
Em meu entender, uma parte da solução do problema da mobilidade em Lisboa passa por impedir o estacionamento em cima dos passeios e nas passadeiras; transformar a AMT Lisboa numa verdadeira entidade reguladora dos transportes públicos, com pessoas competentes à sua frente, capazes de articular a oferta existente e criar outras de maneira a servir os interesses das populações e não como um organismo que actualmente serve para dar uns poleiros para os rapazes do partido (seja ele qual for); rever o código da estrada, reconhecendo a bicicleta como aquilo que ela é, um veículo de transporte, de maneira a proteger os ciclistas e a incentivar o seu uso; rever o plano rodoviário, para que o carro seja só mais uma opção de locomoção, entre as bicicletas, os riquexós, os coches, os patins e os pés, esse extraordinário meio de locomoção; liquidar as vias rápidas dentro das localidades; garantir a existência de passeios com as medidas regulamentares em todas as ruas, sem empecilhos que prejudiquem os peões.
Em vez de perderes tempo a responderes ao comentário infeliz do Luís Alexandre (e sem querer condicionar o teu pensamento), poderias apontar aquelas que seriam, no teu entender, as tuas opções ou soluções para este problema. Isto, claro, se o consideras um problema...
Isto já vai longo, mas quero só referir mais um caso: desde que a Transtejo mudou a política de transporte da bicicleta, o número de utilizadores da dita aumentou bastante, na opinião dos trabalhadores da empresa. Serve isto para reforçar a minha opinião da indução: ofereceu-se outra opção às pessoas e elas têm aderido. Ou seja, a opinião vigente era a de que não existiam clientes que justificassem a oferta. Afinal todos os dias se prova que essa ideia estava errada. Clientes existiam, a oferta é que era escassa. Aposto que, se as pontes sobre o estuário do Tejo tivessem faixa para bicicletas, o número de carros a passar nelas reduzia-se drasticamente. Mas isso, se calhar, não interessa à Lusoponte...
Boas pedaladas.

Xico205 disse...

Foi uma boa opção da TT aceitar bicicletas nos barcos, afinal deve haver espaço de sobra.

Quanto ao IC19, tem uma via urbana paralela desde as portas de Benfica até Sintra. A continuação da Estrada de Benfica na Amadora dá pelo nome de Rua Elias Garcia, que no fim tem uma ponte sobre uma ribeira e entra-se na cidade de Queluz. Tem sempre via urbana a Massamá, Belas, Cacem, Rinchoa, Tapada das Mercês, etc... Há opção ao IC19 para bicicletas.

Quanto à ponte Vasco da Gama não me parece que fosse opção de muita gente atravessá-la a pé fora das maratonas. Mas como vai ser alargada para quatro faixas e não vai haver alargamento do tabuleiro (apenas vão estreitar as faixas), fica a faltar espaço para os peões!

O que se passa com as linhas do Alentejo e do Douro é que tinham falta de procura, por isso fecharam. Se continuasse a haver a procura doutros tempos, certamente continuavam abertas.

Estacionar nos passeios é proibido desde que não se deixe 1,20m de passeio. Mas também é falta de ordenamento do territorio, fazer passeios tão grandes e não ter feito estacionamento! Acontce por exemplo no Campo Pequeno e na Av. Gago Coutinho.

Quanto ás bicicletas ao longo do tempo terem desaparecido das estradas, assim como os ciclomotres deve-se a um melhor nível de vida das pessoas que hoje têm acesso ao automovel e antigamente não tinham. Não tinham aqueles meios de transporte por gostarem, era sim por falta doutra opção.

Quanto à deslocação de carro de madrugada, do MTJ para Lisboa volto ao mesmo. Não há gente suficiente que justifique um transporte publico. Polui menos vir de carro do que ter um transporte publico. À noite ñ há problemas de estacionamento e circulação em Lisboa, até porque Lisboa à noite é uma cidade muito vazia.

Iletrado disse...

Caro Xico205
Se me deixarem, ainda responderei com os meus argumentos a esses sete pontos. Não sei se me deixarão, depois do testamento que foi a minha última mensagem... Mas, para já, o que importa é a questão levantada pelo Miguel Carvalho. Insisto, vou dar-te total razão no que expões e em tudo o que argumentaste até ao momento. O carro é a única opção e isso é uma fatalidade do nosso tempo. Aliás, vou até aproveitar a tua explicação do nível de vida para justificar que todos podem vir a ter um carro, se ainda o não possuem - e todos o podem trazer e circular em Lisboa. Um milhão e trezentos mil carros em Lisboa, é esse o teu veredicto? É uma fatalidade com que teremos de viver? Mas, atenção, já há quem esteja a prever mais de dois milhões e quinhentas mil pessoas em Lisboa nos próximos 10 anos. Portanto, se estas previsões se confirmarem, facilmente chegaremos aos dois milhões de carros em Lisboa. Vais manter-te coerente com a tua linha de pensamento e considerar que não há outra opção, que todos têm direito a (ab)usar do carro como bem entenderem e a cidade é que tem de se adaptar ao dito cujo?
(Só não percebo como ficarão as crianças no meio disto. Até aos 18 anos vão ter de ficar presas em casa, dependentes de um adulto, pois não podem conduzir e não podem ir para a rua, uma vez que esta pertence aos carros. A não ser, claro, que morem num condomínio fechado...)
Boas pedaladas.

Xico205 disse...

Actualmente já as crianças e alguns adultos que não têm carro fazem enormes sacrificios de noite. Em qualquer dia da semana se vê imensa gente cheia de sono e alguns a dormir na rua em interfaces de transportes à espera dos transportes da manhã.
Os mais velhos que já não estão para isso tendo carro, muitas vezes arriscam a conduzir alcoolizados e são multados em 500€ e ficam sem carta, porque normalmente todas as saidas de Lisboa estão minadas com operações stop pelo menos ás quintas, sextas e sábados!

Quanto a essas perspectivas dentro de 10 anos, ñ acredito nelas. A meu ver a tendência é de Lisboa continuar a perder empregos e população para os concelhos vizinhos. Assim como tem perdido ao longo dos ultimos anos. As maiores empresas instaladas em Portugal mudaram-se de LX para Oeiras, Amadora e Sintra. Com a proliferação de polos industriais mais baratos e bem servidos de estradas a tendência é para continuar a descentralizar do centro de LX. E a maioria dos trabalhadores até prefere assim, uma vez que residem fora do concelho de Lisboa.

Isto é só a minha opinião.

Iletrado disse...

Caro Xico205
Para quem acusa os outros de ser demagógico estás a ser perfeito na maneira como foges à questão... Mas a culpa também é minha, porque acabo por permitir que fujas ao tema. Assim, vou tentar centrar o problema naquilo que entendi ser a questão do Miguel Carvalho:
1. 400 mil carros circulam diariamente em Lisboa, transportando seiscentas mil pessoas, entupindo, sufocando e subjugando um milhão e quatrocentas mil pessoas à sua necessidade voraz de espaço.
2. É ou não legítimo que aqueles que não utilizam actualmente o carro em Lisboa possam, TODOS, a partir de amanhã, por exemplo, circular exclusivamente de carro em Lisboa, todos os dias, independentemente do motivo?
3. Se a resposta for sim, a cidade poderá comportar dois milhões de carros, isto é, será possível que dois milhões de viaturas consigam circular e estacionar na cidade?
4. Imagina que as tuas considerações acerca das previsões a 10 anos falham (faz lá um esforço, caramba!, também podes falhar, ou não?...) Qual é o limite de capacidade de carros que a cidade comporta?
5. Quais são os critérios ou soluções que propões para que esse limite nunca seja alcançado?
Boas pedaladas.

Xico205 disse...

Diariamente circulam 1,4 milhões de carros em Lisboa? Fonte? Acho muito! A ultima estimativa que vi para a população de Lisboa é de 2007 e dizia que Lisboa tinha 499 mil habitantes. Se virmos que muitos são idosos e não têm carro, mas tambem há quem tenha mais que um carro (eu por exemplo), sei lá, Lisboa deve ter residentes 300 mil carros. A somar aos 400 mil que entram todos os dias, devem andar 700mil por dia em Lisboa. Isto estimo eu. Mas se houver mais gente a querer usar carro todos os dias têm toda a legitimidade para o fazer. Não se pode proibir a uns e a outros não.

Xico205 disse...

Quanto ao limite para n ser alcançado, pode acontecer por exemplo, haver sempre tanto transito e tanta falta d estacionamento, mesmo ilegal que desencorage as pessoas de andarem de carro. Ou muita gente a considerar que LX não tem qualidade de vida e a escolherem outras cidades para viver. Isso são escolhas pessoais, cada um sabe de si.

Iletrado disse...

Caro Xico205
Não afirmei que circulava um milhão e quatrocentos mil carros em Lisboa. Pedi-te só para, num exercício de imaginação, considerares que esses dois milhões de seres humanos que diariamente usam Lisboa o fizessem todos de carro, com aquela relação aproximada que estávamos a considerar.
Pelo menos percebi que, no teu entender, cada um sabe de si e, portanto, tem o divino direito de fazer o que lhe apetece. Mesmo que atropele os direitos dos outros. Conceitos como cidadania e responsabilidade individual são coisas um pouco estranhas a este tipo de pensamento. O que conta é o meu umbigo e os outros que se... amanhem. Já percebi porque razão acusas os outros de serem demagógicos - não consegues compreender que haja alguém que pense no colectivo. É a velha história da beata no chão - qual é o problema de eu atirar a beata para o chão? Tanta gente faz isso, não é verdade? Mais beata, menos beata... E, no fim de contas, "Isso são escolhas pessoais, cada um sabe de si."
Repara que, de acordo com os teus números, um quarto da população impõe o seu modo de vida aos outros três quartos. Esse quarto reserva para si mais de 80% do território da cidade, só para circularem - e os outros 20% são cada vez mais pequenos, porque é cada vez menor o número de passeios disponíveis para os peões, pois o espaço para estes está cada vez mais pejado de carros. Esse quarto degrada imenso a qualidade de vida e a segurança dos outros três quartos que não têm ou não utilizam habitualmente carro. Ao contrário do que afirmas, o trânsito caótico da cidade deve-se, entre outras coisas, ao facto de a cidade, neste momento, desencorajar outras alternativas. Tu mesmo afirmas isso em relação aos transportes públicos! Não afirmas que andas de bicicleta? Quantas pessoas não te apodam, no mínimo, de maluco por usares bicicleta em Lisboa? Conheço muita gente que gostava de ir para Lisboa de bicicleta, "mas o trânsito, sabes, tenho medo, é mais seguro ir de carro." E então é mais um a contribuir para tornar a cidade mais insegura. E cada vez será maior o número de carros em Lisboa, desencorajando mais e mais outras alternativas. É a chamada pescadinha de rabo na boca. Os peões são forçados a circular na estrada, sujeitos a ser atropelados. Ora, para circularem na estrada, mais vale ser de carro, que é mais seguro. E depois coloca-se o carro em cima de um passeio, qual é o problema? Tanta gente faz isso, não é verdade? Atrapalha os outros peões? Eles que também circulem de carro, bolas! E, no fim de contas, "Isso são escolhas pessoais, cada um sabe de si."
O teu último argumento é especialmente egocêntrico e cínico. Por um lado afirmas que muitos residentes são idosos e não têm carro, depois pretendes escorraçá-los ao afirmares que, se eles se queixam, se consideram não ter qualidade de vida em Lisboa, o melhor é mudarem de cidade. Portanto, velhos, fora de Lisboa que vocês só estão a atrapalhar! Lembra-te desta afirmação quando chegares a velho.
Boas pedaladas.

Xico205 disse...

Eu não disse isso!

Iletrado disse...

Caro Xico205
"(...)muitos são idosos e não têm carro(...)","Ou muita gente a considerar que LX não tem qualidade de vida e a escolherem outras cidades para viver." Foi isto o que tu escreveste, em duas notas. Ora os velhos são dos que mais sofrem e mais se queixam com o excesso de carros em Lisboa. Queixam-se dos carros em cima dos passeios, da falta de passeios em muitas ruas ou do espaço insuficiente dos ditos. Portanto, como eles se queixam da degradação da sua qualidade de vida devido aos carros, a solução que tu apontas é que eles se mudem para outras cidades. Isto tem um nome - egoísmo pouco inteligente. Nem sequer pensas que poderás, um dia, sofrer um percalço que te obrigue a repensar a tua vida e a maneira de te deslocares. E, mesmo que escapes incólume às armadilhas existentes na cidade, tens grandes probabilidades de chegar a velho. Nessa altura, se por acaso te sentires um pouco atrapalhado quando pretenderes deslocar-te por Campo de Ourique, ou pela Graça, reprime a vontade de mandar um impropério ao miúdo que coloca o seu pópó em cima da passadeira mesmo à tua frente. O miúdo pode sempre dizer-te que "Isso são escolhas pessoais, cada um sabe de si."
É verdade que cada um sabe de si. Mas esta afirmação não pode significar que cada um possa fazer o que lhe dá na gana. Há uma responsabilidade individual perante os outros, perante a sociedade. A isso chama-se cidadania. Afirmar que cada um sabe de si, sem qualquer contexto, é o que permite que tanta gente circule em excesso de velocidade e quando atropelam alguém é azar (gosto especialmente daqueles que afirmam que são mais seguros a 200 Km/H que os velhos a 50... Os velhos são mesmo alvos a abater); tantos não sinalizem as manobras e quando atropelam alguém é azar; outros circulam de dia, com nevoeiro, sem sequer os médios acesos, enquanto em noites de Lua Cheia circulam com os faróis de nevoeiro ligados e quando atropelam alguém é azar; outros fazem ultrapassagens à Ayrton Senna, e quando batem ou atropelam alguém é azar... E tudo somado temos todos os dias um número que já é banal de acidentes, que são azares justamente porque vivemos numa sociedade onde "cada um sabe de si." (só não percebo é o motivo porque, sempre que vou a Lisboa de carro - e não só - tanta gente me buzina e me faz simpáticos gestos com os dedos só porque eu respeito os limites de velocidade e dou sempre prioridade aos peões. Afinal, se "cada um sabe de si", porque razão não posso ser respeitador?)
Será que a tua Escola tem regras? Provavelmente não, pois "cada um sabe de si".
Boas pedaladas.

Xico205 disse...

Nada disso!