31/07/2009

Uma Expo em ponto grande projectada para a Margem Sul


Almada, Barreiro e Seixal
por ROBERTO DORES,
Hoje in "DN"

"Hotéis de luxo, habitação e centros náuticos na actual Margueira, Quimiparque e Siderurgia. É o plano para a Margem Sul que visa cativar 17 mil novos habitantes
O conceito de uma nova Expo, mas cinco vezes maior, será o que melhor resume o projecto do chamado Arco Ribeirinho Sul com o qual o Governo tenciona "revolucionar" o urbanismo nos concelhos de Almada, Barreiro e Seixal nos próximos 18 anos. Numa área de 920 hectares, outrora ocupada pelo poder da industrialização, vão crescer hotéis de luxo, zonas residenciais, museus e centros náuticos. O investimento ultrapassa os 400 milhões de euros e se as habituais derrapagens não apoquentarem o calendário haverá mais 17 mil residentes e 55 mil novos empregos na região. Lá para 2027.
As intervenções vão recair em 55 hectares da Margueira (Almada), 290 da Quimiparque (Barreiro) e 536 da Siderurgia Nacional (Seixal) - ver infografia acima -, sendo que o ministro do Ambiente, Nunes Correia, que apresenta hoje o projecto no Barreiro, já admitiu ao DN não estar previsto, para já, nenhum projecto emblemático. Adiantou que o plano prevê a construção de cinco mil novos fogos "de grande qualidade" na zona para procurar responder à pressão que se perspectiva para os três concelhos com a construção do aeroporto em Alcochete, da plataforma logística do Poceirão (Palmela) e da terceira travessia do Tejo, entre Chelas e Barreiro.
Nunes Correia não tem pejo em assegurar que "a verdadeira cidade portuária será no Arco Ribeirinho Sul", alertando que "é muito melhor construir escritórios e habitação em locais degradados do que destruir um montado no Alentejo para responder à pressão urbanística". O ministro do Ambiente frisou que Lisboa vai, finalmente, cumprir uma célebre frase que consta nos planos de ordenamento: "Uma cidade, duas margens."
O titular da pasta do Ambiente diz que "se há algo de emblemático para citar, é o facto de se trazer a Margem Sul para o centro das operações, com um protagonismo que até agora não tinha. Era uma zona residencial e dormitório de Lisboa, mas este projecto vai dar- -lhe uma nova centralidade", afirma Nunes Correia, ressalvando que o projecto se mede a 15 ou 20 anos, pelo que deverá sofrer ajustamentos, em função da dos ritmos de construção do futuro aeroporto ou da nova ponte.
Segundo o plano estratégico elaborado pelo grupo de trabalho constituído em Setembro de 2008, a reconversão urbanística daqueles três elementos da memória colectiva da Área Metropolitana de Lisboa torna-se mais urgente quando se conhece o abandono e a degradação a que têm sido votados, "com consequências sociais e económicas negativas também extensíveis às áreas urbanas que os envolvem", diz o documento.
O plano defende projectos de diversas naturezas e dimensões, que vão da construção de infra-estruturas de transporte às actividades ligadas ao estuário e ao mar, não só nas componentes de construção e reparação naval mas também no domínio da biologia marinha. A proximidade ao futuro aeroporto de Lisboa propicia o desenvolvimento de actividades ligadas ao sector aeronáutico.
O ambicioso plano tem prazos longos para a sua conclusão: estão previstos 18 anos para a renovação da Quimiparque, 12 e 15 para a Siderurgia Nacional e a Margueira, respectivamente."
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A esta distância das eleições e novamente, sem o anúncio de qualquer tipo de discussão pública???
Vamos a ver no que isto vai dar...

12 comentários:

Anónimo disse...

um responsavel do blogue CIDADANIA LX deixou-me esta mensagem no mail!!
Anónimo deixou um novo comentário na mensagem "Concurso PRÉMIO EUROPA NOSTRA 2010":

Caro "...disse"
O senhor deverá estar a confundir má criação com ditaduras, este blog têm sido plural.
Tambem é verdade que estamos um pouco saturado dessa conversa de fascistas e comunistas.
Seria útil abrires a pestana.
Aproveita as férias e lê alguns livros que não os livros de demagogos e fasciantes Saramagos.
Bem haja este filtro!

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Publicada por Anónimo em CIDADANIA LX a 11:13

Anónimo disse...

Em relação a este POST, 4 - quatro - perguntinhas apenas:

1) Este projecto é apresentado e defendido pelo Ministro... do AMBIENTE?!

2) Uma dos três factores que justificam o empreendimento é a travessia rodoviária do Tejo. Isso não será uma pescadinha de rabo na boca? Há ponte porque é preciso, ha construção porque há ponte...

3) O ilustre alcaide de Lisboa vai assistir impávido e sereno a isto? Onde está a nova política de mobilidade, e a prioridade à requalificação? Como é que o mesmo partido pode defender na câmara o repovoamento do centro de Lisboa e a prirodade ao transporte colectivo, e defender no Governo o alastramento da mancha urbana e uma ponte espetada no centro a despejar mais dezenas ou centenas de milhares de carros?

4) e o PCP, caladinho? porquê? não é porque espera facturar com as suas câmaras, pois não?

Lamentável e vergonhoso, tudo isto. O País está entregue aos bichos.

Anónimo disse...

sem discussão pública?!

por acaso deu-se ao trabalho de saber quantas entidades públicas e privadas foram ouvidas e durante quanto tempo o plano foi discutido?

por acaso sabe que este é apenas um plano estartégico, que apenas é concretizado recorrendo aos procedimentos previstos na lei, parcelares e que cada um é sujeito, obrigatoriamente a discussão pública?

informe-me primeiro antes de mandar bocas

Anónimo disse...

Confundir discussão pública com audiências, é propositado?
E discussão pública pacelar????
...................................

Anónimo disse...

Anúncios para impressionar pategos antes das eleições.

Isto nunca mais muda. Nem as moscas.

Anónimo disse...

LISBOA VAI SE PERDER


O CONCEITO DE CIDADE ACABOU, DAQUI PARA A FRENTE UM TERRITORIO DESORDENADO E DE ARREDORES...

uqe tristeza..

Anónimo disse...

A margem norte olha, que se lixe. Fiquem com os transportes de m**da, acessibilidade só de carro, a indústria que vai sair da margem sul e passar para a norte, as cidades dormitório que já são caóticas como são entre muitas outras coisas. Margem Sul é que está a dar!

Estes gajos deviam morrer assados no calor do deserto!

Anónimo disse...

Acho que se devem ter esquecido de anunciar que o TGV vai parar em Almada e que vão lá construir um aeroporto internacional e uma marina.

Bic Laranja disse...

Calculo que a indústria pesada e construção naval já não nos façam falta nenhuma.
Cumpts.

Xico205 disse...

Até com o nosso principal porto de mercadorias querem acabar!!!!!!

Que o porto de Lisboa nunca morra.

Anónimo disse...

...que não morra mas que passe rápidamente para outro lado!!!

Anónimo disse...

A margem sul terá potencial se não repetirem os erros de Lisboa.
Mas se continuarem com a teimosia de terem a 3ª travessia a passar pelo meio do Barreiro, vão conseguir destruir o futuro da area metropolitana de Lisboa.