Nesta posta mostrei que em Lisboa o automóvel tem preços de desconto na ocupação do espaço público, comparado com outras ocupações. Nesta outra tinha referido que os parquímetros no centro de Amesterdão era ligeiramente mais caros que os lisboetas: 4.80€. Depois de um rico, agora um exemplo de um país mais pobre, o Chile.
330 pesos por meia hora que por acaso correspondem ao preço de Lisboa, 0,40€. Mas primeiro, trata-se de uma foto de uma pequena cidade chilena, e não da capital. Segundo, o preço de uma refeição completa no Chile equivale a 2h ou 2h30 de parquímetro. Em Lisboa, não há tascas a fazer refeições por 1,80€. Terceiro, se compararmos com o PIB per capita (nominal), o parquímetro chileno é 2,5 vezes mais caro.
O preço ridiculamente baixo praticado por cá e a quantidade de protestos contra o seu suposto exagero, apenas provam o quão o espaço urbano em Lisboa é escravizado pelo automóvel.
Pessoalmente já ficaria contente se o sistema funcionasse com os preços actuais...
10 comentários:
Penso que, mesmo em Portugal, basta ir ao Funchal para ver preços de estacionamento menos ridículos que os lisboetas, já não me lembro é quanto.Dirão que não há espaço, pois, mas no centro de Lisboa também não!
Mas claro que,mesmo aos preços actuais,se fossem de facto cumpridos a situação poderia melhorar. Aconteceu nalgumas cidades de província, com preços ainda mais baixos.
Total desilusão, esta anunciada integração Rosetã na lista do sr. Costa. Como é possível, depois de tanta vigarice, atentados ao património, congelamento/suspensão do PDM, "retiradas" do inventário municipal? Como? Aposição pessoal vale mais? É que parecia tudo bem encaminhado para a sra. Roseta dar uma valente dor de cabeça à dupla Costa/Santana. Enfim, mais uma alegreirada!
CDU vai ser a solução. Lá vigaristas é que eles não são.
Que grande solução seria essa. A avaliar pela brilhante gestão de décadas na Amadora, Loures e Almada, a coisa Lisboa ficava logo transformada numa favelona ainda pior que a actual.
No centro de Amesterdao o estacionamento custa 4,80 Euros POR HORA. Havera melhor forma de desincentivar o uso abusivo do automovel nas cidades e promover o transporte publico ou a bicicleta? E olhem que aqui se nao se paga, nao se escapa a multa ou a ter a roda do carro bloqueada. Fica a brincadeira em cento e tal euros...
O problema é que em Lisboa (e provavelmente no resto do país) a lógica do estacionamento pago é uma lógica comercial: o objectivo é gerar receitas.
Em Amsterdam, Genève, Londres ou Paris o objectivo é dissuadir as pessoas de utilizarem o automóvel nas cidades.
Caro Luís Serpa, a julgar pela quantidade de colectores de moeda sem manutenção e pela falta de controlo dos pagamentos e incentivo por todo o lado a que se estacione gratuitamente no passeio, não vejo que lógica comercial possa ser essa...
Antes fosse.
Caro Luís Serpa
fiquei sem perceber o seu comentário. O que distingue um do outro??
António C. - tem razão quanto ao estado de manutenção das coisas. Infelizmente, o mesmo se aplica a muitos outros sectores do Estado (e do privado também, já agora).
Miguel C. - Talvez um exemplo ajude: em Genève o regarregamento de parquímetros não é permitido. Ao fim de meia-hora (o tempo limite no centro da cidade) não basta "pôr moedas": tem que tirar o carro e ir procurar outro lugar.
Luís S.,
mas em Lisboa o preço vai subindo ao longo do tempo.
O "ir meter mais uma moedinha" também serve de desincentivo a longos estacionamentos... e em muitas cidades nem existe essa filosofia do preço crescente (como no caso de Amesterdão como se pode ver no post).
Não foi exactamente o seu caso, mas fico sempre sem perceber onde é que acaba a "caça à multa" e onde é que começa uma boa política. Eu não vejo grandes diferenças.
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