17/07/2009

Tela de publicidade da Renova no ROSSIO foi reprovada pelo IGESPAR


A tela de publicidade da RENOVA no Rossio recebeu parecer de não aprovação tanto do IGESPAR como da DRCLVT. Esta informação é pública e foi confirmada oficialmente.

A CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA:
Mais uma vez, esta tela foi licenciada pela CML (por um periodo de 3 meses - Maio, Junho e Julho) sem que primeiro tivesse sido efectuado o pedido de autorização ao IGESPAR. Porque razão a CML sistematicamente não acautela os procedimentos previstos na lei? Porque razão a CML só efectuou o pedido um mês depois da tela estar instalada, ou seja, quando o pedido já não faz sentido? É intencional ou pura desorganização dos serviços da CML?

Este caso indicia situações preocupantes dentro da Direcção de Ambiente Urbano da CML. O espaço público de Lisboa - em particular o centro histórico - não pode continuar a ser explorado desta maneira pelas grandes marcas e com a cumplicidade da própria CML.

Porque razão a tela do Rossio foi licenciada uma vez que nunca poderia receber um parecer positivo do IGESPAR / DRCLVT? Lamentável a Câmara Municipal de Lisboa ter licenciado esta operação de marketing de uma empresa privada apesar de ir contra as regras internacionais de gestão de um centro histórico. Desde Maio que temos o Rossio desfigurado com uma mega tela de publicidade afixada num imóvel classificado, numa zona urbana de relevância nacional e até mundial.

A RENOVA:
Condenamos a RENOVA por ter avançado com um projecto desta natureza que óbviamente nunca poderia receber um parecer positivo do organismo do Estado responsável pela salvaguarda do Património classificado. Só quem não conhece a redacção da Lei do Património, ou quem tem pouca ou nenhuma consideração pelos bens culturais classificados, pode conceber e implementar um campanha de publicidade com este impacto negativo.

Mas os cidadãos tomaram nota desta situação, donde se tiram as seguintes conclusões sobre a RENOVA:

-Desconhece a Lei do Património;
-Ignora pareceres obrigatórios e vinculativos do IGESPAR/DRCLVT;
-Explora a cidade histórica e o seu património para fins comerciais;
-Revela insensibilidade aos bens culturais classificados;
-Promove más práticas de marketing e publicidade.

Esta mega tela de publicidade, mal disfarçada de «comunicação» da RENOVA (como lhe chama a empresa), é um atentado ao património classificado, uma ofensa a Lisboa.

É uma vergonha que uma marca portuguesa e a CML sejam cúmplices de uma intervenção que desfigura o património arquitectónico de Lisboa. Seria impossível instalar uma tela de publicidade destas numa praça de igual importância em Paris, Londres, Viena ou Roma.

Resta aos cidadãos prevenir que situações como esta se repitam no futuro. Devemos estar atentos e não hesitar em recorrer a todos os meios legais para proteger e salvaguardar o património classificado. A lei do Património existe para ser cumprida e não para ser ignorada ou contornada.

17 comentários:

Anónimo disse...

Acho ridículo condenar-se a Renova. A Renova apenas fez o que lhe foi consentido pela treta de executivo municipal que temos de ter, espero que por pouco tempo.

Filipe Melo Sousa disse...

Acho muito bem que se utilize o edifício para algum fim. A CML já por si mata a vida da cidade com os seus regulamentos kafkianos e a miserável lei das rendas. Pelo menos que a fachada sirva para algo.

Que fique a tela. Como prova da cidade fantasma em que os autarcas tornaram Lisboa. Como prova de que ali não mora nem trabalha ninguém.

Claro que seria muito mais conveniente fingir que nada é assim. Os burocratas inúteis querem manter as fachadas com aparência de uso, para inglês ver, para ninguém utilizar. Para que a sua incompetência não seja flagrante.

Seja pois bem, vinda a Renova. Que continuem a ladrar os cães. Que passe a caravana. Deixem-na seguir o seu caminho. Laissez, faire, laissez passer.

Anónimo disse...

pois é, os portugueses são mesmo especialistas em fugir à lei; mas é como diz, uma VERGONHA que a própria câmara de lisboa dê o mau exemplo, assim tão descaradamente no Rossio!

Anónimo disse...

V-E-R-G-O-N-H-A!!!!!!

Ai - a - Tola disse...

Caro Filipe,

concordo consigo. Nada mais kafkiano do que fazer publicidade a papel higiénico numa das áreas mais densamente usadas por turistas e com mais significado patrimonial. Sugiro, ainda, que dever-se-ia intensificar este tipo de actuação e aproveitar a forma natural da estátua de D. Pedro IV no Rossio e transformá-la numa salsicha Isidoro, ou uma morcela - para promover uma qualquer região chouriceira do nosso amado país. Na verdade esta estátua não tem realmente uso, pois não?
E veja o potencial desta cidade, tantos monumentos a tantos edifícios em locais históricos que poderíamos cobrir com publicidade!
Viva Kafka!

FJorge disse...

Não esquecer que a Praça do Comércio já foi usada como cenário do «maior assador de castanhas do mundo»! Também a Nestlé e o «Pançudo das Bifanas» tiveram direito ao mesmo ilustre palco urbano. Mas para além da culinária, também por lá passaram o champoô Linic Anti Caspa, a Seat e a TMN (quem se pode esquecer das bolas TMN!). Tudo no âmbito da iniciativa «Aos Domingos o Terreiro do Paço é das Pessoas».

Anónimo disse...

Não é de admirar este caso RENOVA/ROSSIO, quando a CML também “lava as suas mãos” no caso das alterações propostas para o Terreiro do Paço, refugiando-se atrás de uma empresa “alien” que dá pelo nome de SIMTEJO (???) e o IGESPAR não aparece nem se ouve. No fundo todos tratam a lei como se fosse alguns dos conhecidos produtos da empresa papeleira, que dispenso de referir.

Concordo com a opinião já expressa de transformar a estátua de D. Pedro IV numa salsicha, para publicidade a alguma das marcas mais conhecidas. Com alguma imaginação será possível encontrar outras possibilidades de uso de monumentos tendo em vista o reforço orçamental da CML. Abra-se já um concurso de ideias!

J H Ferreira

Anónimo disse...

Quem ficou a ganhar com isto tudo? A Renova e a CML.

Anónimo disse...

sugiro que os protestos sejam também dirigidos para info@renova.pt.

FJorge disse...

Tanto a Renova como a CML já receberam reclamações de cidadãos (incluíndo eu próprio). Mas é preciso mais, muito mais para que situações como esta não se repitam. Nunca se falou tanto do carácter intrusivo da publicidade como nos últimos anos mas também nunca se viu Lisboa tão invadida de publicidade como agora.

Anónimo disse...

Acho sempre muito grave e condenável que uma entidade, qualquer que seja, ainda mais se for pública, não cumpra com os requisitos legais, para os quais muitas vezes foi ela própria a mentora e produtora.
Sei, por experiência própria, que a CML muitas vezes não cumpre com os regulamentos que ela própria aprova, o que é verdadeiramente espantoso.
Isto é um absurdo e só posso aceitar que tal se passa porque alguém recebe "por fora" para fazer vista grossa.
No meu vocabulário simples isto chama-se CORRUPÇÃO.
Luís Alexandre

Armando Filhote disse...

é uma situação de se limpar o rabo

Anónimo disse...

pode-se fazer o mesmo no centro histórico todo.

ficava linda esta cidade...

por amor de deus...

Anónimo disse...

Apenas o centro histórico de Guimarães é digno desse título. Deve ser a única cidade portuguesa que tem um centro histórico à altura de qualquer país desenvolvido. Tudo o resto é um retrato lamentável do que os portugueses se transformaram no final do séc. XX.

Anónimo disse...

boas fotos. bem elucidativas do erro cometido pela vossa câmara ao licenciar esta "bandeira" gigante da renova. mas aqui no Porto temos o memso problema. as câmaras querem os euros e tudo fazem para enganar o igespar e contornar a lei.

Anónimo disse...

Três vivas aos cowboys de Lisboa e a sua amiguinha Miss Renova!!!

Anónimo disse...

Boicote à RENOVA JÁ!