"A notícia da minha morte foi um manifesto exagero". Mark Twain
O Martinho da Arcada não é um café qualquer. Tal como A Brasileira do Chiado e o Café Nicola em Lisboa, o Café Majestic, o Velasquez e o Guarany, no Porto. Todos pertencem ao nosso património histórico e cultural.
O Café mais antigo do país tem uma profunda ligação histórica e cultural com a cidade de Lisboa, desde que abriu as portas, cerca de duas décadas após o Terramoto de 1755.
É parte integrante do Terreiro do Paço e por essa circunstância monumento nacional.
Tem mesas "reservadas" para Fernando Pessoa, José Saramago e Manoel de Oliveira.
Ruído? Sempre houve. A origem do problema presente está directamente ligada ao Projecto de requalificação do Terreiro do Paço, que - tal como está apresentado, transfere a esmagadora maioria do trânsito da Avenida Ribeira das Naus para a Rua da Alfândega e Rua do Arsenal - se se mantiver, além de duplicar o número de transportes públicos que já ali circulava anteriormente, tornará permanente o caos de trânsito que se vive hoje naquelas artérias. Quem vai ter vontade de ir ao Martinho?
Sempre que existem obras, a vida das pessoas é afectada mas, quando terminam, a vida volta ao normal.
Em 5 de Outubro de 2010, a Monarquia Republicana vai comemorar o Centenário e o Terreiro do Paço vai estar num brinco mas, no dia seguinte, o inferno voltará.
Talvez o Martinho da Arcada já não esteja aberto, nessa altura.
Se o senhor António não conseguir manter o negócio, fecha a porta e vai à vida dele. Lisboa fica sem o Martinho da Arcada e uma parte da sua história ficará por contar. É assim...
O proprietário, o Ministério das Finanças, segundo julgo saber, não terá dificuldade em encontrar utilidade para o espaço; Pode transformá-lo num Museu, ligando o Martinho ao piso de cima, ou numa galeria, ou até, em conjunto com a Câmara, torná-lo num espaço de cultura e lazer.
O Martinho da Arcada pode vir a ser um Museu mas, como diz o senhor António, gostava que fosse um Museu vivo e não um Museu morto.
Luis Machado, um amigo da casa que dinamizou as Conversas à Quinta Feira durante algum tempo no início da década de noventa e em 2005 promoveu As Noites do Martinho, vai fazer regressar as tertúlias em Setembro, num conjunto de sete sessões. É um contributo, entre outros possíveis, para que o Martinho da Arcada continue vivo.
55 comentários:
deviam de acabar com o transito na paraça do comercio...só para as pessoas andarem mais nada.
E se o MArtinho, um café com aquela história, (se fosse em sítios civilizados seria consdierado um clássico) desligasse de vez a televisão? Dá um aspecto de tasca horrível e eu, quando não me agradam os lugares, deixo de lá ir , que foi o que aconteceu.
Tomar um café e um pastel de nata ao balcão com as notícias ligadas, é demais para mim. Para isso, há outros balcões de zinco...
As pessoas são pouco exigentes. Não me estou a ver num café de Viena a levar com um écran de televisão na cara...
o Martinho vai continuar vivo. decerto que a esplanada não esteve sempre lá e o Martinho sobreviveu sem ela. se o Sr. António não tem ideias ou capacidade para manter o lugar que se deixe de lamúrias e o trespasse a alguém com mais capacidade. de qualquer maneira a esplanada continua a ter gente (passem por lá durante o almoço) e se por acaso tem menos do que o que tinha entao é porque as pessoas estão a ir a outros restaurantes e para esses restaurantes a mudança de tráfico foi benéfica!
Concordo com M Isabel G. Que o dono desligue a televisão e dê alguma qualidade que respeite o passado do café. Espero que feche e volte a abrir com outra gerência. E o mesmo devia acontecer na Brasileira que é uma vergonha. Desde as casas de banho ao serviço. Não vou ao Martinho porque não me atrai tal como ele é. O trânsito é irrelevante. O mesmo se passa com as lojas da Baixa. Não interessam. O problema está na gerência saloia destes negócios que não se adaptam ao século XXI ou respeitam a sua importância histórica. Não basta terem figuras do Pessoa.
Mário:
Nem fale na Brasileira.... aquilo é um clássico no pior sentido ...
Anda tudo cego em Lisboa.
O rua com maior movimento da Baixa é a Rua Augusta por onde não passam carros. A zona com mais gente a passear e às compras é o Chiado, onde existe comércio traditional com algum requinte juntamente com as marcas internacionais mais procuradas.
Na Baixa, a maioria das lojas têm montras arcaicas, e fecham a horários quando precisamente as pessoas estão a sair do trabalho e podem ir às compras.
Além disso os carros que passam pela Baixa não são para ir fazer compras ou ao café! As pessoas vão de carro fazer compras aos centros comerciais. Na Baixa o comércio deve ser para um público mais cosmopolita, urbano, e sofisticado, que gosta de passear pela cidade, que aprecia o requinte das coisas tradicionais adaptadas às exigências deste século. Quem faz compras nos centros históricos é esse tipo de cliente juntamente com turistas que sempre procuram algo diferente.
Os comerciantes de Lisboa deviam todos fazer uma viagem pelos centros históricos da Europa para abrirem os olhos e finalmente perceberem que só perdem com os carros a passar pelas suas lojas, que espantam o tipo de clientes que podiam ter.
Dos poucos lugares decentes em Lisboa: A Versailles.
Qualidade serviço e produtos.
E sem direito a televisão, oásis para todos quantos gostam de comer sem levar com futeboladas e notícias do país@do mundo :)
"Na Baixa o comércio deve ser para um público mais cosmopolita, urbano, e sofisticado, que gosta de passear pela cidade, que aprecia o requinte das coisas tradicionais adaptadas às exigências deste século. Quem faz compras nos centros históricos é esse tipo de cliente juntamente com turistas que sempre procuram algo diferente. "
Não é preciso inventar nada: os Parisienses fizeram do "Marais" esse local com comércio mais personalizado , esplanadas agradáveis e brasseries simpáticas.Claro que o trânsito é altamente condicionado .
Muito se fala dos centros comerciais e como eles roubam clientes à Baixa. Isso não é bem verdade. O tipo de cliente dos centros comerciais é diferente do dos centros históricos. Em Paris há o Marais, e também existe o centro de Copenhaga, Viena, etc. Parece que só na Baixa ainda não se percebeu isso. Levo sempre os meus amigos estrangeiros à Vida Portuguesa e a outras lojas bem recuperadas e exploradas no Chiado e Principe Real, mas raramente passamos pela Baixa porque tem muito pouco ou nada para oferecer. Aliás, são uma vergonha.
pedrogrilo disse...
deviam de acabar com o transito na paraça do comercio...só para as pessoas andarem mais nada.
9:36 AM
Como se o espaço para peões na referida praça não fosse já a maioria! Você é radical, nem transportes publicos nem nada, tudo a andar a pé que faz muito bem! Só por aí ve-se que os carteiros são imortais!
ahahahah. biba a cultura e as tertúlias.
pessoa rebola de riso sempre que um empresário usa o seu nome para fazer uns trocos.
já agora, o pessoa trabalhava em que banco? sempre se lhe podia dar um subsídio.
A Brasileira é um exemplo de mau serviço, semelhante à Suiça. Quando lá estou parece que lhes estamos a fazer um favor.
Sim, de facto a Praça do Comércio ficaria bem melhor sem trânsito nenhum.
E não consta que o Pessoa fosse para o Martinho de Citroen.
acho imensa piada.
portanto, vamos acabar de vez com o trânsito no terreiro do paço, assim num instante, sem ponderar alternativas nenhumas. espectacular. aliás vamos proibir as pessoas de andar de carro, porque os carros são maus. aliás, já agora vamos proibir as pessoas de fazer outras coisas que não gostemos. e reactivar a censura, por que não?
certo, o dono pode estar a exagerar, e devia desligar a televisão no café (falta de respeito). mas não se podem tomar medidas destas e depois dizer que há muito trânsito na cidade. lisboa agora tem uma hora de ponta que dura o dia todo, e porque será, quando se fecham as artérias principais da cidade assim à toa?
Concordo plenamente com o disseram em comentários anteriores, aespecialmente os de M Isabel G. O Martinha está uma VERGONHA de há vários anos para cá e se vai fechar (presumo que por falta de clientela fiel), tal se deve ao PÉSSIMO serviço que presta e não ao trânsito no TP ou à falta dele. O mesmo se pode dizer dos igualmente MAUS Brasileira, Bérnard, Suiça, Confeitaria Nacional, entre muitos outros. É preciso reabilitar esses locais com urgência, claramente as pessoas que os gerem são INCOMPETENTES: só pensam no lucro da 'bica ao balcão' como se tratassem de um qualquer café de bairro. Os restantes produtos (bolos, sandes, etc) têm qualidade medíocre e pior de tudo o SERVIÇO é de FUGIR. Os proprietários que pensem na clientela em vez de se focarem no trânsito e problemas afins: quem passa de carro não entra para consumir!
Ora, este post diz algumas coisas acertadas.
- O facto de o empresário deixar de explorar o espaço não significa o fim do Martinho; significa, talvez, que o proprietário deixará de fazer as suas férias de Inverno nos Alpes e terá que se contentar com as suas viagens de jipe em Marrocos no Verão.
- O Inquilino não terá dificuldade em encontrar utilidade para o espaço
- Diz o autor do post que quer aquilo como um museu vivo e não como um museu morto. Muito bem. Mas aquilo neste momento está mais para o vivo ou para o morto? Museu com televisão a dar bola? Qual é a proporção de lisboetas que podem suportar os custos de uma visita a este museu?
Ou seja, ao contrário do que se diz por aí
- o espaço pouco ou nada tem de cultural, além do facto de parasitar alguns nomes da cultura.
- o espaço está mal gerido, o que costuma resultar em trespasses e falências no mundo do mercado-livre.
- Lisboa não ficará sem o Martinho; o proprietário, esse, talvez fique - e não me parece que este blog sirva para defender interesses particulares
Claro está que quando me referi à televisão ligada estava a falar do balcão onde se pode tomar um café e comer qq coisa em pé.
No resturante, não entro há anos e na esplanada idem.
Cada um come onde gosta e onde pode.
.
Mudando de assunto:
Mas porque não gastar as mesmas energias nos bairros onde vivemos, defendendo o brio nos espaços verdes cuidados e zelar pelo bem estar dos mais vulneráveis (impedindo estacionamento selvagem, etc)??
Isso sim, tb seriam excelentes iniciativas de bairro:)
MARTINHO DA ARCADA, FOREVER.
até o café é mau nessa tasca
Viva a baixa com hora de ponta durante todo o dia!!! (Vidé campo das cebolas e acessos, ribeira das naus, rua do ouro, rua do arsenal, etc).
Parabéns aos fundamentalistas e aos que acham que as alterações aos hábitos se fazem por decreto e sem estudar ou propor qualquer tipo de alternativa). Já agora porque não decretam o fim de Santa Apolónia (já cortaram o principal acesso para os Lisboetas que vivem na zona Ribeirinha até Algés)? E o fim dos terminais dos barcos (não poluem como os carros)? E fechem também a Rua do Arsenal e o pouco comércio que resta.
Ah! E já agora fechem também a câmara municipal. Mudem-na para Loures. Não é para aí que o METRO DE LISBOA se vai expandir?
Parabéns.
Nem sei como a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica ainda não fechou aquela espelunca...
Nem era mal pensado dar-lhe o mesmo destino que à Colombo (perto do Galeto - outro antro mal frequentado)
Concordo com a M Isabel Girão; o Martinho da Arcada, bem como todos os cafés e restaurantes com história e por isso, com dignidade adquirida, não podem resumir-se a viver do seu nome. A sua modernização não pode passar pela colocação de tv e balcões frigorifícos de estrutura de alumínio, senão deixa de ser o café Martinho da Arcada e pode passar a chamar-se o snack Arcadas ou, a tasca do Martinho, se preferirem.
Eu defendo que o trânsito saia da Baixa não pela poluição ou ruído, mas sim para se ternar uma zona de comércio e lazer mais atraente e agradável. Como aqui já foi dito, a Rua Augusta e o Chiado (Rua do Carmo, Garrett, largo do Chiado) sem ou com pouco trânsito é para onde toda a gente vai.
Andar de carro pelo centro é coisa de suburbio e não de uma capital antiga.
Não me incomóda absolutamente nada, que se corte o trânsito no Terreiro do Paço; em Veneza, em Viena, em Praga e, por aí fora, as principais praças dessas cidades, só beneficiaram com a falta de "pópós" a atravessá-las.
A Praça devolvida ás pessoas, é uma mais valia.
Veja-se quais das três ruas principais da Baixa, Ouro, Augusta e da Prata, tem mais pessoas e qual delas tem mais comércio e esplanadas...
E o que está a acontecer nos centros históricos das pricipais cidades portuguesas? Cidades como Viana do Castelo, Braga, Guimarães, reduziram os seus centros, exclusivamente para peões; carros é a volta.
E o mais engraçado é que, a maioria dos defensores do carros no centro histórico, vão passar férias a cidades onde isto acontece e acham óptimo poderem passear sem ser incómodados. Só cá na capital é que há toda esta crispação:
Interesses, pois então!
Antes de mais deixo aqui um reparo ao meu "post":
Entendo correcto o corte do trânsito nos lados Norte, Nascente e Poente da Praça.
No lado Sul e para já, não me parece possível nem viável.
Ninguém será ingénuo a ponto de pensar que é possível eliminar o trânsito no TP ( refiro-me unicamente aos transportes públicos).
O que é necessário é que seja apresentado (até agora não foi) o Plano de redefinição do trânsito após as alterações implementadas.
O que aconeteceu foi pura e simplesmente isto: o trânsito foi desviado da Ribeira das Naus para as ruas do Arsenal e Alfândega, sem que nada tenha sido feito a montante e a juzante destas duas artérias.
Logo que pequem nos estudos e implementem um sistema que funcione, verão como é fácil repor a carga anterior (refiro-me ainda aos transportes públicos) e os problemas actuais serão minorados.
Com bom senso e divulgação da informação atenpadamente, tudo se resolverá.
Para Paulo GI... Há alternativas de percurso entre santa Apolónia e Algés. Garanto-lhe que não passam na Baixa e são rápidas. Já tentou?
Concordo com uma Baixa com redução de trânsito. Afinal não precisa de ser uma via de atravessamento.
-Please a ICED TEA with one touch of a gasoline essence, thank you very much.
Caro abrancoalmeida, concordo em parte consigo.
Agora, eu não defendo a manutenção da trapalhada que foi feita agora.
Tem que haver uma premissa que seja a base de partida e essa deve ser, em minha opinião, retirar do TP o trânsito, nos lados Norte, Nascente e Poente. É com base nisso, que deve ser efectuado o estudo de tráfego devido.
Depois terão que ser encontradas as soluções. É como em tudo.
Mais uma acção lesa-cultura deste Costa/Salgado/Zé EXECRÁVEIS
QUERO, POSSO E MANDO
Ainda comedidos são os propritários do Martinho.
Ao cair da noite DEZENAS de sem abrigo são encaminhados pelos serviços da CML para dormirem, urinarem e instalarem-se nas arcadas.
Caros bloguistas, vão ver.
A pandilha que dirige a CML devia ser obrigada a passar lá uma noite, depois de terem enchido a pança no Gambrinos.
E onde estão esses indivíduos que ganham dinheiro nos jornais e TV, vão lã e relatem o que se passa.
E pelo menos 18 LANTERNAS foram arrancadas dos belos candeeiros das arcadas.
Será que se prepara uma "reabilitação" modernaça da iluminação?
"Ao cair da noite DEZENAS de sem abrigo são encaminhados pelos serviços da CML para dormirem, urinarem e instalarem-se nas arcadas."
hmmmm.
parece que o problema aqui é que isso aconteça nesse espaço de excelência do Martinho, nada mais...
muito bem, gosto de vos ouvir
o problema deste "debate" é que há aqui muita gente que só vê aqui mais um pretexto para atacar o Costa e fazer campanha. aliás, já me passou pela cabeça, depois de ver o Martinho cheio como sempre, que a intençao do dono da tasca também foi essa.
Parabéns a carris
Pois 150 autocarros por hora são obra
Ainda dizem que os transportes em Lisboa funcionam mal
Caros Rui e anónimo antecedente,
naturalmente que o problema dos sem-abrigo nada tem que ver com o do Martinho da Arcada.
Os Serviços da Câmara não encaminham ninguém; O que vejo é, entre as 10 e as 11 da noite, um carro entregar comida e agasalhos para as pessoas que dormem debaixo das arcadas, maioritariamente na zona da entrada do Ministério das Finanças.
Como sabem, é-lhes oferecido outro tipo de alojamento e eles preferem dormir na rua. É complicado!
Quanto aos ataques políticos, não me parece! Tradicionalmente, o Martinho, apesar de espaço plural, sempre recebeu mais gente de esquerda.
Caro ABrancoAlmeida
Diz que "Quanto aos ataques políticos, não me parece! Tradicionalmente, o Martinho, apesar de espaço plural, sempre recebeu mais gente de esquerda."
Neste debate, aqui no blog, há quem veja na questão Martinho mais um pretexto para atacar Costa. Foi o que eu disse.
Santana Lopes, num dos seus muitos blogues, também quis usar a situação em seu favor.
E o Martinho pareceu-me nestes dias ter a mesma clientela de sempre. Nem mais, nem menos. Tenho dificuldades em entender as reclamações do proprietário, e houve até um "amigo" do Martinho que escreveu aqui que considerava as queixas exageradas.
Quando se mistura o papão da "cultura", a gestão do tráfego e a campanha eleitoral, é difícl ter um debate sério sobre qualquer um destes assuntos.
O encerramento às 2h dos bares do Bairro Alto, em Lisboa, provocou perto de 400 despedimentos e uma quebra de 70% no volume de negócios destes espaços. O levantamento foi feito pela Associação de Comerciantes do Bairro Alto que está actualmente em negociações com a Câmara para voltar a alargar os horários de funcionamento.
A primeira vez que as duas partes se sentaram à mesa foi em Janeiro, a pedido dos comerciantes do Bairro Alto. A reunião foi solicitada logo em Outubro, mas a Câmara só marcou o encontro em Janeiro. Nessa altura, a associação apresentou uma nova proposta de horários: no Verão (entre 15 de Junho e 15 de Setembro), os bares abririam até às 3h todos os dias. No Inverno, até às 2h, excepto às sextas e sábados, que estariam abertos até às 4h (o horário antigo), mas, a partir das 2h, as portas seriam fechadas e as pessoas concentradas no interior dos bares.
A Câmara concordou em analisar a proposta e marcou uma nova reunião para Maio, para se avaliar o impacto da redução de horário de funcionamento. Essa reunião foi sucessivamente adiada até à passada terça-feira. António Costa comprometeu-se a dar uma resposta numa outra reunião, agendada para hoje. Contactada pelo Diário Económico, fonte oficial da Câmara Municipal de Lisboa confirmou a existência de negociações sobre eventuais ajustamentos aos horários de encerramento dos bares.
Quase 400 desempregados desde a decisão da Câmara
A medida de redução dos horários dos bares das 4h para as 2h - apoiada pelos moradores, mas fortemente contestada pelos comerciantes -, foi decidida pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, em Outubro do ano passado. Na altura, o autarca de Lisboa justificou-a com a necessidade de devolver qualidade de vida aos moradores. Mas para João Gonzalez, presidente da assembleia-geral da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, esta medida resultou em perda de qualidade de vida para quem lá mora "porque a maioria das pessoas que habita do Bairro Alto também tem o seu negócio ali ou trabalha nesses negócios. A partir do momento em que os proprietários se vêem obrigados a despedir, essas pessoas são as primeiras a ser prejudicadas".
Desde Outubro até Junho, diz João Gonzalez, perto de 400 pessoas perderam o emprego. Segundo a Agência Lusa, os novos horários de fecho dos bares no Bairro Alto estão a direccionar os clientes para o Bairro de Santos.
A Associação teme que, com a coligação de António Costa com Helena Roseta para a Câmara, o Executivo volte atrás e fique indisponível para considerar a proposta da Associação, uma vez que a Costa pode ficar numa posição mais confortável no que respeita à contagem de votos.
Boa piada, essa dos comerciantes do Bairro Alto
1) 400 desempregados é um número lançado por uma parte interessada e longe de imparcial.
2) Seria interessante saber quantas pessoas foram despedidas em igual período antes da medida de Costa. Toda a gente sabe que os bares e discotecas contratam empregados de forma precária e estão sempre a rodar o pessoal. Sei isto por experiência própria. Muitos nem sequer passam recibo e os contratos são meramente verbais. Qualquer pessoa sabe isso.
3) Dizer que a maioria dos moradores do BA trabalha no negócio da noite do BA só pode ser piada.
4) É espantosa a forma como se desrespeita continuamente o direito dos moradores do BA, em textos como este, sem nunca considerar um direito tão básico como o de descansar antes das 4 da manhã.
5) É importante referir que a esmagadora maioria dos bares do BA e de LX estão ilegais, não têm licença, não cumprem normas nenhumas, e vivem na mais total impunidade.
Se há coisa de que o Costa pode orgulhar-se é da coragem de implementar essa medida, que só peca por escassa.
E quem é que acredita que os lucros caíram 70%???
Os bares estão abertos das 9 às 2 entre 2ª e 5ª. Ou seja, tiraram-lhes 8 horas semanais, num conjunto de 42 horas.
Como é que daqui resultam perdas de 70%??
Aldrabões!
às 9 da noite o que mais há, é gente nos bares!!!!!! Dah
E você acredita que as noites de sexta e sábado, mais os outros dias todos até às 2 da manhã, só significam 30% do volume de negócio?
A lata que estes tipos têm.
Claro que sim! Não costumava frequentar o bairro alto? Não via que quanto mais tarde mais gente chega?
Portugal é o país mais noctivago do Mundo, junto com Espanha.
ahahaha, sr. xico205!
que piada!
que aldrabice!
então essas 8 horas perdidas pelos bares (e ganhas pelos moradores) representam 70% enquanto as outras 34 horas da semana, fins-de-semana incluídos, representam 30%????
aldrabões!
já que fala em Espanha, sabia que aí já se chega ao ponto de condenar à prisão proprietários de bares que torturam moradores?
Se você não vê o obvio e pelos vistos não era frequentador da zona, não palpite. Não fale do que não sabe.
Aldrabão é você!
Não estou a "palpitar".
Já trabalhei num bar do BA e sei do que falo. se calhar, sei muito mais sobre o assunto do que você, porque já estive dos dois lados.
Só alguém muito crédulo ou de má-fé pode dizer acreditar nessa treta dos 70%...
Pergunte a esses aldrabões se quereriam inverter a situação e ficar apenas com esse período de 8 horas que alegadamente lhes custa 70% dos lucros? Ficariam com prejuízos de apenas 30% e teriam mito menos trabalho.
Garanto-lhe que não quereriam. Porquê? Porque a história dos 70% é mentira.
E uma palavrinha para os moradores? Tem?
"Portugal é o país mais noctivago do Mundo, junto com Espanha."
LOLLL dois ricos exemplos de desenvolvimento, prosperidade, educação cultura e cidadania....
Vá-se lá saber porquê!!
Neste caso deixem-se de choraminguisses e deixem funcionar o mercado!!!
O actual proprietário não aguenta a exploração então vende a concessão - se estiver a ser incompetente muda a gestão, se não e havendo interesse histórico o estado intervém e mantém o espaço para as gerações futuras, mas sem TV a passar cultura pimba atrás do balcão!!
Nuno disse...
"Portugal é o país mais noctivago do Mundo, junto com Espanha."
LOLLL dois ricos exemplos de desenvolvimento, prosperidade, educação cultura e cidadania....
Vá-se lá saber porquê!!
3:23 PM
O que é que o sr. ainda faz em Portugal? Emigre! Os outros países é que são bons!
Se o Rui já trabalhou num bar sabe certamente que a altura que os bares têm mais movimento é entre as duas e as quatro!
Logo não fazem sentido as suas afirmações!
O que diz é falso, sr. Xico205.
O pico do bar era normalmente entre as 12 e a 1.30. A partir das 2 vendia-se muito menos, e o pessoal ficava lá fora a fazer barulho mas sem entrar para consumir.
Além disso, as noites entre 2ª e 4ª eram muito calmas, tão calmas que o dono preferia muitas vezes fechar mais cedo e ir para casa.
Logo, essa história dos 70% é pura ALDRABICE
Além disso, é preciso não esquecer que:
- o direito a dormir sobrepõe-se a todos os outros
- a esmagadora maioria dos bares está ilegal, não tem licença, e não cumpre normas absolutamente nenhumas
Nestas condições, muita sorte têm os bares de estar abertos, quanto mais às 2 ou às 4.
Só se for no seu bar que não havia movimento, pois eu vejo ainda na actualidade as duas horas a bater no relógio e o balcão cheio de pedidos para atender! Tanto que os proprietários optam por fechar a porta e continuar o bar à porta fechada.
Isto para não falar nas manadas de gente que sai do bairro alto ás duas quando ele estava no seu máximo de gente e depois transportes para escuar aqueles milhares é mentira! Ainda querem que as pessoas não levem carro para o Bº Alto!
Nem aqueles taxis que improvisam praça de taxis na Praça de Camões são suficientes para escuar aquela manada que são mais que os que se vê em Pamplona a correr à frente dos toiros vestidos de branco!
O bairro alto é um bairro com tradição boémia de diversão nocturna logo qualquer morador quando para lá foi morar já sabia com o que contava. Um vizinho meu que tem mais de 70 anos e que nasceu e até se tornar adulto viveu no Bº Alto conta-me que já naquela época havia muita algazarra nocturna entre as prostitutas e clientes que frequentavam a zona.
Quanto à maioria dos bares estar ilegal!!! Então e a Policia Municipal e ASAE que muito andam pelo Bº Alto não lhes caem em cima e obrigam a encerrar???!!!!! Invente uma mais credivel que essa não pega!
Logo os seus fundamentos não têm razão de ser.
"eu vejo ainda na actualidade as duas horas a bater no relógio e o balcão cheio de pedidos para atender! Tanto que os proprietários optam por fechar a porta e continuar o bar à porta fechada."
pela boca morre o peixe, e esta afirmação responde à seguinte:
"Quanto à maioria dos bares estar ilegal!!! Então e a Policia Municipal e ASAE que muito andam pelo Bº Alto não lhes caem em cima e obrigam a encerrar???!!!!!"
Não é à Polícia Municipal e à ASAE que cabe o encerramento de bares, mas sim à DUC.
Eu sei por experiência própria o que sofri para conseguir que a câmara fechasse um bar que abriu na minha rua e teve anos e anos e anos aberto sem ter licença e apesar de a cml ter inúmeras provas da sua ilegalidade.
Se não sabe isto, não sabe absolutamente nada sobre a realidade da noite lisboeta e não vale a pena continuar a conversa. Você é um consumidor e nada mais.
Quanto ao argumento de que quem vai para lá sabe ao que vai, custa-me a acreditar que alguém de direita possa dizer uma coisa dessas. Se for assaltado e espancado junto a um bairro problemático, terá piada que alguém lhe diga "já sabia ao que ia, não?".
Além do mais, comparar umas zaragatas com chulos e prostitutas à algazarra instituída que é hoje o BA é um argumento totalmente falacioso.
Há leis neste país, que são para cumprir tanto como no BA como no Chiado ou em Odivelas.
Em resumo:
- os argumentos dos proprietários são falsos e aldrabões
- os bares estão, na esmagadora maioria dos casos, totalmente ilegais, com o beneplácito das autoridades.
- o direito ao meu repouso será sempre mais forte que o meu direito a beber copos ou a fazer barulho na rua até às tantas da madrugada.
até lhe digo mais:
neste momento, nem o kremlin nem a kapital têm licença de funcionamento. acha que um barzinho de esquina no BA tem?
Sim, eu sou um frequentador da zona à noite. De dia não me atrai, pois é muita xungaria que por lá anda, embora não só. À noite como há mais gente "normal" os xungas não me xateiam.
Será verdade que vivemos na anarquia? Que a Câmara é pessima toda a gente sabe, agora pactuar com estabelecimentos que funcionam de forma ilegal, e sabendo da situação nada faz??? A Policia Municipal serve para essas situações! Ah pois, nas imediações do Bº Alto é mais lucrativo pôr bloqueadores nos carros porque supostamente estão a prejudicar quem passa, mas rebocá-los não! Subitamente um bloqueador faz com que um carro deixe de estrorvar! Além de regra geral ser necessário duas horas para o desbloquearem mesmo quando os agentes já estão no local com o escritório montado! (por acaso nunca me aconteceu)
Porque diz que sou de direita? Não tenho ideologia definida, tenho um voto flutuante entre a esquerda e a direita.
Peço desculpa se me enganei na sua inclinação política.
Sim, vivemos na anarquia no que toca à relação CML/noite lisboeta. Completa anarquia. Infelizmente, não consigo localizar uma citação de António Costa onde este diz que lhe custa fechar um certo bar sem licença já que há tantos em iguais circunstâncias.
É a completa anarquia, garanto-lhe.
Para Paulo GI... Há alternativas de percurso entre santa Apolónia e Algés. Garanto-lhe que não passam na Baixa e são rápidas. Já tentou?
Pois há, mas não são rápidas...o 12 e o 706 que vão pelo Marquês de Pombal e Gomes Freire. Mas desengane-se se pensa que serão eles mais rápidos que o comboio de Algés ao Cais do Sodré (10 minutos) seguido do 35 do Cais do Sodré para Santa Apolónia (7 minutos, na antiga versão de circulação).
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