Quatro das 40 casas devolutas do Bairro da Liberdade começaram a ser demolidas hoje de manhã, prevendo-se que os trabalhos se prolonguem até final desta semana, afirmou o presidente da Junta de Freguesia de Campolide, Jorge Santos.
Uma área do Bairro da Liberdade, em Campolide, com cerca de 80 metros por 50 de frente, ocupada por construções ilegais há vários anos, começou a ser limpa com a demolição das infra-estruturas devotadas ao lixo e ao abandono.
Cerca das 8h00 da manhã de hoje uma retro escavadora pesada iniciou a demolição de barracas e construções ilegais junto ao Aqueduto das Águas Livres em Lisboa, localizadas na rua da Samaritana, Travessa da Capela, Travessa da Capela Velha e Rua da Igreja.
No local, o autarca afirmou que "finalmente, e depois de dois anos de luta, a câmara iniciou a demolição das 40 estruturas vazias", que classificou de um "perigo para a saúde pública e em risco de cair".
Hoje de manhã, os trabalhos das demolições eram assistidas por alguns moradores, do outro lado da rua, num ambiente calmo.
O espaço foi vedado por grades ao longo da frente de intervenção, para impedir o acesso ao público aquela área, estando uma máquina no seu interior a demolir as infra-estruturas, verificou a Lusa esta manhã, durante os trabalhos.
O presidente da Junta de Campolide foi falando com os populares, na sua maioria residentes no Bairro, que também acompanham a destruição daquelas construções, demonstrando satisfação com a limpeza daquele espaço.
Os moradores, que na sua maioria recusaram falar com os orgãos de comunicação social, acompanhavam os trabalhos à distância, dando opiniões e sugestões para a realização dos trabalhos.
"São treinadores de bancada", desabafou um dos moradores, José António, que também assistia às demolições ao longe. Jorge Santos afirmou à que o espaço "vai ser limpo, para ali ficar um lugar aberto e sem lixo" para os moradores utilizarem e as crianças do bairro poderem brincar.
A moradora Maria Augusta, que habita há mais de 35 anos no Bairro da Liberdade, agradece à autarquia a remoção das infra-estruturas devotadas ao "abandono e ao lixo", afirmando que existiam "ratazanas e outra bicharada" no local.
A residente admitiu que pensava que não iria ver "a limpeza do bairro enquanto viva".
A demolição estava prevista há algum tempo, mas só foi realizada agora devido à necessidade de realojar duas famílias que ali habitavam.
Por realojar ficam, segundo o presidente da Junta de Freguesia, cerca de 500 pessoas que há "30 anos aguardam resposta para a falta de habitabilidade das casas onde residem", sendo ainda necessária a construção de 800 fogos, orçados em 75 milhões de euros, e que continua por realizar por falta de verbas da autarquia, referiu.
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1 comentário:
30 anos para responder? Que incompetência. Eu respondia-lhes em 3 seegundos: "queres casa, vai trabalhar".
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