Este edifício pioneiro do Bairro Barata Salgueiro não é uma obra de arte mas é uma obra de engenharia muito importante para a cidade: foi um dos primeiros edifícios de habitação a adoptar uma estrutura de ferro (1888); tem ainda a particularidade de expor parte dessa estrutura de ferro na própria fachada principal (ver o sistema de arco/coluna em ferro) o que constitui um caso raríssimo em Portugal. Por último, este é o último edifício que resta em Lisboa com estas características. Mesmo assim, a CML está a estudar um pedido de demolição integral do interior quando o valor patrimonial deste imóvel reside precisamente no sistema construtivo. É lamentável que o Pelouro do Urbanismo tenha uma visão tão superficial da arquitectura, do património. Parece que a cidade é feita apenas de fachadas, de imagens. Lisboa é reduzida a factos epidérmicos. Saber que um dos exemplares mais significativos da arquitectura do ferro da capital está em vias de ser demolido é no mínimo revoltante. Será que estamos apenas perante mais um caso de ignorância, incompetência ou de algo mais grave? Para quando uma mudança do simplista paradigma do "fachadismo"?
10/08/2008
LISBOA EM DESTRUIÇÃO: Rua Castilho, 15 / Rua Rosa Araújo
Este edifício pioneiro do Bairro Barata Salgueiro não é uma obra de arte mas é uma obra de engenharia muito importante para a cidade: foi um dos primeiros edifícios de habitação a adoptar uma estrutura de ferro (1888); tem ainda a particularidade de expor parte dessa estrutura de ferro na própria fachada principal (ver o sistema de arco/coluna em ferro) o que constitui um caso raríssimo em Portugal. Por último, este é o último edifício que resta em Lisboa com estas características. Mesmo assim, a CML está a estudar um pedido de demolição integral do interior quando o valor patrimonial deste imóvel reside precisamente no sistema construtivo. É lamentável que o Pelouro do Urbanismo tenha uma visão tão superficial da arquitectura, do património. Parece que a cidade é feita apenas de fachadas, de imagens. Lisboa é reduzida a factos epidérmicos. Saber que um dos exemplares mais significativos da arquitectura do ferro da capital está em vias de ser demolido é no mínimo revoltante. Será que estamos apenas perante mais um caso de ignorância, incompetência ou de algo mais grave? Para quando uma mudança do simplista paradigma do "fachadismo"?
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5 comentários:
Porque é que não compra o edifício e mantém o interior?
Visão superficial teve quem achou que o proprietário conseguiria (ou quereria) conservar o edifício recebendo 1€ mensal.
este, coitado, deita os foguetes e apanha as canas. E cuida que os parvos não percebem que é o mesmo.
É de facto um bom exemplar da arquitectura do ferro e que deveria ser preservada; classificado para já, pelo menos...
Eu, como muitos estudantes estrangeiros, morava em Rua Castilho 15 ao terceiro andar. como este post foi escrito quase hà dois anos, o que aconteceu? foi demolido?
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