08/08/2008

Responsável da Moderna assina projecto para Belém

In Público (8/8/2008)
Clara Viana

«O projecto imobiliário que poderá vir a substituir a Universidade Moderna em Lisboa, cujo fecho compulsivo se encontra agora iminente, tem assinatura do actual presidente da cooperativa proprietária daquela instituição, o arquitecto José Pagés y Madrigal. Em 2006, a Dinensino, então presidida pelo maliano Hamady Diall, vendeu os edifícios da Moderna em Belém à empresa Incentiveste, que anunciou para o local um projecto de habitação de luxo. O projecto foi entregue a Madrigal, professor na Moderna desde 1995, coordenador da área de Arquitectura a partir de 2002 e que o ano passado substituiu Diall na presidência da Dinensino.
O projecto inicial da Incentiveste contemplava, para além de habitação, a construção de novas instalações para a Universidade Moderna. Mas esta instituição poderá deixar de existir em breve - o seu fecho compulsivo foi determinado na semana passada pelo ministro do Ensino Superior, Mariano Gago. A decisão final só será tomada depois de 31 de Agosto. Até lá, a Dinensino poderá tentar contestar as conclusões das averiguações levadas a cabo no último ano pela Direcção-Geral e Inspecção-Geral do Ensino Superior, onde se dá como provada, "de forma inequívoca, a falta de viabilidade económico-financeira da Dinensino".
Questionado pelo PÚBLICO, Madrigal confirmou, através de uma assessora, que elaborou para a Incentiveste o estudo prévio de um projecto para a zona, mas que este não chegou a dar entrada na autarquia. Na semana passada, o vereador do Urbanismo na Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, indicou que existirá um projecto na autarquia para os terrenos de Belém onde se situa a Moderna. Salgado frisou que para este ir por diante será necessária uma alteração do Plano Director Municipal. Naquela zona, o actual PDM, que se encontra em revisão, não permite a construção de habitação.
Através da mesma assessora, Madrigal indicou que os desenvolvimentos posteriores do projecto foram entregues ao arquitecto Gonçalo Barbosa. Mas este desmentiu ao PÚBLICO a passagem de testemunho e indicou que a sua colaboração com a Incentiveste terminou quando esta iniciou negociações com a Dinensino.
Segundo Diall, o negócio com aquela empresa terá rendido à Dinensino 17 milhões de euros, que foram utilizados no pagamento de dívidas. Mas os pagamentos em atraso ao Estado e aos funcionários poderão totalizar ainda mais de 30 milhões de euros. O Ministério do Ensino Superior escusou-se a revelar qual o "buraco" que detectou nas suas averiguações.
17 milhões de euros foi quanto terá rendido à Dinensino a venda dos edifícios de Lisboa, Setúbal e Porto»


PODIAM 'ISPILICAR'???!!!

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