14/08/2008

Do ruído

Mais cedo ou mais tarde, a cidade de Lisboa terá de enfrentar a questão do ruído. Não falo sequer da praga das buzinas, em cada mão uma amiga, mas do barulho produzido por bares, oficinas e outros estabelecimentos que perturbam desde há muito, o sossego a que temos direito.
Se bem que nos prédios, essa situação se possa controlar (por vezes com alguns conflitos inter-condóminos), o mesmo já não se pode dizer do excesso de ruído que entra pelas janelas dentro e que nos tira o sono e a tranquilidade.
Recordo a saga dos moradores da Rua das Janelas Verdes, com o longo calvário de queixas a tudo quanto era instituição e em que tudo parecia desesperadamente inútil. Creio que finalmente houve um desfecho feliz para os moradores daquela rua, mas isto é só um caso. Estou certa de que abundam por essa cidade fora gente com sérias dificuldades em pregar o olho na hora de dormir.
Sei do que falo. Sendo certo que o excesso de ruído causa perturbações a nível da saúde pública, o caso dos mega-decibéis provocado pelo Eixo Norte-Sul, é já um clássico dos manuais pela forma como diversos executivos camarários e a empresa de estradas (não) têm tratado este problema, exigência antiga dos moradores naquela zona e que não são assim tão poucos.
Espero que esta questão venha a ser tratada com seriedade, dotando para o efeito mecanismos ágeis e desburocratizados e punindo quem merece ser punido. Para que haja sossego.
NOTA: Lei do Ruído, Cartografia Geral do Ruído, Carta do Ruído da Cidade de Lisboa, Postura Municipal Sobre Ruídos de 29.10.82 (Edital Nº 153/82);

3 comentários:

Anónimo disse...

Recuso-me pura e simplesmente a acreditar que nas Janelas Verdes posa ter ocorrido um desfecho feliz para quem lá mora.

É só esperar umas semanas e o regresso de férias...

Miguel Carvalho disse...

A lei do ruído foi muito saudada, por ser muito progressista...
Aquando da entrada em vigor, o governo da altura aprovou várias excepções à regra para a avião comercial em Lisboa.. tantas excepções como o número de voos que não respeitavam a nova lei.
Passados 5 (?) anos posso dizer que não notei uma única consequência, para lá do desenho de cartas de ruído.

O problema da poluição sonora é claramente desprezado por cá...

Filipe Melo Sousa disse...

Se gostam de sossego, porque vão morar para Santos? Quem está mal muda-se. Ou será que os senhores não querem prescindir da renda de 2 € e querem continuar a explorar? Só pode, ou isso ou é masoquismo.