22/02/2009

Prédio Embargado em Benfica há anos









Na zona envolvente ao Mercado de Benfica, a qual tinha sido contemplada com um Plano de Pormenor, devido à existência de um antigo ribeiro/caneiro (que vinha da Estrada-a-Damaia e entrava na Rua João Frederico Ludovice, contornando o Mercado), existe um prédio embargado há pelo menos mais de 3 anos.

Este prédio, construído no meio de nenhures, exactamente por cima do referido ribeiro/caneiro, é um atentado àquela zona histórica (onde também funciona o Clube Desportivo Fófó); um verdadeiro "mamarracho" que tem sido, sucessivamente, ocupado por toxicodependentes, os quais foram dali expulsos por imigrantes ilegais, que se serviram do mesmo como habitação.

Têm-se sucedido alguns problemas de ordem pública naquela zona, derivados aos inúmeros "habitantes" que por aquele prédio têm passado; tendo a PSP de Benfica conhecimento do caso.

O estaleiro de obras encontra-se completamente danificado, estando este prédio aberto a quem ali quiser entrar, sendo uma verdadeira ameaça para a população em geral, não só porque alguém pode ali entrar e cair no caneiro, mas também porque este aumenta o risco de inundações nesta zona.

Segundo o vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, a autarquia já tem uma solução para este caso (e parece que o dito cujo prédio ali irá permanecer, retomando-se a construção do mesmo).

Mas, na mesma zona, continuam a existir outros problemas graves, tais como o estado degradado (e quase rural) em que se encontram os acessos em toda a envolvente das traseiras do Mercado de Benfica (em particular na ligação com a Rua Emília das Neves, como se pode verificar nas fotos mais abaixo). Em dias chuvosos, é uma verdadeira peripécia para os transeuntes ali conseguirem passar, face ao número de verdadeiras piscinas de água lamacenta que ali se formam.




Corredor que liga a Rua Emília das Neves às traseiras do Mercado de Benfica



Zona nas traseiras do Mercado de Benfica e do prédio embargado, utilizada por muitos como estacionamento



Corredor de acesso do Mercado de Benfica à Rua Emília das Neves








11 comentários:

Anónimo disse...

Mais um caso de anti-cidadania e anti-urbanismo a juntar aos muitos que sofre Benfica! Não admira que muitos não saibam distinguir Benfica da Damaia e Venda Nova, caso não se passe pelas Portas, ninguém se apercebe que atravessou um concelho!

Anónimo disse...

Mais um caso de anti-cidadania e anti-urbanismo a juntar aos muitos que sofre Benfica! Não admira que muitos não saibam distinguir Benfica da Damaia e Venda Nova, caso não se passe pelas Portas, ninguém se apercebe que atravessou um concelho!

Anónimo disse...

Esse prédio que foi parada a construção mais valia ser demolido, não vem melhorar a estética do bairro, mais um a juntar aos restantes mamarrachos quadrados e inestéticos que é rica a freguesia de Benfica! Esta é seguramente a freguesia de Lisboa onde pior se construiu desde os anos 50 do século XX. Apenas se salvam as pré-existências duma Benfica rural e os bairros de iniciativa municipal: Bº de Santa Cruz, Pedralvas e Charquinho.
Desde os anos 50 do séc. XX que Benfica e Lumiar tiveram um crescimento idêntico apoiado no anti-urbanismo, felizmente o Lumiar a partir dos anos 80 rumou por um melhor urbanismo e estética dos edificios como são exemplo a Quinta do lambert, Parque Europa e Alta de Lisboa; infelizmente Benfica continuou com a mesma filosofia de construção que já tinha desde os anos 60! Lamentável no séc. XXI ainda se fazer obras destas!

Marta disse...

O problema não é só do edifício que ficou por acabar. O que se passa é mais grave, nesta zona presumo que se vive "dentro de condomínios" ora como se sabe em condomínios privados só nos preocupamos com o "nosso quintal" e com o "comando que abre e fecha o portão para o paraíso artificial".
o PROBLEMA está no fechamento e na sectorização por classes da cidade. Há uma série de problemas que a cidade contemporânea atravessa, por culpa do modernismo não sei se mal interpretado ou se este padecia de um mal à nascença condicionado a dar o berro.
A cidade jardim (garden city) a "broadacre city" e a "ville radieuse" baseavam-se na higienização das cidades, então insalubres, de ruas estreitas, com as indústrias no centro das cidades. A ideia seria construir zonas para habitar(e só habitar) fora das cidades,em torres ou habitações, com grandes espaços verdes à volta, onde se daria uma grande importância ao automóvel. Ora estes "condomínios" foram construídos sem regras em espaços pouco verdes e as cidades estão a abarrotar de automóveis. As estradas substituiram as ruas e o peão é ostracizado. Os condomínios tornaram-se espaços de desconfiança, onde tudo o que está para fora deste "não existe". Ou seja só o que está para dentro é tratado e vigiado por câmaras 24 horas por dia.

Marta Sousa Freitas

Anónimo disse...

Tem piada, mas estes "lamaçais" de Benfica, eram tão frequentes na minha infância. Bem....também ainda só passaram 45 anos, portanto, não podemos esperar que o problema fosse resolvido em tão poucos dias.....

JA

Alexa disse...

Marta Sousa Freitas: de facto, existem alguns condomínios (2 actualmente e 1 em construção) nesta zona.
Todavia, a restante envolvente do Mercado de benfica não tem nada a ver com esses condomínios que referiu.

Alexa disse...

JA: :)))
Achei curiosa a referência aos "lamaçais" de Benfica da sua infância, porque, quando estava a tirar estas fotos, lembrei-me de como o rural e o urbano ainda se tocam de uma forma tão tosca em Benfica ;)

Anónimo disse...

Alexa, quando falei em condomínios, falo dos verdadeiros (e realmente fechados, por barreiras físicas à cidade) mas também dos outros, os blocos (ou edifícios) de apartamentos que existem por toda a cidade. Ou nunca viu em Benfica as senhoras que limpam as escadas e os proprietários das mercearias e cafés atirarem baldes de água suja para a calçada(eu já vi noutros sítios em Lx e em Benfica também). E isto é a pequena ponta do Iceberg que alegoriza a situação a que se chama de espaço público ou comum.
Dê-se como exemplo um apartamento onde vivem 3 irmãos, quando os três estão juntos como nunca se sabe de quem é a responsabilidade limpar, atira-se as culpas para os outros dizendo que não fomos nós que sujámos, logo não temos nós que limpar. Ora na mesma casa quando já só está um, o espaço está na mesma sujo a diferença está se esse irmão é limpo e civilizado e vai limpar o espaço ou se mesmo estando só prefere ´continuar a viver na pocilga e na desorganização. O exemplo aplica-se à cidade.

Marta Freitas

Alexa disse...

Marta: foi uma má interpretação minha do que escreveu, pois como terminou o seu comentário falando em condomínios "vigiado por câmaras 24 horas por dia", associei a que fosse um único tipo de condomínios.

De facto, já vi diversas vezes o caso que relata, sobre "senhoras que limpam as escadas e os proprietários das mercearias e cafés atirarem baldes de água suja para a calçada"...
Não será, certamente, a melhor forma de agir; mas, se tivessemos sarjetas adequadamente limpas, a coisa seria diferente, uma vez que essa água suja se escoaria pelas mesmas.
O ideal seria mesmo que por cá se passasse como em Paris, onde as sarjetas são limpas 2 vezes por dias, por água que vai escorrendo em direcção às mesmas.

Em relação ao espaço público ou comum, penso que, no caso relatado neste post em concreto, muitas pessoas se queixam e sabem que a situação não está correcta.

Anónimo disse...

Pois....Alexa, parece que muitos bocadinhos de Benfica pararam no séc. XIX...

JA

HOMOSAPIENS disse...

O pessoal nao digam isso!!!
Olhem que aquele prédio é um 5 estrelas para as pombas que vao la dormir, e um restaurante de luxo para as ratazanas:-))))).