20/02/2009

Maioria silenciosa*

*sem conotações políticas

Os telejornais dão destaque, os jornais fazem reportagens, os rádios fóruns de discussão, realizam-se estudos técnicos e contra-estudos, os responsáveis autárquicos fazem reuniões e contra-reuniões, a AML faz-se ouvir, os presidentes da junta põem-se em bicos dos pés, os ânimos exaltam-se, a blogosfera (incluindo este blogue) agita-se, qualquer zé-ninguém tem uma opinião fundamentada, a "sociedade civil" faz petições e marchas lentas, gastam-se milhões de euros e horas a discutir qualquer minudência relacionada com o trânsito (e o estacionamento) do automóvel privado.
E não me refiro apenas à presente situação, onde a CML gastou uma bela quantia em publicidade, e tivemos vereadores na rua a distribuir panfletos. Refiro-me a sempre.

Mas senhores, estamos a falar duma cidade onde mais de dois terços da população nem carro tem. Desses ninguém fala nem quer saber. Na segunda-feira as televisões entrevistavam os automobilistas... e o resto? Será que a restante maioria nada tem a dizer sobre a alteração de segunda-feira? Consta que algumas carreiras de autocarro andaram mais rápido, que o centro histórico estava mais calmo e agradável para peões, consumidores, trabalhadores e moradores. Mas "consta" apenas, os órgãos de comunicação social nada dizem, e "estudos" nem vê-los.

21 comentários:

Anónimo disse...

Aplaudo de pé!

Eu, detentor de carro, mas utilizador de transportes públicos, aplaudo a coragem da CML.

Tem sido mais agradável andar a pé, de transportes e de carro por Lisboa.

Provou-se, por A+B que a maioria do transito que ia à Baixa era de passagem.

Quem trabalha na Baixa continua a ir e quem visita circula melhor (mesmo com a Ribeira das Naus fechada).

Anónimo disse...

Assino em baixo.

Anónimo disse...

Esta devia ser publicada!

Anónimo disse...

Vá lá. Este blog, as vezes, no meio do radicalismo, até tem ponderação.

Anónimo disse...

Acho muito bem. Quanto menos carros circularem dentro de Lisboa melhor. Apenas os necessarios, de suporte ao comercio, prioritário, transportes...

Miguel Carvalho disse...

Basta ler um ou dois posts meus para perceber a minha opinião, mas eu aqui nem queria apoiar ou deixar de apoiar, não queria afirmar que é bom ou mau para A, B ou C, nem dizer que X é mais importante que Y.

Apenas constatar um facto. Perde-se rios de dinheiro e tempo (e estou a pensar em especial na CML) a discutir apenas uma parte do problema.

Anónimo disse...

Excelente post.

E mesmo que seja uma parte do problema, já é uma parte que resolve.

Tudo se resolve aos poucos.

Sabem como se come um elefante? Aos bocadinhos.

Anónimo disse...

As cidades não são para carros, são para as pessoas. As autoestradas, esssas sim são para pessoas. O problema da CML sempre foi ser um trampolim para algo maior senão era simples: taxar entradas de veículos na cidade 5 euros 1 passageiro, 3 dois passageiros , mais de 2 não pagavam, iam ver o trânsito a diminuir.....e a qualidade de vida dos lisboetas a aumentar

Anónimo disse...

A ponte 25 de Abril sempre teve portagens e não é por isso que deixam de vir carros, aliaz em hora de ponta ela anda a 300% da sua capacidade, sendo que a média diária é de 156% de sobrelotação! Além disso na época medieval é que se pagava para entrar nas cidades.

Anónimo disse...

Pois, mas 25 de Abril e a Vasco da Gama são os únicos acessos Lisboa para quem vêm de Sul, não há outra hipótese (a não ser que se desviem para VFXira para fugir à portagem).
Existe sempre o comboio e o barco. O 1.º, quando o preço dos combustíveis aumentou até passou a ter mais utentes, mas assim que a situação mudou desapareceram rapidamente.
O comodismo faz muito diferença.

Eu sei que os transportes públicos não são os melhores do mundo, mas eu próprio os uso e na área da grande Lisboa, até hoje, poucos foram os sítios a que não consegui chegar. É verdade que reservo sempre algum tempo para atrasos e eventuais transbordos, mas normalmente chego aos locais antes da hora a que precisava de estar.

AD

Anónimo disse...

Se introduzissem portagens também não haveria outra solução senão pagar para entrar em Lisboa, logo fica provado que não são as portagens que impedem os carros de vir. Além disso todos os produtos à venda em Lisboa iam ficar mais caros, uma vez que o consumidor teria que pagar o aumento do custo de transporte.

Anónimo disse...

Existem locais às portas de Lisboa em que as coisas estão à venda por menos de metade do preço do que se encontram no centro da cidade (e ainda não há portagens).

Mas se o problema fosse o aumento dos preços dos produtos à venda, também se arranjaria solução. Por exemplo fazer o abastecimento das lojas ou dos seus armazéns abastecedores nas chamadas horas mortas. Ou existir um regime de excepção para esse tipo de caso.
A maior parte do trânsito é de particulares.

Agora não me digam que é normalíssimo ver dois camiões, daqueles que levam uma série de carros às costas, a passarem, em plena hora de ponta, na rua do museu dos coches como eu vi esta 6.ª feira à tarde!

AD

Anónimo disse...

A entrega dos carros nos stands faz-se durante as horas em que estão abertos.

Miguel Carvalho disse...

As portagens não servem para impedir a entrada de carros na cidade, servem para DIMINUIR (o que aconteceu em TODAS as cidades onde já foram implementadas).

O exemplo da Margem Sul não faz sentido, porque não sabemos como estaria a situação se não houvesse portagens. Estaria igual, haveriam 4 vezes mais automóveis? Eu não me considero bruxo, por isso não falo do que não sei.

Só por curiosidade sobre portagens e idade média. Cidades que têm portagens urbanas em 2009: Londres, Milão, Oslo, Estocolmo, Singapura. Nova Iorque está prestes a tê-lo também. Muitas outras cidades têm "portagens" através dos parquímetros, que funcionam mesmo e que têm preços muito mais elevados do que os de Lisboa.

Anónimo disse...

Sei eu que aos dias uteis de manhã o trânsito na margem sul vai desde a portagem e chega ao nó do Fogueteiro da A2(13 quilómetros), mais do que é comum no IC19 que costuma andar pela recta dos Comandos (4 quilómetros).

Maria João disse...

Tem toda a razão! 100%!

Escreva-se e rescreva-se!!

Cumprimentos.

Maria João disse...

Refiro-me ao post claro, não ao comentário antes do meu!

Anónimo disse...

portagens na cidade é medieval?

então londres deve estar pior, na epoca miedval, que lisboa. que está no seculo não sei quê...

Anónimo disse...

As portagens não são para impedir a entrada mas para regularizar ou diminuir.

O exemplo dos bairros é excelente.

O Bairro Alto não está muito melhor desde que o trânsito foi limitado? MUUito melhor.

Só é pena deixarem entrar táxis quando as ruas estão apinhadas de gente. E é por isso que ainda não é possivel colocar esplanadas, como se vê, por exemplo, em Madrid (que é 4 vezes maior que lisboa).

Anónimo disse...

Para quem anda a visitar os bairros deve ser optimo mas para quem lá vive e não tem carro é pessimo! Ou para quem tem mais que um carro e a emel não dá distico, mas esse caso é menos mau porque há maneiras de contornar.

Fica aqui a prova que o blog da Cidadania também é frequentado por quem tem Anti-cidadania, uma vez que há quem defenda que se fique privado de ser deixado à porta de casa, e o que não falta nos bairros são idosos e pessoas de mobilidade reduzida! E ao contrário do que pensam a maioria dos habitantes dos bairros vedados ao belo prazer dessa empresa conhecida entre os moradores como "emerda" são pessoas de fracos rendimentos e que não se podem dar ao luxo de entrar de taxi! Enfim uns são filhos outros enteados e depois não percebem porquê que o centro de Lisboa se esvazia!

Anónimo disse...

Peço o favor de apagar o meu ultimo comentário. Deve causar muita polémica.