In Público (16/4/2010)
Por Ana Henriques
«Maioria das cerca de sete dezenas de espaços vai continuar com os mesmos inquilinos
A Câmara de Lisboa vai pôr 14 ateliers a concurso nos próximos dias, espaços que cede a artistas a preços módicos por um período de quatro anos. Mas as restantes cinco dezenas e meia de espaços destinados à criação continuam em grande parte nas mãos de artistas que os ocupam há muitos anos, quando não desde a sua abertura, no início dos anos 70.
A autarquia não vê qualquer problema em manter nos ateliers pessoas com créditos firmados e sem necessidade deste tipo de apoio, apesar de o seu mais recente regulamento defende a renovação geracional.
Questionada sobre se esta opção não prejudica os criadores mais novos - que se vêem obrigados a alugar espaços mais caros ou a trabalhar em casa -, a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, diz que "o mais sensato é ir regularizando a situação a pouco e pouco". A expressão não podia ser mais adequada: já depois de os próprios responsáveis camarários terem admitido que alguns dos ateliers apenas serviam como armazéns - num deles chegaram a ser encontradas pranchas de surf -, o município resolveu renovar os contratos de aluguer de grande parte deles.
O novo regulamento prevê que mesmo no fim desses contratos, os mesmos beneficiários de longa data podem continuar nestes espaços, nomeadamente através de uma cedência especial. Neste último caso, têm de possuir uma "actividade artística ou cultural reconhecida".
"As questões geracionais têm de ser levadas em conta", argumenta a vereadora. "E na arte temos de perceber a singularidade dos casos, alguns dos quais remetem para questões sociais".
A grande maioria dos 14 ateliers a concurso fica nos Coruchéus, no Bairro de Alvalade, e oscila entre os cem e os 140 euros mensais, mas o mais espaçoso situa-se nos Olivais, junto à Quinta Pedagógica, e tem uma renda de 300 euros. Um dos ateliers dos Olivais está cedido gratuitamente ao escultor José Pedro Croft.»
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Até que enfim!
3 comentários:
para estas porcarias, e para os afilhados dos dirigentes da CML há sempre dinheiro
o contribuinte continua a sustentar isto, e com juros
E ainda bem que continua a sustentar, gosto muito.
Fiscalização para analizar a legitimidade dos ateliers existentes. Haverá em Lisboa escoamento de mercado para que os ateliers mais novos possam fazer um trabalho digno de ser reconhecido?
Será esse concurso imparcial ou uma jogatana de favores?
Estamos cá para ver.
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