15/04/2010

Hot Clube já tem dinheiro para remodelar a nova sede provisória na Praça da Alegria

In Público (15/4/2010)
Por Inês Boaventura

«Nova sede fica uns metros ao lado da antiga. Câmara de Lisboa dá 200 mil euros para obras


É uma mudança para o lado, de alguns metros, mas de grande impacto para a instituição. O Hot Clube de Portugal, famoso clube de jazz de Lisboa, garantiu ontem 200 mil euros para fazer obras no espaço alternativo encontrado pela Câmara de Lisboa para instalar o Hot enquanto não for possível este regressar à sua cave de sempre, atingida por um incêndio em Dezembro de 2009.

O novo sítio é uma loja abandonada situada no rés-do-chão dos números 47 a 49 da Praça da Alegria, a apenas alguns prédios de distância da cave onde o Hot Clube funcionou durante décadas. É aí a nova casa do mais antigo clube de jazz português e um dos mais antigos do mundo. As obras de remodelação estão, de acordo com o director artístico do clube, orçadas em 200 mil euros, valor cuja transferência foi ontem aprovada por unanimidade pela autarquia.

Segundo a proposta da vereadora da Cultura, "está neste momento em curso o processo de cedência de utilização a título precário àquela associação da loja do imóvel propriedade do município de Lisboa".

Trata-se de um prédio devoluto cujo piso térreo será alvo de "obras de remodelação e recuperação" que "permitam assegurar melhores condições de segurança e conforto" e "garantam as condições técnicas, de adequação e de funcionamento indispensáveis e exigidas", como explica Catarina Vaz Pinto. A presidente do Hot, Inês Homem Cunha, era uma dirigente satisfeita com a solução. "Estamos muito contentes por termos conseguido. Falta assinar o protocolo para voltar a pôr o Hot a mexer", disse a mesma responsável à agência Lusa.

O programador e director artístico do Hot Clube, Luís Hilário, disse ao PÚBLICO que os trabalhos a realizar foram projectados pelos arquitectos Aires Mateus, a título gracioso, e deverão demorar "dois a três meses". Além de canalizações e instalações eléctricas, as obras - que vão permitir criar "uma coisa um bocado rough [cru, em inglês] mas bem feita", diz Luís Hilário - incluem a construção de casas de banho, um camarim, um palco e a retirada de uma cobertura existente para que surja um jardim.

"Não sei se conseguimos reabrir ainda este ano", diz ainda assim Luís Hilário, explicando que não sabe quanto tempo levará o "processo burocrático" de cedência de utilização do espaço e a transferência das verbas necessárias para a sua remodelação. Mais optimista está a vereadora Catarina Vaz Pinto, que ontem disse aos jornalistas que tal poderá acontecer "depois do Verão".

Quanto ao regresso ao número 39 da Praça da Alegria, de onde o Hot Clube saiu em Dezembro de 2009, Luís Hilário acredita que tal acontecerá daqui a "muitos anos", depois de resolvido o litígio jurídico que envolve a autarquia e a Bragaparques.

Também aqui a visão da vereadora da Cultura é diferente, tendo esta admitindo que a cedência dos núme-ros 47 a 49 é precária, mas poderá tornar-se definitiva, comprometendo o regresso do clube de jazz à sua antiga casa.»

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Uma boa solução, e há que dar os parabéns às três partes envolvidas: Hot, Presidente da Junta S.José e Vereadora da Cultura. Agora falta o Ritz.

2 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

dêm parabéns mas é ao contribuinte, que é quem paga isto tudo, e com juros da dívida incluídos. apesar do PEC, para estas porcarias há sempre dinheiro

Paulo Lopes disse...

Ao meu amigo Vasco Morgado Jr, Presidente da Junta de Freguesia de São José, um abraço pela forma dedicada e empenhada como tem lutado por uma solução digna para o Hot.