Plano estratégico de transportes vai a Conselho de Ministros este mês

In "Blog Menos Um Carro"


«O Plano Estratégico dos Transportes 2010-2012 e a Carta de Direitos e Deveres dos Peões deverão ser submetidos ainda este mês a Conselho de Ministros.

Segundo noticiou a agência Lusa, o secretário de Estados dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca, afirmou que o plano “será apresentado muito brevemente”, formalizando uma perspectiva global dos sistemas portugueses de transportes.

O governante, que falava em Lisboa durante uma conferência promovida pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), disse que foi feito um esforço que “permitiu, pela primeira vez, quebrar as lunetas tradicionais, através das quais os transportes eram analisados e planeados – isto é, através de uma perspectiva eminentemente subsectorial, descurando a visão de conjunto do sistema”.

Está também a ser “finalizado” um documento dedicado ao peão e destinado a “assumir a promoção e a protecção do modo de deslocação pedonal como objectivo da política de mobilidade”.

Paralelamente, está também “em fase de formalização” o grupo de trabalho interministerial criado para fazer um plano nacional de promoção da bicicleta e outros modos de transporte suaves.

Durante a sua intervenção na conferência do IMTT, Carlos Correia da Fonseca destacou as necessidades de inverter o recurso ao automóvel privado e de incluir vários planos de mobilidade nos processos de gestão territorial. O que, de resto, não aconteceu na criação de parques empresariais ou de ciência e tecnologia, que não estão articulados com a cidade.

Questionado sobre os veículos eléctricos, o secretário de Estado dos Transportes reiterou a aposta do Governo na mobilidade eléctrica mas avisou que estes não irão, por si só, reduzir “os graves problemas de congestionamento urbano que afectam as principais aglomerações urbanas do país”.

Ainda ontem, na conferência do IMTT, destaque para mais duas intervenções. A do secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, que realçou as medidas tomadas pela administração central ao nível da qualidade do ar e da gestão dos veículos em fim de dia; e a do arquitecto Bruno Soares, que defendeu que deve haver uma grande aposta nas redes pedonais, e que só assim se pode vencer a batalha a favor de um maior uso dos transportes públicos.

“A aposta fundamental deve ser feita nas redes pedonais. Só dando condições para as pessoas poderem ir a pé de um transporte para o outro é que se pode incentivar a mudança de comportamentos”, explicou à agência Lusa.

Bruno Soares, que também é responsável pelo projecto de reestruturação do Terreiro do Paço, coordena a equipa que está a trabalhar no guia para a abordagem destas matérias na elaboração dos planos de ordenamento de território.»