In Jornal de Notícias (27/1/2010)
CRISTIANO PEREIRA
«Os moradores de Entrecampos, em Lisboa, estão descontentes com a ponte pedonal sobre a linha de comboio. Queixam-se de dificuldades para as pessoas de mobilidade reduzida e da má iluminação. Já reuniram mais de 500 nomes num abaixo-assinado.
Em causa está a ponte para peões que atravessa a linha e comboio na rua de Entrecampos. No lado Norte, o acesso à ponte é feito através de rampas, mas no lado Sul o cenário é bem diferente: uma escadaria com 60 degraus impossibilita a passagem a pessoas que circulem em cadeiras de rodas, com carrinhos de bebés ou de compras.
Nos últimos meses, os moradores decidiram manifestar o seu desagrado através de um abaixo-assinado que será entregue na Assembleia Municipal.
Ontem de manhã, o vereador da CDU Ruben Carvalho esteve no local a manifestar solidariedade com os moradores. Na sua óptica, as seis dezenas de degraus tornam "impossível ou então muito complicada" a passagem de várias pessoas. O vereador comunista frisou que no lado sul da ponte existe uma plataforma elevatória para cadeiras de rodas mas que esta "só funcionou uma vez". E quando foi? "No dia da inauguração", rematou.
Plataforma cheia de ferrugem
Com efeito, o JN testemunhou que a plataforma elevatória está em avançado estado de deterioração, plena de ferrugem e com aspecto de não trabalhar há vários anos.
O JN contactou a Associação Salvador, que promove a defesa dos interesses e direitos das pessoas com mobilidade reduzida. O seu fundador, Salvador Mendes de Almeida, sublinhou que não conhece o caso específico mas disse não ficar admirado. "São raros os locais em Portugal onde exista um trabalho cuidado para promover as acessibilidades para toda a população", apontou.
Entretanto, um dos moradores da zona criticou, também, a escassez de iluminação pública da ponte pedonal. "Quando escurece nem lá passo", disse Jorge Silva, 61 anos, defendendo a necessidade de "dar mais condições às pessoas que querem passar para o lado de lá". »
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