In Diário de Notícias (12/1/2010)
«Comerciantes e moradores na área do Largo do Intendente Pina Manique, em Lisboa, defendem que esta zona "deve mudar de nome, porque toda a gente tem medo disto por causa da droga e dos roubos". Até já chegaram a fazer essa proposta ao presidente da Junta de Freguesia dos Anjos, João Grave, que confirma ao DN este problema da "má fama" local, mas discorda que se vá mudar o nome.
O autarca reconhece que "o Largo do Intendente está muito estigmatizado. É considerada uma zona negra de Lisboa, conotada com prostituição, tráfico de droga, toxicodependentes e roubos".
Segundo referiu, "já há muitos moradores que têm proposto à junta de freguesia para mudar o nome do largo, deixando de se chamar Intendente. Também querem que a estação do metro deixe de se chamar Intendente e passe a ter outra denominação".
"Há comerciantes que dizem aos clientes para saírem na estação do metro dos Anjos e depois descerem um pouco a Avenida Almirante Reis. Receiam que, se disserem que a loja se situa perto do Intendente, as pessoas fiquem com medo e já não vão lá. Queixam-se que, só pelo nome da zona, arriscam-se a perder clientes", revela João Grave.
Apesar de tudo isso, "eu não concordo com a mudança do nome, porque acho que tem de se manter o respeito pelo intendente Pina Manique, que era o chefe da polícia. Até se torna irónico, tendo em conta a realidade actual naquele largo", frisa o autarca.
Recorda que "a intervenção no Casal Ventoso e no Bairro da Curraleira afastou desses locais o tráfico e consumo de droga, que se transferiram para o Intendente, onde antes só havia prostituição".
"No Regueirão dos Anjos é onde estão os toxicodependentes de fim de linha, que ali passam os seus dias. Dormem nas traseiras da Igreja dos Anjos. Estão ali em condições chocantes. São toxicodependentes já muito degradados. É uma miséria humana", sublinha João Grave.
"A população residente é muito idosa", refere o autarca, notando que "muitas pessoas vivem sozinhas e com medo de tudo. Há senhoras que não saem de casa depois das 17.00, porque têm medo dos toxicodependentes que se instalam ao fundo das escadas, à entrada do prédio, e ali se injectam. Receiam que eles as piquem com as seringas e as assaltem".
O autarca relatou ao DN que uma residente idosa se queixou que "os seus netos já não a iam visitar. Os pais das crianças não as deixam ir a casa da avó, porque o chão da entrada do prédio e a porta estão sempre cheios de sangue, porque os toxicodependentes vão para ali injectar-se".
De acordo com João Grave, "o centro do problema está no Largo do Intendente e alastra-se à área envolvente do Regueirão dos Anjos, o Martim Moniz e o jardim dos Anjos. Segundo explicou, "há roubos por esticão e com arma branca em toda a zona da Avenida Almirante Reis e vai-se alargando cada vez mais, desde a Praça do Chile até ao Martim Moniz".
Revela que "no Largo do Intendente está a aumentar um novo fenómeno, que começou há cerca de dois anos: o jogo ilícito na rua".
"Até temos um fluxo razoável de turistas na zona, onde há três grandes hotéis. Depois vemos os turistas a olhar por cima do ombro, desconfiados com o que se passa por ali", lamenta o autarca.»
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Esta é de ... cabo-de-esquadra e é digna de figurar nos anais do humor alfacinha.
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13 comentários:
como se mudar de nome resolvesse a situação.... a Times Square já foi o Intendente de NY e hoje está limpa e bem viva. porquê? porque houve um mayor de punho de ferro que a limpou. é disso que precisamos...
Como morador da zona, a idéia da alteração do nome não me parece absurda, mas só isso não basta.
Já aqui referi que tem de passar por um policiamento de proximidade, visivel e com as patrulhas a serem feitas a pé e não de carro.
O problema social é muito profundo e não se "escamoteia" com medidas de fachada. É preciso coragem e leis menos hipócritas.
Está-se a alterar no Código Penal e ainda bem, porque a policia não tem meios (nem autoridade) para combater a pequena criminalidade que é o grande mal daquela zona.
Apartir do momento em que o consumo de drogas deixou de ser criminalizado, a toxicodependência instalou-se naquela zona em força e criou um problema de saúde pública, que tem sido negligenciado pelas autoridades e políticos e encarado como menor, face ao direito ao consumo.
De diagnósticos para o Intendente já estamos fartos, é preciso soluções e eu já dei umas tantas à JF e CML.
É preciso coragem e meter mãos-à-obra!
Luís Alexandre
sem falar de umas das mais importantes instituições desportivas do País, o Grande Lisboa Ginásio Clube, que tantos jovens formou e tantos atletas olimpicos forneceu ao País.
E ainda fornece.
Mudar os nomes não altera nada. Prefiro que os nomes fiquem os mesmos. De que serviu a zona J de Chelas agora chamar-se Bº do Condado? De que serviu a Musgueira agora chamar-se Alta de Lisboa? A Telepizza continua a não ir entregar pizzas a estes locais!
Quem compra electrodomesticos na Worten continua a não ter direito a entrega no domicilio quando apresenta estas moradas.
Vão sempre pelo caminho mais facil que não resolve nada!
LOOOOOL
Melhor ainda era deixar de chamar toxicodependentes aos toxicodependentes e resolvia-se o problema da toxicodependência no país todo!
A sério passa pela cabeça de alguém que mudar o nome mude alguma coisa para além disso mesmo?
Mudemos o nome de Portugal e ficamos com TODOS os probelmas do país resolvidos de uma vez só! Brilhante não é?
Pode ser que alterando o nome, os toxicodependentes já não dêem com o sitio :)
Luís Alexandre
Lisboa? Mudar de nome?! Nunca vi tamanho paradoxo na mesma frase!
Se o Terreiro do Paço foi abaixo há mais de 250 anos e ainda há gente que o chama assim :S
Com pessoas a "pensar" desta maneira é natural que o Intendente esteja na lástima em que está!
Mesmo que se mude o nome vão continuar a chamá-lo pelo mesmo.. Eu conhecia a actual estação do metro do Jardim Zoológico quando tinha uns 7/8 anos, e hoje, 10 anos depois continuo a chamá-la de Sete Rios... Ficou e não sai...
Da fama não se livram, a não ser que haja uma reestruturação a sério
Nem com restruturações a serio! O unico sitio que conheço que mudou de nome e nunca mais foi chamado pelo antigo, foi a Amadora, que já ninguem lhe chama porcalhota, de resto em todo o lado as pessoas continuam a chamar pelos nomes antigos.
e o largo do rato que se chamava praça do Brasil.
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