In Público (25/1/2007)
«A constituição do vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) Fontão de Carvalho, como arguido no caso Bragaparques, depois da vereadora do urbanismo Gabriela Seara, está a levantar vozes na oposição camarária, onde elementos, como João Soares, falam já de eleições intercalares.
Ontem Fontão de Carvalho, foi constituído arguido pelo Ministério Público no processo de permuta de terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular com a empresa Bragaparques.
As residências de Fontão de Carvalho e da vereadora do Urbanismo, Gabriela Seara, também constituída arguida, foram alvo de buscas na terça-feira pela Polícia Judiciária, bem como as instalações da CML nos Paços do Concelho e no Campo Grande.
De acordo com o Diário de Notícias, Fontão de Carvalho foi constituído arguido depois da análise da documentação recolhida na sua residência. Além de Fontão de Carvalho e Gabriela Seara, na altura chefe de gabinete do presidente da Câmara, também o proprietário da Bragaparques, Domingos Névoa, e o director municipal dos serviços centrais Remédio Pires, na altura assessor jurídico que acompanhou o negócio, foram constituídos arguidos.
E o jornal 24horas acrescenta que a Polícia Judiciária vai analisar as acções do presidente da Câmara, Carmona Rodrigues, nos negócios entre a autarquia e a Bragaparques.
Hoje Carmona Rodrigues vai reunir com todos os vereadores para analisar todo a situação, numa altura em que se levantam vozes na oposição camarária em relação á possibilidade de, sem condições para exercer, o executivo social.democrata da Câmara se demita e sejam convocadas eleições intercalares. O PÚBLICO destaca hoje em manchete que Gabriela Seara já teria mesmo pedido a suspensão do mandato e que, numa reunião com Carmona Rodrigues terá mesmo ponderado a demissão.
Mas não é só na oposição camarária que se exigem as cabeças dos culpados do processo. Ao PÚBLICO, Paula Teixeira da Cruz, presidente da assembleia Municipal da CML e líder da distrital de Lisboa do PSD, terá dito que o PSD mantém a sua posição em relação a autarcas arguidos em processos de corrupção, ou seja, não há condições para continuar o mandat em caso de um processo desta natureza. Marques Mendes, terá pedido a Gabriela Seara para suspender o mandato, numa reunião com o presidente da autarquia, Carmona Rodrigues e com a presidente da Assembleia Municipal, Paula Teixeira da Cruz.»
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