E quem pensa em Lisboa, ela mesma?
As entidades competentes investigam na Câmara de Lisboa. Ora, no meio da guerra que aí está armada, Lisboa, a Cidade ela mesma, dá que pensar. Resta pouco tempo útil a quem devia pensar nela para pensar… nela. Mas isso não é só de hoje. Tudo começa há cinco anos. Lisboa ressente-se desde então do facto de se ter transformado num palco onde actores de segundo plano buscam públicos e cenas que nada lhe dizem, a ela, Lisboa. Tudo começa com Santana Lopes nos Paços do Concelho. Santana Lopes, não – isso é favor: Santana Lopes e uma chusma de acompanhantes – as e os celebrados «santanetes». Eram como moscas. Todos diferentes, todos iguais: eles, fato azul-escuro, camisa branca ou rosa muito claro, gravata ou em azul-escuro ou próxima do rosa; elas, cabelo de 30 cm, alourado, escorrido, com extensões, com muito cabeleireiro, tez queimada do solário, saia suficientemente curta, decote suficientemente aberto.
Na Praça do Município, havia sempre novidades. Mas não sobre a Cidade: sobre Santana ele mesmo. As redacções viveram anos de ouro. Vidradas no homem (ou no Homem?). Atulhadas de intriga. E a Cidade, nada. Lisboa foi submergida: Santana brilhava e obnubilava a Cidade.
Foram os Anos das Luzes de Santana. Brilhava ele. Brilhavam estrelas cadentes que o rodeavam.
De então para cá, mudou o cenário, mudaram as «vidrações», mas Lisboa não ganhou nada com isso. Escreve-se mais vezes «Lisboa» nas páginas dos jornais – isso é verdade. Mas não se fala de Lisboa. Não se fala das pessoas. Não se equacionam os seus grandes problemas, dramáticos problemas – nem por iniciativa da equipa de Carmona Rodrigues nem por iniciativa das redacções. Repetem-se em páginas e páginas programas e projectos, celebram-se propagandas – mas não se questionam as suas realizações ou a concretização até hoje do que se prometia há meses como sendo o céu aberto.
Lisboa não tem interessado nem à equipa que governou Lisboa até aqui nem às redacções. Em geral. Salvo as devidas e honrosas excepções, como sempre.
As entidades competentes investigam na Câmara de Lisboa. Ora, no meio da guerra que aí está armada, Lisboa, a Cidade ela mesma, dá que pensar. Resta pouco tempo útil a quem devia pensar nela para pensar… nela. Mas isso não é só de hoje. Tudo começa há cinco anos. Lisboa ressente-se desde então do facto de se ter transformado num palco onde actores de segundo plano buscam públicos e cenas que nada lhe dizem, a ela, Lisboa. Tudo começa com Santana Lopes nos Paços do Concelho. Santana Lopes, não – isso é favor: Santana Lopes e uma chusma de acompanhantes – as e os celebrados «santanetes». Eram como moscas. Todos diferentes, todos iguais: eles, fato azul-escuro, camisa branca ou rosa muito claro, gravata ou em azul-escuro ou próxima do rosa; elas, cabelo de 30 cm, alourado, escorrido, com extensões, com muito cabeleireiro, tez queimada do solário, saia suficientemente curta, decote suficientemente aberto.
Na Praça do Município, havia sempre novidades. Mas não sobre a Cidade: sobre Santana ele mesmo. As redacções viveram anos de ouro. Vidradas no homem (ou no Homem?). Atulhadas de intriga. E a Cidade, nada. Lisboa foi submergida: Santana brilhava e obnubilava a Cidade.
Foram os Anos das Luzes de Santana. Brilhava ele. Brilhavam estrelas cadentes que o rodeavam.
De então para cá, mudou o cenário, mudaram as «vidrações», mas Lisboa não ganhou nada com isso. Escreve-se mais vezes «Lisboa» nas páginas dos jornais – isso é verdade. Mas não se fala de Lisboa. Não se fala das pessoas. Não se equacionam os seus grandes problemas, dramáticos problemas – nem por iniciativa da equipa de Carmona Rodrigues nem por iniciativa das redacções. Repetem-se em páginas e páginas programas e projectos, celebram-se propagandas – mas não se questionam as suas realizações ou a concretização até hoje do que se prometia há meses como sendo o céu aberto.
Lisboa não tem interessado nem à equipa que governou Lisboa até aqui nem às redacções. Em geral. Salvo as devidas e honrosas excepções, como sempre.
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