Outra casa de memória, esta já a caminho da zona oriental, que mais dia, menos dia, deverá ter os dias contados é a de Machado de Castro, à Rua dos Caminhos-de-Ferro, n.º 18, junto a Santa Apolónia, onde o artista residia já quando em, 1782, recebeu o alvará de Escultor da Casa Real. Há dez anos, o guia-catálogo Caminho do Oriente, publicado no âmbito da Expo’98, chamava a atenção para a sua importância e alertava para a necessidade urgente de lhe acudir. O apelo não surtiu qualquer efeito – o imóvel, habitado, continua decrépito -, a não ser o de mostrar a incoerência da acção municipal, ano após ano, década após década. Tal como hoje acontece: não muito longe desta casa, e valendo-se do prestígio da obra de Machado de Castro, a CML faz terminar em apoteose a exposição que organizou em torno do Plano de Reconstrução da Baixa, exibindo uma réplica do modelo em gesso da estátua equestre de D. José. Numa casa que se diz sistematicamente sem verbas, bom seria que as aplicasse também onde elas são verdadeiramente necessárias: não em réplicas, mas nos originais que não se repetem. Como esta casa.
Créditos imagem: Direitos Reservados
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